José Fonseca e Costa


Morreu um homem que teve uma vasta influência no novo cinema português (ou se quisermos: 'Cinema Novo Português'). 

Quem não se lembra do genial filme: ‘Kilas, o mau da fita’?

Foi um homem de Esquerda, visceralmente antifascista, que se tornou uma referência no meio cinematográfico e por arrasto, coerência e frontalidade incómodo e, por tal facto, viria a conhecer os cárceres da PIDE. 
No início da sua carreira foi preterido em vários concursos para empresas públicas (como a RTP) e afastado de beneficiar de várias bolsas, pela firme posição de combate à ditadura salazarenta.

Depois do 25 de Abril a única benesse que usufruiu foi continuar o seu percurso de realizador passando, mesmo assim e apesar da liberdade instituída, por diversos revezes e restrições no que respeita a apoios oficiais oriundos, por exemplo, do ICA, cuja teia burocrática criticou publicamente há cerca de 1 ano.

Morreu aos 82 anos com um trabalho cinematográfico em mãos (num novo filme – “Axilas” baseado num conto de Ruben Fonseca). 

Fonseca e Costa merece que, nesta hora, os portugueses e o cinema nacional lhe manifestem o devido reconhecimento pela coerência de vida e pela obra que nos deixou.

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