Quem são os infiéis?

(cartoon de Zédalmeida)
.
Os sunitas incendiaram a quarta maior mesquita do Iraque. Os xiitas, que detêm o poder, retaliaram com violência.

O ódio anda à solta entre os dois ramos do Islão. O Iraque é o laboratório da vingança entre crentes unidos por cinco orações diárias e desavindos por dois imãs e, sobretudo, pelo controlo do inexistente aparelho de Estado.

As orações e o ódio vão aumentar. Com imensa fé.

Comentários

Anónimo disse…
Espero que se o Iraque tiver a infelicidade de ser incendiado por uma guerra civil, e dadas as circunstâncias locais também religiosa, não venham deitar as culpas ao islamismo.

PS - Residirá o respensável em Washington DC?
Anónimo disse…
O principal problema interno do Iraque é a inexistência de um Estado. Logo, a inutilidade de um governo.
Depois, surge a questão primordial e que está na base de todos os problemas, isto é, a invasão do Iraque e o actual regime de ocupação.

Nestas circunstâncias mais inútil se torna o governo. Confunde com o agressor (é uma sua criação) e com o ocupante. Trata-se de um governo que não tem qualquer capacidade de mediação entre xiitas, sunitas e curdos.
Logo, o espectro da guerra civil paira sobre o Iraque. Desde há muito tempo - desde a ilegitima invasão.

Neste momento, o pretexto é religioso mas as causas são muito mais profundas. Não vamos cair na simplificação da causa das coisas.
Anónimo disse…
Infelizmente ao assinalarmos mais um ano de ocupação do Iraque, à revelia do direito internacional, continua a vergonha e a opinião pública adormeceu.

Entretanto, o petróleo continua a jorrar...
Anónimo disse…
Portanto, trata-se da luta pelo poder. E só. ...e queimam-se mesquitas, matam-se muçulmanos, sem provocar a indignação das massas?! Aonde as manifestações de rua contra estes crimes? Os escrúpulos religiosos, as blasfémias, os valores sagrados, quantas balelas a propósito dos inofensivos cartoons? Não há mais paciência para discutir seriamente as sensibilidades dos outros, se esses mesmos não reagem perante uma situação como esta.

Mensagens populares deste blogue

A descolonização trágica e a colonização virtuosa