Um caso de teimosia portuguesa

Há portugueses teimosos. Aceitam este Governo, admitem este PR, conformam-se com esta maioria e reclamam se a autoridade legítima lhes passa uma certidão de óbito.

Florindo Beja há 18 anos que nega a defunção. Parece não saber ler a certidão de óbito, e insiste, insiste, como um náufrago que, no meio do oceano, quer chegar a terra.

Que reclamasse durante um ano ainda se admitia, mas que insista durante dezoito anos é preciso não ter respeito pela Conservatória do Registo Civil e pela paciência dos juízes. Se fosse um morto recente ainda se admitia mas com meio século de defunção é preciso topete. Andou 32 anos calado, e depois, com 61 anos, deu-lhe para negar a morte. Aliás, se estivesse vivo já tinha prescrito. Não há um jurista que o informe sobre a prescrição da vida que não reclamou?

Já devia ter sido preso preventivamente. Um morto que se revolta é um  perigo para as repartições e um atentado à ordem pública. Imaginem que todos os mortos requeriam a prova de vida. Onde tínhamos recursos para os reabilitar? Os mortos nunca deviam ter direito a reclamar e, muito menos, a ir pelo seu pé a pôr em causa um óbito transitado.

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