O insustentável vazio da coligação de Direita…
Vamos ser claros e objectivos. Bombardeados diariamente por números, estatísticas e projecções perdemos o contacto com a realidade para ancorar em miríficas projecções. Habituados, desde há muito, a um enviesado balanço dos resultados somos, periodicamente, confrontados com este absurdo dislate: a estratégia (política, social, económica e financeira) estava certa e só não atingimos os objectivos propostos porque a realidade de forma insana e teimosa não colaborou.
Esta poderia ser a biografia do actual Governo. Em resumo, o cômputo da sua actuação política poderá resumir-se em 3 ‘mais’: mais pobres, mais envelhecidos e mais endividados.
Como quer este Governo combater estes ‘mais’? Com dualismos entre alguns ‘menos’ e persecução de outros ‘mais’. Assim:
Menos jovens residentes, qualquer que sejam os seus níveis de formação e de aptidões profissionais, obrigados a migraram acalentados por conceitos globalizantes de mais ‘mobilidade’, varrendo para debaixo do tapete a necessidade de criação de emprego cá dentro;
Menos juros no acesso aos mercados para justificar mais engenharias financeiras rumo a um progressivo endividamento, sem que se veja uma luz ao fundo do túnel, isto é, a abordagem de uma renegociação da dívida que nos permita ‘alavancar’ o desenvolvimento (e não só o crescimento);
E, finalmente, menores pensões com o pretexto de endossar maior sustentabilidade a segurança social no problemático amanhã, desacreditando as ‘juras’ de um imediato (e ‘sustentável’) crescimento económico que têm sido ‘vendidas’ aos portugueses em sucessivas peças retóricas.
Foi ‘isto’ que a actual ministra das Finanças foi defender perante os ‘jotinhas’ em Ovar link.
Os sacrifícios que - como este Governo insinua - são apresentados como terem ‘merecido valer a pena’, não resistem a uma sumária avaliação valorativa e prospectiva. Na verdade, na perspectiva do actual Governo, são para continuar, consolidar ou intensificar.
Esta também a razão pela qual a coligação de Direita se revela incapaz de apresentar um programa eleitoral credível (que não seja uma estafada e inútil reedição do logro impingido em 2011).
A coligação vive, no presente, agarrada ao limbo da imponderabilidade e da irresponsabilidade muito semelhante à imagem do suicida que se atira do 20º. andar e ao passar em frente à janela do 5º, perante um espectador atónito, comenta: ‘Como se pode verificar não sucedeu nada’…
Como todos sabemos esta ilusão de aceleração gravítica e a aparente liberdade de voar, para além da vertigem, tem à sua espera o duro e implacável terreiro para um estóico estatelamento.
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