O Governo e a ética republicana

A honradez é o paradigma do atual governo. Os concursos públicos passaram a ser a norma, embora as nomeações os precedam. Não é desonestidade, é pressa; não é uma ilegalidade, é tradição.

O antigo colaborador de Passos Coelho na Tecnoforma, Fernando de Sousa, ganhou um contrato de 2,5 milhões de euros  para “seleção, eliminação e inventariação de fontes documentais existentes nos Governos Civis”.

Por lapso, o concurso público foi posterior. Mas quem seria melhor do que Fernando de Sousa, o antigo colaborador da Tecnoforma, que ficou, só em 2003, com 82% do valor das candidaturas aprovadas a empresas da Região Centro, para selecionar, inventariar e, sobretudo, eliminar fontes documentais?

Acrescente-se que o ex-sócio maioritário da Tecnoforma refere que o atual PM chamou para os órgãos sociais do Centro Português para a Cooperação – organização  não governamental (ONG) financiada pela Tecnoforma – "pessoas com influência", como o então líder parlamentar do PSD, Luís Marques Mendes, Ângelo Correia e Vasco Rato (nomeado recentemente pelo Governo para presidir à Fundação Luso-Americana).

O programa Foral, financiados com fundos europeus, era tutelado por Miguel Relvas então secretário de Estado desse fugitivo PM e referência ética, Durão Barroso.

Fernando Pereira, dono da empresa, não se recorda se Passos Coelho trabalhava de graça, (antes de dar essa resposta mandou parar o gravador). PPC era deputado em dedicação exclusiva, na AR.

A entrevista de Fernando Pereira à revista Sábado, o «Económico» de 7 de maio e o DN de ontem, dia 21, pág. 18, explicam aos portugueses o que foi a defunta Tecnoforma e as relações dos figurantes que se mantêm solidários.

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