Passos: o farmacoco...

“O objetivo que temos é o de vencer a doença, não é o de perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre ou têm dor, se gostam do sabor do xarope ou se o medicamento que tomam lhes faz um bocado mal ao estômago ou qualquer outra coisa. Quer dizer, se os efeitos secundários de todo o processo por que se passa valem ou não vale a cura” link

Esta parábola de Passos Coelho aos seus 'jotinhas' é bem reveladora da incapacidade, da impreparação e do embuste deste Governo. Se tivesse alguma experiência e saber clínico saberia que mais importante do que a intenção de vencer a doença é fazer o diagnóstico preciso e correcto da patologia que lhe está subjacente. 
Os portugueses nunca esquecerão que o seu diagnóstico perante uma crise internacional que nos atingiu foi alimentar o embuste que vivíamos acima das possibilidades. E que essa vivência nos tinha engordado desmesuradamente. Surgiu então assumindo o papel de um 'Tallon da política' e encetou (instituiu) um processo de emagrecimento assimétrico e voluntarioso (para além da Troika) que resultou num disforme empobrecimento. As gorduras eram afinal as pensões, o 13º. mês, o subsídio de férias, os feriados, a legislação laboral, etc.

E a terapia foi essencialmente proibitiva. Alimenta, porém, a ilusão da cura quando muitos dos índices que exibe e manipula mais não são do que o alegórico e premonitório ‘canto do cisne’. Na verdade, após o progressivo crescimento da dívida, da queda brutal do investimento, da falência em cascata de pequenas e médias empresas, de um índice de desemprego real a ultrapassar os 20%, do abrupto deslizar de cerca de 2 milhões de portugueses e portuguesas (muitos deles crianças) para o limiar da pobreza, do brutal esvaziamento das prestações sociais (segurança social, saúde e educação), da emigração forçada de muitos milhares de jovens, o feiticeiro está satisfeito com os resultados. E anda de feira em feira (na companhia do Paulinho) a vender a suas mezinhas. À espera que os incautos lhe comprem o feitiço para matar a peçonha.

Nas suas atribuladas pregações esquece uma secular artimanha terapêutica: “A diferença entre o veneno e o remédio é a dose”.

E durante 4 anos fartou-se de renovar e abusar da colocação de sucessivos 'emplastros neoliberais' aparecendo agora querendo fazer crer que tratou o país de muitos males quando, na verdade, não foi além da prática de reles feitiçarias, que nos vão custar muito caro.

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