Inquietações à volta do Médio-Oriente...
A situação criada pelo 'Estado Islâmico' no Médio Oriente está cada vez mais complexa e incontrolável.
A entrada da Rússia no cenário bélico que todos os dias se exacerba, nomeadamente na Síria, veio alterar substancialmente ocultos equilíbrios estabelecidos, pelo Ocidente, nesta região.
As soluções de ontem perdem pertinência e validade no dia seguinte. Há todavia a sensação que as forças de Putin lançaram, contra os jihadistas, uma 'guerra sem quartel' que não deixará de ter consequências no terreno.
Ninguém percebe onde começa e acaba o terrorismo neste País. Desde o terror das forças de Bashar Al-Assad, ao do Exército Livre da Síria, aos grupos ligados à Al-Qaeda e, por fim, ao Daesh, há facções (e fracções) para todos os gostos.
Moscovo pretende, para já, 'salvar' o regime de Damasco. É do seu interesse estratégico (militar) imediato para o Mediterrâneo oriental. E provavelmente pretende que continuem a existir instituições sírias, no pós-guerra, para que não se repita a tragédia da Líbia. Uma queda abrupta do regime de Damasco só poderia favorecer o 'Estado Islâmico', melhor armado, mais financiado e exibindo uma espantosa mobilidade. O Ocidente tardou a compreender isso.
Todas as previsões sobre o desfecho desta arrastada guerra regional, com cada vez maior rebate internacional, são, neste momento, prematuras.
Mas convinha começar a ponderar desde já qual o preço que o dito Ocidente terá de pagar se acaso as forças russas travarem o avanço dos jihadistas?
Comentários
Concordo que o governo de Assad não foi pêra doce para a oposição, quando Assad ganhou - nas urnas!- as eleições...
Mas foi o Ocidente - sobretudo os E.U.A. a dar apoio financeiro e equipamento e "impulso" à guerra civil que aquela população anda a sofrer desde há dois anos.
O "império americano" não suporta que a Rússia venha dar apoio à Siria...Mas o que a Rússia está a fazer é tão só liquidar o terrorismo internacional que se institucionalizou no chamado Estado Islâmico -
E esta intervenção - quer nos agrade ou não - é absolutamente necessária para defesa das populações de todo o mundo, dito "civilizado". É SÓ ISSO!
Para finalizar, porque é que a Rússia também não pode defender os seus direitos, agora que é uma sociedade tão "civil" como a americana!?!
Sabe-se que a massa cinzenta está irremediavelmente inquinada pelo "incontornável" mercado, que transborda botox por todos os poros. O poder é um jogo e decide-se não pela razão mas pela encenação posta no bluff.
Então a Rússia não tem direito a pôr a mão no prato? Em Ialta foi cortado o queijo à imagem dos protagonistas de então; para o bem e para o mal. Com a queda da URSS teve-se a ilusão de que eles tinham perdido a faca: a Rússia por fraqueza os EUA por conveniência de substituição de adereços no cenário puxou a brasa para a sua sardinha na vertigem do absoluto. Depois vieram a guerra dos mercados, as primaveras e o combate ao terrorismo. O terrorismo é hoje o maior negócio planetário deixando a oceanos outras "ilicitudes" como a droga, por exemplo.