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A mostrar mensagens de novembro, 2015

O inacreditável existe...

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“Sim, sempre gostei muito de ler jornais e revistas. Em miúdo lia tudo. Nunca li romances , gosto mais de história das instituições, dos países e da economia. Aliás, a vida real dos países é um romance do caraças e muito ilustrativo!” [Nota: O sublinhado é nosso]. Entrevista de Ferraz da Costa ao jornal Económico em 27.11.2015 link . Tornou-se, no entanto, um personagem de um ‘romance do caraças’ quando, recentemente, foi chamado por Cavaco Silva a Belém para ser ouvido e para perorar à saída. Estas são as ‘forças vivas’ que temos…

Cavaco e o novo arco do poder

Criado na vigência da Assembleia Nacional, sem espanto pela carácter monocromático do hemiciclo, confundiu o ‘arco do poder’ com o poder que a Assembleia da República, democraticamente eleita, tem para o definir. Impediu-o a dislexia de ver o hemiciclo com 180º, apesar das noções de aritmética que academicamente teve de assimilar. Amargurado e ressentido viu-se expulso do ‘arco do poder’, cujo sentido julgava conhecer, depois de habilitado com o título de Catedrático de Literatura, outorgado pela Universidade de Goa. Não foi o défice democrático que o impediu de compreender que faltava ‘um’ em ‘todos os cenários’ que disse ter previsto. O maior problema de Cavaco não é constitucional, é uma dúvida aritmética e a perturbação de leitura de expressões vazias de conteúdo como essa do «arco do poder». A partir de março vai ter tempo para se dedicar à semiologia e entender que a expressão que usava de modo limitativo ganhou subitamente a extensão que o seu entendimento ignorava. É fá

Novo ciclo político: Os primeiros dias …

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Quando o XXI Governo tem meia dúzia de dias em funções não é honesto nem oportuno começar a criticar ou a emitir remoques sobre funcionamento e relações entre os diferentes poderes. A situação actual tendo-se tornado muito particular e específica dado o abrupto ‘ suicídio político ’ do PR, veio colocar os holofotes sobre a AR e o XIX GC. O problema inicial que começa a detectar-se é a tentação pela ' navegação à vista ' que se verifica na actividade parlamentar da actual legislatura suscitada pela nova maioria de Esquerda.  Ninguém descortina qualquer fio condutor político nas questões que têm ocupado o Parlamento exceptuando, claro está, a rejeição do Governo PSD/CDS (o que já não foi pouco). O que se tem verificado são tomadas de posição avulsas sobre assuntos esparsos que vão desde a adopção por casais homossexuais, o fim os exames no ensino básico, a eliminação das provas de avaliação dos professores, o fim das taxas moderadoras para a IVG, etc. que, sendo consen

Azia em Belém

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Depois do bolo-rei, que não conseguiu mastigar, a deglutição do sapo, que não digere, vai transformar a gastrite em úlcera. Benigna. Maligno é ele.

Nepotismo PÀF

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A posse do XXI Governo Constitucional

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O País viu o oficiante, no ocaso da função, ao serviço da pior direita, a ferver de raiva e a bolçar citações. Foi o delírio num funeral oficiado pelo defunto. Faltou o cantochão ao tedéu e o medo dos infiéis ao celebrante, mas assistiu-se à genuflexão e ao encómio do pregador aos fiéis de ar fúnebre. O discurso de Estado coube ao empossado, depois de o notário referir que bons eram os que saíam e maus os que entravam. Na liturgia da missa obrigatória saíram as ameaças e imprecações de quem sabe que esgota o tempo para outras homilias. Os falsários despedidos receberam a última bênção e aguardam a rápida venera de quem os ungiu, A Bem da Nação, sem se perceber se as indulgências plenas eram uma dádiva ou uma dívida. Os que ficaram levavam consigo a força da razão e o respeito pelo único livro sagrado – a Constituição da República –, um caderno de encargos que o celebrante e os despedidos desprezavam. Na taciturna tarde do Palácio da Ajuda não houve bálsamo que aliviasse os ress

O discurso da Ajuda e a dignidade da política...

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“ Tudo farei para que o País não se afaste da atual trajectória de crescimento económico e criação de emprego e preserve a credibilidade externa ”.  Discurso do Presidente da República em 26.11.2015 Segundo o protocolo, na cerimónia de posse do XXI Governo Constitucional, usariam da palavra o Presidente da República e o primeiro-ministro empossado. Na realidade, o PR quebrou as regras protocolares e deu voz no seu discurso ao governo cessante. Aliás, anteriormente, o PR já tinha explanado a sua sinuosa e contorcionista posição: “ A entrada em funções do XXI Governo Constitucional inicia um novo ciclo político. No entanto, os objectivos estratégicos do País permanecem… ” Discurso do Presidente da República em 26.11.2015 Quando o político com mais longa carreira de exercício de poder no pós-25 de Abril vem a público confessar que a sua visão política se orienta pelo princípio de que “ mudam as moscas, mas a merda continua a mesma ”, os portugueses deixam de preocupar

O sonho e a realidade

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Pensamento do dia

Depois da cumplicidade extrema com o governo da coligação de direita, da propaganda extrema à sua ruinosa gestão, da animosidade extrema à nomeação do governo legítimo de António Costa, Cavaco Silva terminou com um discurso de ameaça extrema ao governo que foi obrigado a empossar, numa humilhação extrema. Só lhe falta a extrema-unção.

Cavaco Silva e a estabilidade democrática

Cavaco Silva demorou cinquenta e um dias de vingança, ressentimento e declarações incendiárias para indigitar António Costa como primeiro-ministro do XXI Governo Constitucional. Foi o tempo perdido para a decisão inevitável onde introduziu o insólito verbo ‘indicar’, próprio de um cavador de enxada, inadequado ao léxico constitucional. Foi o lapso de tempo de quem preferiu os interesses do PSD aos do País, uma birra ao sentido de Estado e a retaliação gratuita contra 62% do eleitorado que não o suporta. Cavaco, ao submeter-se aos interesses e prazos da coligação da pior direita que capturou o PSD e o CDS, não previu que as últimas eleições legislativas seriam também o castigo à sua conduta presidencial. Como ninguém lhe disse que em quatro países europeus, Dinamarca, Bélgica, Letónia e Luxemburgo, o primeiro-ministro não é do partido que teve mais votos nas eleições, não percebeu que a fúria reacionária era um entrave ao bom funcionamento das instituições, adiando a inevitável in

A Direita, o 25 de Novembro e a profecia …

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As comemorações promovidas pelo PSD e CDS na AR relativas ao 25 de Novembro são absolutamente provocatórias.  Não está em causa fazer ou refazer a história. Ela será feita um dia e com certeza não sairá da cabeça ou da pena do eminente historiador Rui Ramos (convidado ‘especial’ para a sessão de hoje promovida pela Direita). Mas existe um facto indesmentível para quem tem mais de 60 anos. No 25 de Novembro de 1975 a Direita estava encolhida, actuava às escondidas e os que tinham um resquício de coragem para manifestar-se faziam-no ‘encostados’ ao PS, ou à sua sombra. Hoje, assumem o papel de donos da bola, pretendem até dispensar o PS, porque acham que conseguem jogar esse acontecimento contra a Esquerda, nomeadamente, contra os partidos à esquerda do PS. A Direita ‘brinca’ com a estabilidade governativa mas na praça pública faz-lhe vibrantes ‘juras de amor’.  Nestas comemorações ficaria bem à Direita citar um dos grandes protagonistas do 25 de Abril e, também, dos acontecim

A FRASE

«É preciso um governo que governe, é preciso um Orçamento que seja preparado e aprovado depois no Parlamento.» (Marcelo Rebelo de Sousa, em modo La Palice)

É a Dilma

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Parece a imprensa portuguesa contra António Costa

Foi um fartar, vilanagem

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Pensamento do dia

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Não querendo render-se o sitiado, rendeu-se o sitiante.

Bom dia, Portugal

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As exigências de Cavaco Silva e o onanismo presidencial

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Cavaco Silva, a desfrutar os últimos momentos de prazer mediático, interrompeu o ato de indigitar António Costa como primeiro-ministro do XXI Governo Constitucional. Esquecido das ameaças de cegueira com que os padres da sua infância o atormentaram, antes da idade da primeira ejaculação, quis fruir o prazer solitário do poder e alardear a importância que a Constituição lhe retirou no último semestre de hóspede no Palácio de Belém, quando a idade e o estatuto o desaconselhavam. O notário da pior direita que se governou em Portugal depois do 25 de Abril, protelou a assinatura formal à indigitação do novo governo, com os mais variados pretextos, quiçá por não ter caneta, faltar-lhe a tinta, ter esgotado o livro de atas ou, apenas, porque não. Acabou a exigir ao PS, sem qualquer legitimidade, o que não se atreveu a fazer ao PSD. Numa leitura pouco rigorosa da Constituição, sem o menor sentido de Estado, deixou apodrecer a situação política, económica e social enquanto Passos Coelho

Cavaco Silva e o próximo Governo Constitucional (XXI)

Quando da posse ao seu amado governo, depois da raiva do discurso contra a esquerda, em geral, e o PS, em particular, acabou por afirmar que, a partir daí, o futuro do governo cabia à AR. Aliás, tinha sido legítima a indigitação de Passos Coelho. Dizendo o óbvio, parecia um estadista. Os deputados, apesar da chantagem usada e do aliciamento tentado, honraram a ética e a Constituição, este toucinho que os talibãs da direita não deglutem. Quando se esperava que a lógica constitucional, o interesse nacional e a decência cívica, o apressassem a indigitar António Costa, decidiu adiar, chamando a Belém 28 figuras da direita, 2 do centro e 1 da esquerda para arranjar ‘um 31’ ao País, sabendo que agravava a situação que criou ao adiar para tão tarde as eleições. Belém pareceu uma casa de alterne, com cavalheiros, a entrar e a sair, a ‘cagarrarem’ à comunicação social os mesmos pensamentos profundos que a meditação das Selvagens sedimentou no venerando chefe do Estado. Cavaco, na obstin

A FRASE

«A minha candidatura é independente, está aberta a todos os apoios que venham a surgir ou não, não pede apoios e, portanto, não me cabe a mim decidir aquilo que partidos, movimentos, grupos, pessoas pensem acerca das presidenciais e dos apoios que devem dar ou não.» (Marcelo Rebelo de Sousa, ex-comentador televisivo e candidato a PR)

NATO: as primeiras e veladas ‘ameaças’…

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Enquanto se verifica uma relativa discrição sobre a possibilidade de um Governo liderado pelo PS e apoiado pelos partidos à sua Esquerda, por parte de Bruxelas, Berlim e Frankfurt eis que é mandado avançar para a liça o Senhor Embaixador dos EUA em Lisboa link . Existe a sensação de que a UE espera para ver, enquanto outros se armam em ‘franco-atiradores’ e disparam sobre tudo o que possa mexer. São os conhecidos ‘snippers’ e deles temos uma trágica experiência. Os perenes guardiões da NATO e os esforçados zeladores da sua presente capacidade operacional, neste ínterim, cavalgam a onda de uma volúvel assepsia política, disfarçada de uma pureza e grandiosidade democrática, na verdade dissimuladora de opções ideológicas que nunca explicitam. A organização nascida no calor da ‘guerra fria’, com o mundo dividido em 2 blocos militares, nunca questionou como foi possível que um País como o nosso, vivendo num regime ditatorial, fosse um dos membros fundadores dessa associação. A ‘

É urgente ilegalizar o PCP, o BE e o PEV e até o PAN

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Quando os incautos votam em partidos que não têm legitimidade para ser governo, nem sequer para apoiar, é inaceitável que tais partidos subsistam e, ainda menos, que possam disputar eleições. Deus, Pátria e Família não se discutem. As eleições serão boas para os ingleses mas não servem os portugueses, habituados a quem manda, incapazes de distinguir partidos bons dos maus e tão incautos que aceitam que o PS possa decidir a sua política de alianças ou entendimentos com quem lhe aprouver. Há portugueses renegados que defendem os sindicatos, o direito à greve, a liberdade de associação e outras bizarrias e, pior, que os resultados eleitorais possam sobrepor-se ao que pensam os que votam bem e que a AR sirva para criar governos. Felizmente, e nisso concordam os amigos do Professor Cavaco, o patriarca de Lisboa e os amigos do peito e da hóstia de Sua Excelência, a Pátria não pode ser entregue a quem não dá garantias de a estimar, de chorar o império perdido e de sentir nostalgia de

Carta aberta ao Sr. Aníbal Silva

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Excelência: O cargo que ocupa e em que é reincidente obriga-me, por respeito à função, a dirigir-me com o tratamento adequado, mas a forma como o exerce provoca-me asco e cólera. Não sei como pôde aparecer onde chegou sem saber o número de cantos d’Os Lusíadas, hesitando entre as divisões do poema épico e o número de vértices do paralelepípedo, e atingir a média aritmética por palpite. Mas dói a um republicano vê-lo terminar o cargo a julgar que ‘cidadões’ é o plural de cidadão, não pela ignorância em que é reincidente mas pelo rudimentar entendimento do significado do substantivo. A forma como trata a Constituição da República, que jurou defender, não pode ser só desprezo, há de ser um problema de iliteracia, não se percebendo como pôde aceitar o título de catedrático de Literatura, outorgado pela Universidade indiana de Goa. Ainda se fosse de Teologia, fazia jus ao presidente da Comissão de Honra para a Canonização de Nun’Álvares Pereira que V. Ex.ª foi! V. Ex.ª considera ‘

Belém, o novo governo e a insustentável leveza de Cavaco…

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Ao que consta na comunicação social o líder do PSD terá comunicado hoje ao Presidente da República que “ cabe ao PS construir uma solução de Governo ” link . Não se percebe porque só agora o PSD decidiu dar tréguas à virulenta chicana política a que se dedicou, de corpo e alma, desde 4 de Outubro e subitamente resolveu ‘descer à Terra’. Claro que a Direita vai afirmar aos quatro ventos que o faz pelo sentido da responsabilidade e considerando o ‘interesse nacional’. Todavia, decorrido este longo lapso de tempo o que a Direita verifica é que não existe o ‘esperado’ clamor dos parceiros europeus, nem se verificou uma apocalíptica balbúrdia nos ‘mercados’. Mais a Direita finalmente acordou e compreendeu que a sua continuação como Governo de gestão dentro do actual contexto existente na Assembleia da República equivalia a ser ‘cozinhada em lume brando’. Esta seria a hipótese mais benigna. Porque existem condições objectivas para, no caso de o PS não ser chamado a formar Gove

Francisco Franco – F. 20 de novembro de 1975

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Há quarenta anos, convenientemente sacramentado, faleceu o maior genocida ibérico da História. Deixou centenas de milhares de mortos, execuções macabras nas arenas e um país atrasado e violento, em trinta e nove anos de poder discricionário. Derrubou o governo legal de Espanha e impôs uma ditadura fascista cuja crueldade foi a imagem de marca que a Igreja católica ungiu. Teve cúmplices e amigos, alguns que hoje estão nos altares da Igreja romana, como Santo Escrivà, e uma caterva de torturadores e assassinos ao seu serviço. Foi o carrasco do povo espanhol, produto da Espanha feudal, beata e analfabeta, de uma sociedade formatada por sectores católicos que aderiram nazismo. O carrasco cuja consciência nunca o atormentou deixou como herança uma monarquia tão ilegítima como a sua torpe ditadura.  O criminoso que Hitler ajudou a ganhar a guerra e que massacrou o povo espanhol com o poder destruidor da sua aviação, é hoje o símbolo sinistro de uma época hedionda, o déspota sem prin

O ambiente concentracionário dos conventos

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Não me permito com títulos de caixa alta dos jornais fazer julgamentos que cabem aos tribunais e, mesmo que venha a provar-se a prática de esclavagismo, no ambiente pio de conventos, não generalizarei. O que sempre me incomodou foi a displicência com que o Estado permite à Igrejas uma impunidade e privilégios que nega a outras organizações. Se um padre e algumas freiras são capazes de exercer sevícias sobre noviças é um crime hediondo mas igual ao que em outros locais e com outras gentes pode ser cometido. O que não pode deixar de merecer séria reflexão é a sanidade mental de quem se isola da vida e do mundo, os motivos e, sobretudo, a liberdade de opção. Aliás, a liberdade individual é um direito irrenunciável e a clausura, ainda que voluntária, um atentado. Os antecedentes dos conventos da Irlanda que os tribunais encerraram deviam fazer-nos pensar em Portugal, onde a Concordata transformou em protetorado o País, concedendo privilégios intoleráveis e isenções fiscais into

Cavaco nunca tem dúvidas e raramente se engana

Não se enganou quando preencheu a ficha da pide, salvo na ortografia, o verbo ‘haver’ é traiçoeiro, para poder fazer uma qualquer investigação académica, como alegou; quando permutou a vivenda Mariani com um terreno que já tinha construídas a vivenda Gaivota Azul e a piscina, à espera de licença de construção; quando foi jantar a casa de Ricardo Salgado com a amantíssima esposa, para ser ungido por ele, tendo como testemunhas os casais Marcelo e Durão Barroso, para a candidatura ao primeiro mandato presidencial; quando comprou e vendeu ações da SLN onde, numa manifestação de ternura paternal, deu uns milhares de euros a ganhar à filha Patrícia. Não tinha dúvidas, mas aconteceu, que um governo do PS o privou da acumulação das reformas e do vencimento de PR, numa lei geral, como deve ser, obrigando-o a optar. Às reformas juntou o subsídio de representação de PR que, em conjunto, mal dá para as despesas do casal, e o ressentimento que persiste contra o PS. Não tinha dúvidas de que o B

Trinta segundos de humor

A fé é que os salva

Belém e o 'espectáculo' de hoje….

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O presidente da República dedica-se, no meio de uma crise política, a fazer aquilo que todos verberamos: ‘ encanar a perna à rã ’. Já não basta a evocação por parte da coligação de Direita de um oportunista ‘Consenso Constitucional’ para sustentar o Direito ‘natural’ do Centro Direita em eternizar-se no poder, para estarmos agora confrontados com um espúrio ‘ engonhanço ’ presidencial. O passatempo a que o inquilino de Belém dedicou ontem será muito semelhante a uma prática que tem uma marca política indelével e vergonhosa mas também longa (foram quase 48 anos!). Trata-se do jargão corporativista que definia o auscultar das ‘forças vivas da Nação', num período de perseguição ou proibição de partidos políticos.  Hoje, quando se observa o corrupio em Belém de banqueiros (ou de administradores de bancos) assalta-nos a dúvida sobre o verdadeiro estado da Nação. A última vez que os vimos nestas romagens foi em 2011 quando o País foi cercado e posteriormente capturado pelo

O Islão e a civilização

É fácil islamizar uma civilização, difícil é civilizar o Islão. O mais feroz monoteísmo é a cópia grosseira dos monoteísmos anteriores, servida pela lógica implacável da guerra aos infiéis. O proselitismo é comum mas a Reforma, o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa foram os passos que permitiram substituir a alegada vontade de Deus pela dos homens e submeter o clero ao poder secular. O erro maior é o tratamento das religiões de forma diferente do das outras associações, incluindo os partidos políticos. A pregação da violência, os apelos à morte dos infiéis e a fanatização que se permite, em nome do multiculturalismo, nas madraças e mesquitas, é objeto de uma benevolência de que nenhuma outra associação goza. O Corão é mais perigoso do que o «Mein Kampf», de Hitler, mas o manual terrorista de Maomé goza de complacência com o risco de incentivar ações criminosas e respostas racistas contra os crentes em vez do combate eficaz à crença. Pode dizer-se – e é verdade –,

A frase

“ vocês têm uma banana maior e mais saborosa ” ( Cavaco Silva, na viagem à Madeira)

Cavaco nunca tem dúvidas e raramente se engana – diz ele

Não se enganou quando preencheu a ficha da pide, salvo na ortografia, o verbo ‘haver’ é traiçoeiro, para poder fazer uma qualquer investigação académica, como alegou; quando permutou a vivenda Mariani com um terreno que já tinha construídas a vivenda Gaivota Azul e a piscina, à espera de licença de construção; quando foi jantar a casa de Ricardo Salgado com a amantíssima esposa, para ser ungido por ele, tendo como testemunhas os casais Marcelo e Durão Barroso, para a candidatura ao primeiro mandato presidencial; quando comprou e vendeu ações da SLN onde, numa manifestação de ternura paternal, deu uns milhares de euros a ganhar à filha Patrícia. Não tinha dúvidas, mas aconteceu, que um governo do PS o privou da acumulação das reformas e do vencimento de PR, numa lei geral, como deve ser, obrigando-o a optar. Às reformas juntou o subsídio de representação de PR que, em conjunto, mal dá para as despesas do casal, e o ressentimento que persiste contra o PS. Não tinha dúvidas de que o B

É preciso topete

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DN, hoje, pág. 15 - Ó filha, chama-lhe tu primeiro, antes de te chamarem a ti. Agora são os filhos delas que atribuem aos outros o que eles pensam.

Voltar a recordar

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Noticiário

Ontem, numa conversa com o ex-presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, Passos Coelho afirmou: «…julgo que daqui a mais duas semanas a nossa situação será definitivamente clarificada. E haverá um novo governo para negociar com Bruxelas». O que terá tramado com Cavaco Silva que o País não deva saber? Se é um golpe constitucional que está em preparação, os democratas têm de estar alerta para declarar o «estado de emergência cívica».

Nicolas Sarkozy e a pena de morte

Sarkozy propõe-se, no caso de ser eleito presidente da República Francesa, restabelecer a pena de morte para os suicidas terroristas. É esta cobardia que os terroristas exigem, o retrocesso civilizacional por que a demência islâmica luta, a capitulação de políticos populistas, perante as exigências mais primárias, por um punhado de votos. É tão grave a ameaça do recuo civilizacional face à chantagem do terror, que arriscamos perder o que levou séculos a conseguir. Há quem renuncie à razão para responder à demência da fé, quem recorra à pena de Talião, quem julgue que o problema se resolve criando outro. Sendo duvidoso julgar um suicida que não falha é incompreensível que o Estado ajude a consumar o desejo de quem falhou. Perante um ato que aturdiu o mundo civilizado, só a demagogia justifica políticos capazes dos maiores desvarios em troca de votos. Que os partidos de extrema-direita, ávidos de destruir a democracia e de substituir uma religião por outra, usem a emoção coletiva

Paris, 2015.

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O gravíssimo atentado terrorista em Paris, no passado fim-de-semana, atingindo o coração da Europa, levanta muitos problemas para além das questões imediatas de segurança. Interessa, em primeiro lugar, entender quais os objectivos do Daesh ao levar tão longe esta bárbara e selvática agressão. Não basta prometer uma resposta dura e exemplar, entenda-se, de 'retaliação'.  Deve o Mundo civilizado ir mais além e orquestrar um plano de emergência internacional que clarifique e responda a esta crítica situação introdutora de altos níveis de perturbação na vida dos cidadãos.  Não devemos cometer os mesmos erros, despoletados pelo atentado contra as torres gémeas em Nova Iorque, e que levaram a uma abrupta intervenção bélica no Médio Oriente, com os resultados que hoje estão à vista.  O ‘jihadismo’ não é fácil de combater porque a dita ‘civilização ocidental’ tem dificuldades em o entender. Existe a sensação que fomos colocados perante um violento recuo à Idade Média l

Mensagem ecuménica

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A excursão presidencial à Madeira

Seria injusto pensar que a excursão voluntária de Cavaco Silva à Madeira se deve a uma homenagem à viagem a que Tomás foi obrigado na sequência do 25 de Abril. Então foi a mudança do regime que, por higiene e segurança, obrigou à deslocação do último PR da ditadura fascista, agora é o PR que gostaria de mudar o regime que voluntariamente se desloca. O que causa perplexidade não é o passeio, é a inoportunidade. É provável que não se dê conta do prejuízo que causa ao País, da intranquilidade que grassa e da crispação social que causa. Quem, depois de resolvido o problema do Governo na Assembleia da República, único local adequado e legítimo, ainda se recreou a ouvir várias corporações, alheio à CRP e à urgência, certamente que o País é a última das suas preocupações. No ocaso das funções para cujo exercício lhe minguou sensibilidade, estofo e cultura, a viagem à Madeira é a ausência do cargo que, em boa verdade, nunca exerceu. Não foi mais do que um porta-voz da última coligação de

ATENTADOS ISLÂMICOS EM PARIS

Não há desculpa nem justificações possíveis para os atentados perpetrados em Paris por fundamentalistas islâmicos. Não há CIAs, nem Bushs nem Blairs que justifiquem ou desculpem essa barbaridade. Esses têm graves responsabilidades no que se passa atualmente no Médio Oriente. Mas não justificam o assassinato de civis inocentes em Paris. Os islâmicos são pessoas como nós. Não são máquinas que funcionam automaticamente, nem cães de Pavlov que reajam por reflexos condicionados. Não há armas em Paris que lancem mísseis para o Médio Oriente. Os atentados foram premeditados, pensados, planeados e combinados por homens dotados de inteligência e sentimentos (bons ou maus). São imputáveis e responsáveis. Os atentados foram deliberadamente perpetrados contra homens, mulheres e crianças inocentes. Não há qualquer justificação nem desculpa. Espera-se que os países civilizados reajam adequadamente contra as barbaridades cometidas pelo denominado Estado Islâmico.

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) 14-11-2015

À Embaixada de França contact@ambafrance-pt.org Senhor Embaixador Jean-François BLAREL Excelência: A Direção da Associação Ateísta Portuguesa (AAP), profundamente consternada com o terrorismo que ontem ensanguentou a França e feriu o mundo civilizado, vem por intermédio de V. Excelência, apresentar condolências às famílias das vítimas e ao povo francês. A AAP pede ainda que transmita ao Presidente da República e ao seu Governo a nossa solidariedade com a laicidade de que a França é pioneira e exemplo, e cujo reforço se exige para a defesa da civilização, da democracia e da convivência que são apanágio da Europa. O proselitismo religioso não é apenas nocivo e prejudicial, é – como tragicamente se vê – letal e potencialmente destruidor da civilização. Na defesa de uma sociedade plural não se pode contemporizar com o extremismo totalitário, religioso ou outro. Contamos com a determinação francesa para que a razão se sobreponha aos dogmas e a cidadania à barbárie que alguns

O Islão, o terrorismo fascista e a política externa ‘ocidental’

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Quando se lambem as feridas de mais um atentado terrorista que ensanguentou Paris e feriu a civilização, são inoportunas as referências a crimes que a Europa e os EUA têm cometido no Médio Oriente e noutros países do Planeta. Lembrar a cimeira das Lajes, agora, é um ato masoquista e a forma de desviar atenções da natureza terrorista do Corão, do fascismo islâmico, dos gritos ululantes com que a rua islâmica assinala entusiasticamente o triunfo da fé sobre a razão. Todos os democratas e humanistas lamentam que não sejam julgados os cruzados que invadiram o Iraque ou alimentam terroristas bons (os seus) contra os maus (os outros). Sabemos que a sinistra monarquia da Arábia Saudita pertencia aos bons e o Iraque aos maus, mas referir agora esses motivos minimiza a crueldade do Islão e apoia a demência da fé que um beduíno amoral espalhou. Há hoje um combate que chama ateus, agnósticos e, sobretudo, crentes. É um combate na defesa da laicidade, na proteção dos crentes contra as suas

Acordos, posições e circunstâncias: ‘to be or not to be’…

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Quando se olha para o “ Acordo de Governo e de Colaboração Política entre o PSD e o CDS ” link , celebrado na sequência das eleições de 4 de Outubro, percebe-se quais as motivações que estão por detrás das ferozes críticas aos recentes aos recentes entendimentos entre o PS e os partidos BE, PCP e PEV. O acordo de governo PSD/CDS é um pacto de submissão às actuais direcções partidárias (até o nome do líder desta ‘concordata’ é aí explicitado) e um conjunto de generalidades operacionais e de índole disciplinar de incidência parlamentar recheadas pelo meio com expressões bizarras do tipo “inverno democrático”, etc. Mas, para além disso, a precipitação da conclusão deste acordo para ‘marcar terreno’ foi em termos tácticos absolutamente extemporânea tendo colocado liminarmente o PS fora do contexto governativo da Direita (a não ser que optasse por um suicídio político).  A Esquerda tem esta dívida pendente perante os voluntariosos e imprudentes estrategas da Direita. Mas regres

Paris – Atentados

Em Paris vive-se o horror de uma orgia de sangue que, em sete pontos distintos, visaram espalhar o terror, manifestar o ódio e submeter a liberdade. É cedo para atribuir a origem da bem delineada estratégia de terror. Foi organizada com rigor exemplar, notável eficácia e crueldade insuportável. É cedo para identificar os autores mas já é tarde para prevenir os danos e não é arriscado dizer que a civilização de que nos reclamamos foi atingida no coração da Europa numa reincidência desmoralizadora. Se quisermos preservar a democracia, único sistema em que vale a pena viver, seremos obrigados a submeter aos padrões civilizacionais que nos regem todos os que queiram integrar o espaço europeu. Não podemos ficar reféns do terrorismo, seja qual for a sua origem, seja qual for o pretexto, venha de onde vier.

Notas de Circunstância 2: De uma democracia para a outra

Notas de Circunstância 2: De uma democracia para a outra : Política : Olhando em redor, a sensação é cada vez mais clara de que andam por aí muitos altos (ir)responsáveis pol... Vale a pena refletir para que os que leem se sintam também obrigados a fazê-lo.

Pedro Arroja, medíocre político e execrável cidadão

Na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP) tornou-se notado o Prof. Pedro Cosme Vieira, ideólogo do deputado do PSD, Duarte Marques, e autor da solução para os refugiados: «Em vez de tentar salvar as pessoas que vêm nos barcos precários, ‘salva-los’ atropelando-os com navios portugueses e, depois, todos os que consigam nadar, meter um tiro em cada um», forma de parar a fuga da «pretalhada» [sic] para a Europa. Agora tornou-se notícia outro primata de vestes talares da FEUP. Numa das numerosas entrevistas que os canais televisivos transmitem e onde se disputa o lixo tóxico da pior direita, apareceu Pedro Arroja, economista ultraliberal, marialva insolente e misógino. No Porto Canal, Pedro Arroja referiu-se a três políticas portuguesas, Catarina Martins, Mariana Mortágua e Marisa Matias, como “aquelas esganiçadas do Bloco de Esquerda”. A docência universitária não é incompatível com a boçalidade nem o grau académico é vacina contra o dislate. Pedro Arroja, empolgado, ac

Passos Coelho e a vertiginosa proposta…

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Afinal demorou apenas 48 horas. Cá temos o governante demitido pelo Parlamento a pedir a dissolução do órgão de soberania e convocação de novas eleições link .  Tudo isto acontece num País onde a Constituição foi repetidamente desrespeitada e passaria, de futuro, a ser um serviço ' à la carte '. Para tentar reconduzir a coligação de Direita ao poder não haveria custos políticos, sociais ou económicos. O sistema financeiro – tudo indica – estaria disposto a contemporizar. Quantas vezes será preciso repetir as eleições é impossível prever mas de certeza as necessárias para esta coligação chegue a bom porto, provavelmente a bordo de um submarino. Tudo seria, posteriormente, recompensado com juros e capital, sacrificando as vítimas do costume. Concomitantemente, será de prever que os ‘mercados’ vejam com bons olhos esta tentativa de ‘rectificação’ (seria um novo 'ajustamento') e, inclusive, seria de esperar que as agências de rating  se disponham a melhorar as

Portas e Coligação: caminhos ‘de futuro’, mas não propriamente ‘com futuro’…

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Nasceu um novo partido político: o celebrado ‘Portugal à Frente’. Trata-se de uma coligação eleitoral que, em princípio, deveria dissolver-se com o acto eleitoral. Na realidade, passou a fazer ‘jornadas’ link . Por duas razões: Primeiro, porque pouco mais de 1 mês após a ida às urnas está empenhada na sua repetição (chama-lhe ‘Caminhos do Futuro’); segundo, porque o CDS imerso nas suas contradições dissolveu-se na voragem neoliberal e deixou de ter vida própria. Estas duas razões são importantes para compreender a actual estratégia da Direita.  A primeira razão traduz a constatação de que a actual Europa – de dominância do PPE - tenta sempre que as eleições quando não correm bem (na perspectiva dominante) deverão ser repetidas, as vezes necessárias, até obter o resultado desejado por Berlim. Foi assim na Grécia e com o PASOK.  A segunda razão tem a ver com a arrumação partidária que a situação europeia pretendeu operar, isto é, a completa desorganização da Esquerda, que passar