Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Os portugueses devem estar perplexos, confusos, angustiados e a interrogação que, neste momento, deve percorrer transversalmente o País não andará longe disto:
- Que tipo de País somos, que permissividade ostentamos para que uma mente tão fechada, obtusa e mesquinha pairasse pelos círculos do poder, durante mais de 20 anos?
Bem, por norma, não se morre duas vezes excepto se o desempenho em vida nada tenha de diferente da 'mortífera' nulidade.
Então, o 'estado natural' é estar sempre (repetidamente) morto...ou, se quisermos, transformar-se num 'morto-vivo'.
Penosamente, vai ser esta a postura nos 2 meses de funções que lhe restam.