Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
A partes nunca chegam ao ser um todo quando ficam acantonadas ou se circunscrevem a fracções. Era isso que estava na cabeça de Passos Coelho desde o dia 4 de Outubro e lhe saiu furado. Por isso agora, em vez de se remeter às contas, resolve divagar pela filosofia holística. O que é incompreensível para um homem que se apresenta como pragmático e durante 4 anos esteve agarrado a números, índices, projecções e folhas de Excel.
Quando um primeiro-ministro vê o seu governo acabar demitido pelo Parlamento, isto é, no nosso sistema constitucional, na Casa da Democracia, ninguém percebe do que se orgulha.
Pedro Passos Coelho não vai (combativo) para a Oposição porque, na realidade, foi enxotado para lá, contra a sua vontade.
E a partir de agora vamos ter tempo para recordar as suas perorações sobre o papel da Oposição proferidas durante os últimos 4 anos. Porque a nova situação política que se alevanta também deverá abrir espaço para o riso. Choro e ranger de dentes já chega...