Eleições presidenciais
Há tempos que a Confraria de Boliqueime entrou em delírio com a possibilidade de instalar Cavaco Silva em Belém. Trata-se, aliás, de um professor competente, cidadão respeitável e antigo primeiro-ministro.
Não merecia certamente a histeria de Vasco Graça Moura, o mais inveterado almocreve do cavaquismo, que logo alvitrou que era o PR ideal para convocar novas eleições e correr com os socialistas do Governo, na primeira oportunidade. Bastava essa probabilidade ser plausível para o tornar pouco recomendável para as funções.
Creio, todavia, que o sorumbático economista não merece a afronta que os seus devotos lhe fazem e que tem um sentido de Estado incompatível com os apetites vorazes dos mais ressentidos reaccionários. É, de facto, um bom candidato da direita e com mérito.
A direita temeu a candidatura de António Guterres, político cujo prestígio e provas dadas o tornavam um adversário temível. Os indefectíveis da direita extrema, contaram com o arquitecto Saraiva, do Expresso, o impagável Luís Delgado, Marcelo Rebelo de Sousa e o inefável António Barreto, entre outros, para sistematicamente o atacarem e lhe minarem o prestígio em ataques concertados, quase sempre injustos, algumas vezes cobardes, perante o silêncio e o desprezo do presidente da Internacional Socialista.
Agora, na muito provável hipótese de ser outro o candidato da esquerda, já não palram nem crocitam contra Guterres e começam a espalhar que a esquerda não tem candidato credível. Iremos encontrá-los de novo a denegrir o candidato da esquerda, seja ele qual for, enaltecendo as qualidades dos mais inverosímeis, para fingirem isenção.
A esquerda tem obrigação de ganhar as eleições presidenciais, por várias razões:
1 - Não lhe faltam cidadãos respeitáveis, prestigiados e competentes;
2 - O eleitorado é maioritariamente de esquerda;
3 - A estabilidade governamental necessária à recuperação do País não se compadece com um PR hostil ao PS.
4 - A direita está dilacerada por rivalidades internas e a lamber as feridas recentes.
5 - A esquerda compreenderá que não é viável um candidato à esquerda do PS e que a direita não merece a oportunidade de se recompor a partir de Belém, depois do desastre que constituiu a sua presença no Governo durante os últimos três anos.
Carlos Esperança
Comentários
Cavaco é um professor competente. Não tenha dúvida. Conheço muitos antigos alunos dele que o atestam.
Não utilisei o adjectivo para qualificar outra função.
Portanto, a falta de memória de que me acusa não tem razão de ser.
Está de acordo?
Escuso de dizer que jamais seria capaz de apoiar Cavaco. Pertenço a outra família política e conheço uma dúzia de nomes que dariam melhor PR do que ele.
No entanto, não cito nenhum. Aguardo que os próprios se cheguem à frente e que a esquerda se pronuncie para decidir a quem entregar o meu voto.
Na segunda volta já não terei dúvidas.
Já não há almoços grátis?!
Tenham medo tenham muito medo.
Não temos razão alguma para ter medo... a direita sim...se perder as eleições presidenciais e as principais câmaras do país...ficará 8 anos a assobiar ...
quanto às Presidenciais, só lembro a longa metragem que foram as eleições presidenciais: SOARES É FIXE!
Partir com 8% e GANHOUUUUUUUUUUUUU
OLHEM PARA O PARLAMENTO E VEJAM SE O PAÍS É OU NÃO MAIORITARIAMENTE DE ESQUERDA?
Na segunda volta só disputarão dois...e aí....xiuuuuuuu..é melhor estarem caladitos!
Essa mania de colocar Portugal na dicotomia esquerda e direita tem muito que se lhe diga, mais ainda quando refere que basta ganhar Lisboa e Porto…
Como eu gostaria que as pessoas retirassem o cartão de militante ou simpatizante da frente dos olhos (riscar o que não interessa) quando escrevessem sobre este ou outros assuntos da nossa sociedade. Será pedir muito?
Claro que é! (Resposta)
“Não perca a esperança contacte o Esperança. Fazemos despachos, requerimentos, verbetes, comícios, apologias, etc.. »
Resultados 100% garantidos agora que a Rosa está no poder.»