Cavaco e as presidenciais
O carro de apoio à candidatura de Cavaco Silva já está em movimento. Um dia aparece um artigo do candidato, no outro almoça com antigos governadores civis, depois hão-de aparecer os empreendedores, os universitários e um ou outro artista, algum escritor e meia dúzia de intelectuais para dar colorido ao albergue espanhol dos seus apoiantes. Ele próprio há-de aparecer com um livro que sirva de pretexto a uma reunião social.
Cavaco é um homem sério e não merece que o achincalhem por se disponibilizar para ocupar o posto cimeiro do Estado, mais pela carga emblemática do que pelo poder efectivo das funções. Se viesse a ser presidente da República era um direito legítimo do cidadão responsável e respeitável.
No entanto, o problema maior são os apoios que se perfilam. Contra a sua vontade, Cavaco é a desforra com que contam os derrotados de 20 de Fevereiro, os oportunistas que ungiram Santana Lopes e os inocentes que confiaram em Durão Barroso.
Os indefectíveis do antigo primeiro-ministro dedicaram-se aos negócios e trataram de enriquecer. Foram à vida. O próprio Cavaco abandonou a participação cívica e apenas apareceu nas eleições legislativas, fugazmente, para não ser esquecido. É um gestor, não é um diplomata. Foi assim que se afastou da política onde hoje não é mais do que a bandeira ansiada por derrotados e ressentidos.
Não é o homem de consensos que ajude a tranquilizar o País. Contra a sua vontade, não é o bálsamo de que a direita precisa, é a arma com que esta direita pretende disparar. Não lhe interessa o perfil para as funções, deseja que ameace e iniba o Governo e, logo que possível, provoque eleições. Graça Moura foi o primeiro a afirmá-lo.
O País arrisca-se a regressar à crispação e à instabilidade em que a coligação de direita o deixou. A debilidade do PSD e a desagregação do CDS necessitam de uma vitória, que possam reclamar como sua. É o pretexto para o ajuste de contas, a vingança e o desafio ao actual Governo.
A vitória de um candidato de direita seria péssima para Portugal. Não por causa de Cavaco Silva.
Mas, apesar dele.
Carlos Esperança
Cavaco é um homem sério e não merece que o achincalhem por se disponibilizar para ocupar o posto cimeiro do Estado, mais pela carga emblemática do que pelo poder efectivo das funções. Se viesse a ser presidente da República era um direito legítimo do cidadão responsável e respeitável.
No entanto, o problema maior são os apoios que se perfilam. Contra a sua vontade, Cavaco é a desforra com que contam os derrotados de 20 de Fevereiro, os oportunistas que ungiram Santana Lopes e os inocentes que confiaram em Durão Barroso.
Os indefectíveis do antigo primeiro-ministro dedicaram-se aos negócios e trataram de enriquecer. Foram à vida. O próprio Cavaco abandonou a participação cívica e apenas apareceu nas eleições legislativas, fugazmente, para não ser esquecido. É um gestor, não é um diplomata. Foi assim que se afastou da política onde hoje não é mais do que a bandeira ansiada por derrotados e ressentidos.
Não é o homem de consensos que ajude a tranquilizar o País. Contra a sua vontade, não é o bálsamo de que a direita precisa, é a arma com que esta direita pretende disparar. Não lhe interessa o perfil para as funções, deseja que ameace e iniba o Governo e, logo que possível, provoque eleições. Graça Moura foi o primeiro a afirmá-lo.
O País arrisca-se a regressar à crispação e à instabilidade em que a coligação de direita o deixou. A debilidade do PSD e a desagregação do CDS necessitam de uma vitória, que possam reclamar como sua. É o pretexto para o ajuste de contas, a vingança e o desafio ao actual Governo.
A vitória de um candidato de direita seria péssima para Portugal. Não por causa de Cavaco Silva.
Mas, apesar dele.
Carlos Esperança
Comentários
CACA:
CLUBE DE
AMIGOS DO
C LE MENTE
AUTARCA
O VERDADEIRO Nº 2 DO PS-CONTRA O Nº 2 DO PSD
A GUERRA ESTÁ EM ALTA NA BAIXA....COM MUITO CHÁ
Pelo fim da Cobardia edp OPORTUNISMO à Esquerda:
"Manuel Alegre
Manuel Alegre é cada vez mais provável como candidato à Presidência da República. Apesar da vantagem que Cavaco Silva claramente tem sobre qualquer candidato, engana-se quem o dá como simples candidato para marcar presença. Alegre não é apenas um grande tribuno. É um homem com pensamento político estruturado, uma referência do regime democrático, e alguém com espessura cultural bastante para ser levado muito a sério. Hoje, a esquerda não tem melhor."
in DN 13 Naio.2005
Assinado: Lefty
Está tudo doido ou quê?
Olha, leiam o VJSILva:
"Ideia-chave"
Vicente
jorge Silva
Embora continue a manter o tabu acerca da sua candidatura presidencial, Cavaco Silva vai lançando sinais sucessivos que apontam para essa inevitabilidade. O último foi um artigo no Público de anteontem, onde Cavaco, retomando uma obsessão recorrente dos tempos em que foi chefe do Governo, apresenta como "a ideia-chave" para o futuro do país o "aumento da capacidade competitiva das empresas no plano internacional". A tese, os argumentos e até a sua formulação são quase uma fotocópia de discursos e intervenções com mais de dez anos, em particular quando Cavaco refere a necessidade de apostar "mais fortemente na inovação, na modernização tecnológica, na melhoria da qualidade da gestão, na qualificação dos recursos humanos, no desenvolvimento de redes de distribuição, no design, na marca, no marketing, no apoio aos clientes, na especialização em produtos de maior valor acrescentado".
O ex-primeiro-ministro toca, de facto, num ponto sensível e consensual. Só que ele próprio não foi capaz de concretizar a sua "ideia-chave" quando dispôs de um longo período de governação em maioria absoluta. O voluntarismo político-económico não se revelou então suficiente. Que leva Cavaco a pensar que o será agora?
A competitividade da economia portuguesa é uma questão bem mais complexa do que o ex-primeiro-ministro parece sugerir. Além dos clássicos bloqueios mentais e culturais do país, é preciso ter em conta que alguns importantes sectores do nosso tecido económico tradicional deixaram já de ser competitivos. Uma "ideia-chave" com sentido estratégico deve apontar, por isso, para um diagnóstico rigoroso e sem ilusões do que é ou não recuperável, concentrando as energias do país nos sectores onde as nossas vocações, potencialidades e vantagens comparativas (geográficas, climatéricas, ambientais e produtivas) podem fazer a diferença no futuro."
Diário de noticias de 13.5.2005
ESTA MALTA DA CANDIDATURA MALÓ,PERDEU O ARGUMENTO "DA EQUIPA DOS BRASILEIROS" E AGORA ATACA EM TODAS AS DIREÇÕES...SEM MARCAR NADA
DEIXEM-NO TRABALHAR...OU AFUNDAR..
DEPOIS,BEM PREGA FREI TOMÁS...SE É TÃO PREJUDICÍAL QUE O HOMEM ESTEJA NA CMC E NA AAC,PORQUE É QUE MALÓ NÃO SE DEMITE DA AM E AINDA POR CIMA VAI CONTINUAR A APOIAR ENCARNAÇÃO COMO SEU COORDENADOR DE CAMPANHA
SIM,PORQUE O SIMON ESTÁ NA CMC PORQUE O PRESIDENTE ASSIM O DESEJA
ONDE ESTÁ A TÃO PROPALADA HONESTIDADE MORAL E INTELECTUAL?
VERDADE?
MENTIRA?
VOCÊ DECIDE
DO AMIGO ZÉDUBAR
O seu texto, se não me desse para rir, teria dado para chorar!
Você disfarça mal a sua mágoa por a sua "esquerda caviar" orfandar de um bom candidato.
à falta disso, abatamos Cavaco!
Temo que Cavaco não dormirá, com o imenso receio!
Deixem o homem em paz!
A. L.
Problema são as expectativas colocadas no cargo/função - excessivas.
Que me parecem mais do domínio da psicologia/lei das compensações, do que de uma sociedade desenvolvida. Com bons e sérios governos.
Quem viveu no país miserável de Salazar só pode entender o seu comentário como sendo de uma pessoa que é demasiado nova ou excessivamente fascista ou que acumula.
Cavaco pode ter o seu mérito mas não o fassam um Messias,
Os Portugueses não podem continuar a acreditar em homens salvadores, demos mais lugar as ideias e as praticas.