Notas soltas: abril/2015
Madeira – Comprometida
a transparência eleitoral pelas trapalhadas surgidas, ficou um cheiro no ar,
espécie de regresso ao passado, de onde a Região Autónoma nunca saiu. A maioria
absoluta recorda 36 anos de Jardim e a dívida de 6 mil milhões de euros.
Manoel de Oliveira
– Aos 106 anos, faleceu o mais relevante cineasta português e mais antigo, a
nível mundial. Por todo o mundo culto, a imprensa, não só a especializada, fez
jus ao longevo e grande criador, numa
homenagem generalizada.
Silva Lopes – Portugal
perdeu um dos mais brilhantes e respeitados economistas, uma referência ética
da política e da economia que mereceu a unanimidade, frequente entre nós, e o
destaque internacional de grandes figuras da sua área.
Tolice – Confrontado
com a morte de Silva Lopes, José Pedro Aguiar Branco afirmou que Silva Lopes “teve
a felicidade de partilhar este momento com Manoel Oliveira”. Há políticos que
só acertam quando se calam.
Agências de rating – Fitch, Standard & Poor’s e Moody’s, agências especializadas
em terrorismo financeiro através das notas com que avaliam a solvabilidade dos
Estados e empresas, consideram lixo a dívida portuguesa atual. O veredicto
chama-se ‘rating’.
S. N. S. – Há 113
hospitais públicos e os privados já somam 107. A agenda ultraliberal está a ser
cumprida numa odiosa afronta à saúde dos portugueses. A destruição lenta e
obstinada do S.N.S. é um crime silencioso que os portugueses não merecem.
Paulo Macedo – O
ministro goza uma aura da competência e aspira a que os hospitais endividados
sejam proibidos de pagar aos funcionários. Desafia a Constituição e entra na
chantagem para destruir o SNS e entregá-lo aos privados e às Misericórdias.
TV5 - Monde – O
ciberataque não foi um mero atentado ao canal francês, foi um crime contra a
liberdade de informação, um ato de demência do cancro islâmico – o Corão –, com
várias metástases, Al-qaeda, ISIS, Exército Islâmico.
França – A cisão
na extrema direita, Le Pen contra Le Pen, filha contra o pai, foi a luta ente a
fascista com linguagem ambígua e um nazi imaculado, entre a herdeira da pulsão
nacionalista, xenófoba e antissemita e o fundador do partido [F.N.]. Acabaram
unidos.
Eleição presidencial
– A entrada na agência mediática é a estratégia antidemocrática, a desviar a atenção
das eleições legislativas, que a precedem, para diminuir a importância de
julgar o Governo, os partidos que o apoiam e a responsabilidade do PR.
E.U.A. / Cuba – O
histórico encontro de Obama e Raúl Castro chegou com meio século de atraso. A
democracia e os cubanos sofreram um boicote injusto que isolou o regime, dividiu
os americanos e privou Cuba do direito à felicidade e à democracia.
Espanha – Aznar,
entusiasta da invasão do Iraque e sobejo da tralha franquista, procura influir no
PP para ostracizar Cuba. Saúde-se Rajoy pela sua coragem em resistir ao lixo tóxico
de Franco, empedernido fascista que se alimenta da perfídia, mentira e ódio.
Taxa Social Única
(TSU) – A redução da TSU às empresas, sem contrapartidas para a capitalização
da Segurança Social (SS), é um crime contra os reformados que, em breve, se
confrontarão com a insustentabilidade da SS. A ofensiva ideológica prossegue.
Mariano Gago – A
morte, aos 66 anos, privou Portugal do mais esclarecido e dedicado promotor científico,
a quem se deve o salto notável da investigação, quando precisamos tanto de quem
entenda que a ciência não é um custo e é o mais rentável investimento.
Madeira-2 –
Miguel Albuquerque, novo governador, propôs a limitação de mandatos e o fim de
acumulação de reformas e vencimentos, à semelhança do que está legislado no
Continente. É louvável a aceitação da legalidade democrática e do corte com o
passado.
Lampedusa – A
ilha sonhada por aqueles que nasceram no continente errado, à mercê de ditadores
cruéis, joguetes de interesses geoestratégicos e da banalização da morte, é a
miragem dos que encontram na viagem a sepultura.
Estado Islâmico –
É justo o apoio à participação de tropas portuguesas na luta contra a barbárie,
mas é deplorável ter sido o chefe da diplomacia americana a dar a notícia que o
PR e o PM ainda ocultavam aos portugueses.
Vaticano – A
recusa da aceitação do embaixador francês, Laurent Stefanini, diplomata,
brilhante, é reveladora de intolerável homofobia, que desacredita o Papa que
tinha feito declarações de respeito pela orientação sexual, incompatíveis com
esta discriminação.
Nepal – A
violência do vulcão que sacudiu o país e as avalanches de neve provocaram
milhares de mortos que jazem sob os escombros e a neve que desliza do Evereste
numa metáfora macabra do teto do mundo a desabar, abanado por telúrica
trepidação.
Pedofilia – A repulsa
do crime e a necessária prevenção não se compadecem com uma lista dos criminosos
que, após a pena, sejam expostos à execração e vindicta popular em demagógica concessão
populista de duvidosa eficácia e legalidade.
TAP – A greve dos
pilotos merece repúdio. A ruína financeira também se deve às suas exigências imorais,
vampiros que quiseram apossar-se de parte da Empresa, alheios ao destino dos
outros trabalhadores. Não é greve, é lockout
de patrões frustrados.
PSD/CDS – A união
de facto, que foi um pesadelo, acabou num irrevogável casamento, a que não
faltou a bênção do padrinho ausente nem a vontade de atenuar danos, antes de
nove separação.
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