O PM e a indústria do leite
Andava o putativo PM, Passos Coelho, a ordenhar votos numa
queijaria de Aguiar da Beira onde se encontrava a referência ética autóctone,
Dias Loureiro, quando a criatura que Relvas e Marco António designaram para o
Governo, rompe em estridente elogio ao antigo Conselheiro de Estado que não tem,
em seu nome, bens que permitam o possível arresto dos mesmos no âmbito das
investigações das autoridades ao caso BPN.
Passos Coelho, luso-angolano bem sucedido na política, ex-líder
da madraça juvenil do PSD, desatou a tecer encómios a Dias Loureiro, esse
“empresário bem sucedido” que “sabe que se nós queremos vencer na vida”, “temos
de ser exigentes e metódicos”.
Sabendo o país que o ex-conselheiro de Estado, em quem
Cavaco confiava, está falido, surpreende que o êxito o tenha levado à penúria
ou, no caso de ter bens ocultos, mereça que o PM o elogie, em descarada pressão
sobre eventuais investigadores do caso BPN, a menos que os escândalos só tenham
valor penal consoante os partidos.
Dias Loureiro, PM sonhado por Cavaco, em cuja incubadora amadureceu,
terá mentido à AR, a ser verdade o que a comunicação social apurou sobre a participação
que negara em negócios ruinosos, no BPN. Sabe-se que saiu de Coimbra, ao serviço
da Pátria e do Prof. Cavaco, feito ministro, abdicando da advocacia no
escritório deserto.
O elogio de Passos Coelho, um distraído que se esqueceu da
situação de Dias Loureiro, como da sua, em relação à Segurança Social e ao
fisco, pode ser encarado como pressão sobre os investigadores de eventuais imputações
na falência do BPN ao enaltecido.
Comentários