Notas Soltas - Janeiro/2006
União Europeia – Vinte anos após a adesão, Portugal vive hoje, apesar do difícil momento económico – pesem as lamúrias, rancores e ressentimentos –, num patamar de bem-estar de que estaria arredado se estivesse «orgulhosamente só».
Cáceres Monteiro – A morte do grande jornalista e enorme repórter deixou a comunicação social e o país mais pobres. A integridade e a cultura fizeram dele um cidadão moral e intelectualmente exemplar.
Ariel Sharon – O fim do ex-terrorista e antigo falcão, que o exercício do poder mudou, privou Israel de uma figura capaz de travar os ímpetos sionistas e impedir a sanha belicista da direita religiosa.
Adelino Salvado – O arquivamento do processo contra o ex-director da PJ, por «acto de grande imprudência, incompreensível em face da categoria profissional [do réu] e do cargo», não prestigia a Justiça e é amargo e intolerável para Ferro Rodrigues.
Espanha – O PIB espanhol de 2005 coloca o país entre as sete maiores potências mundiais, um feito para que contribuíram os anteriores governos do PSOE e PP mas que premeia o actual primeiro-ministro, audaz, competente e empreendedor.
Jose Mena – O general espanhol, chefe do Exército, fez uma arenga golpista a pretexto do estatuto da Catalunha. Resquício do franquismo, o militar era já um erro de casting na Espanha moderna e democrática. A demissão foi um acto de sanidade.
Alemanha – A chancelerina Angela Merkel continua a surpreender. Condenou Guantánamo e prometeu confrontar Bush com a prisão onde se infringem os direitos humanos, pratica a tortura e se atropela a civilização.
Escutas telefónicas – Se altas figuras do Estado foram escutadas, sem motivo aparente, urge saber quem ordenou, que juiz o consentiu e que razões invocaram para o atropelo que traz no ventre o regresso manso do fascismo.
Chile – A vitória presidencial de Michelle Bachelet, mulher, divorciada e ateia, presa e torturada pelo Governo de Pinochet, foi uma pesada derrota da direita e um revés para o poder da Igreja católica.
Iraque – Gorada a tentativa de eliminar armas de destruição maciça, inexistentes, os EUA prometeram democratizar o Médio Oriente – o que tem petróleo –, e acabaram por fazer das eleições uma ficção democrática e do julgamento de Saddam um simulacro pífio.
Crucifixos nas escolas – Além de ilegal é tão ilógico como o busto da República nas Igrejas. Foram introduzidos por Salazar (Lei n.º 1: 941 Base XIII D.G. N.º. 84 – I Série de 11-04-1936).
Igreja anglicana – A sagração de mulheres, como bispos, afasta o anglicanismo do catolicismo onde a hostilidade à igualdade entre os sexos se assemelha à de Maomé pelo toucinho.
Eleições presidenciais – A vitória de Cavaco, à primeira volta, foi uma derrota pesada da esquerda, em especial para o PS, agravada pela vitória de Alegre sobre Soares.
Cavaco Silva – O êxito da sua candidatura, para além da meticulosa campanha que há anos estava em curso, é uma grande vitória pessoal que aqui se saúda, apesar da decepção pessoal e da apreensão com o desvio do centro de gravidade político.
PSD e CDS – A distância exigida por Cavaco Silva e o discurso de vitória põem os líderes em dificuldades, com militantes divididos entre Belém e os partidos. À direita do PCP avizinha-se um terramoto a que nenhum partido está imune.
Guantánamo – A aplicação da pena de morte a prisioneiros que foram privados dos mais elementares direitos, é mais uma acha na fogueira que consome o respeito e a consideração pelos EUA cuja crueldade e a barbárie se assemelha à dos terroristas.
Bolívia – A eleição do socialista Evo Morales é outra derrota da política externa dos EUA e a consequência do desespero e miséria do seu povo. Não bastam a utopia e o ódio a Bush para salvar o País, mas é a esperança que renasce.
Palestina – A vitória do Hamas alterou a correlação de forças no Médio Oriente, «legitimou» o terrorismo e estimulou o islão radical. EUA, Europa e a própria Fatah não digerem o triunfo de quem recusa a democracia e cujo único programa é a imposição da sharia e a erradicação de Israel.
CDS/PP – A totalidade da bancada parlamentar, doze deputados, inferior ao número de potenciais eleitores, é afecta a Paulo Portas. O antigo líder aguarda o regresso enquanto o actual se esforça por sobreviver e o partido desaparece.
PSD – A vitória presidencial de Cavaco Silva começou a corroer o seu partido de origem. António Borges debita lugares-comuns na comunicação social e Passos Coelho já abandonou o barco.
Cáceres Monteiro – A morte do grande jornalista e enorme repórter deixou a comunicação social e o país mais pobres. A integridade e a cultura fizeram dele um cidadão moral e intelectualmente exemplar.
Ariel Sharon – O fim do ex-terrorista e antigo falcão, que o exercício do poder mudou, privou Israel de uma figura capaz de travar os ímpetos sionistas e impedir a sanha belicista da direita religiosa.
Adelino Salvado – O arquivamento do processo contra o ex-director da PJ, por «acto de grande imprudência, incompreensível em face da categoria profissional [do réu] e do cargo», não prestigia a Justiça e é amargo e intolerável para Ferro Rodrigues.
Espanha – O PIB espanhol de 2005 coloca o país entre as sete maiores potências mundiais, um feito para que contribuíram os anteriores governos do PSOE e PP mas que premeia o actual primeiro-ministro, audaz, competente e empreendedor.
Jose Mena – O general espanhol, chefe do Exército, fez uma arenga golpista a pretexto do estatuto da Catalunha. Resquício do franquismo, o militar era já um erro de casting na Espanha moderna e democrática. A demissão foi um acto de sanidade.
Alemanha – A chancelerina Angela Merkel continua a surpreender. Condenou Guantánamo e prometeu confrontar Bush com a prisão onde se infringem os direitos humanos, pratica a tortura e se atropela a civilização.
Escutas telefónicas – Se altas figuras do Estado foram escutadas, sem motivo aparente, urge saber quem ordenou, que juiz o consentiu e que razões invocaram para o atropelo que traz no ventre o regresso manso do fascismo.
Chile – A vitória presidencial de Michelle Bachelet, mulher, divorciada e ateia, presa e torturada pelo Governo de Pinochet, foi uma pesada derrota da direita e um revés para o poder da Igreja católica.
Iraque – Gorada a tentativa de eliminar armas de destruição maciça, inexistentes, os EUA prometeram democratizar o Médio Oriente – o que tem petróleo –, e acabaram por fazer das eleições uma ficção democrática e do julgamento de Saddam um simulacro pífio.
Crucifixos nas escolas – Além de ilegal é tão ilógico como o busto da República nas Igrejas. Foram introduzidos por Salazar (Lei n.º 1: 941 Base XIII D.G. N.º. 84 – I Série de 11-04-1936).
Igreja anglicana – A sagração de mulheres, como bispos, afasta o anglicanismo do catolicismo onde a hostilidade à igualdade entre os sexos se assemelha à de Maomé pelo toucinho.
Eleições presidenciais – A vitória de Cavaco, à primeira volta, foi uma derrota pesada da esquerda, em especial para o PS, agravada pela vitória de Alegre sobre Soares.
Cavaco Silva – O êxito da sua candidatura, para além da meticulosa campanha que há anos estava em curso, é uma grande vitória pessoal que aqui se saúda, apesar da decepção pessoal e da apreensão com o desvio do centro de gravidade político.
PSD e CDS – A distância exigida por Cavaco Silva e o discurso de vitória põem os líderes em dificuldades, com militantes divididos entre Belém e os partidos. À direita do PCP avizinha-se um terramoto a que nenhum partido está imune.
Guantánamo – A aplicação da pena de morte a prisioneiros que foram privados dos mais elementares direitos, é mais uma acha na fogueira que consome o respeito e a consideração pelos EUA cuja crueldade e a barbárie se assemelha à dos terroristas.
Bolívia – A eleição do socialista Evo Morales é outra derrota da política externa dos EUA e a consequência do desespero e miséria do seu povo. Não bastam a utopia e o ódio a Bush para salvar o País, mas é a esperança que renasce.
Palestina – A vitória do Hamas alterou a correlação de forças no Médio Oriente, «legitimou» o terrorismo e estimulou o islão radical. EUA, Europa e a própria Fatah não digerem o triunfo de quem recusa a democracia e cujo único programa é a imposição da sharia e a erradicação de Israel.
CDS/PP – A totalidade da bancada parlamentar, doze deputados, inferior ao número de potenciais eleitores, é afecta a Paulo Portas. O antigo líder aguarda o regresso enquanto o actual se esforça por sobreviver e o partido desaparece.
PSD – A vitória presidencial de Cavaco Silva começou a corroer o seu partido de origem. António Borges debita lugares-comuns na comunicação social e Passos Coelho já abandonou o barco.
Comentários
Quem já frequentou a Universidade Católica compreende bem como fazem sentido aí! Tanto sentido aí como o não-sentido nas Escolas públicas!
É exactamente por uma razão de liberdade de religião e de consciência.
RE: Claro que sim. Nada tenho a objectar em relação a escolas particulares.
É exactamente por uma razão de liberdade de religião e de consciência.
(Liberdade de aprender e ensinar)
1 –
2 – O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.
3 – O ensino público não será confessional.
4 –
.......XXX......
.......XXX......
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.......XXX......
AMEN!
Apesar do esforço intelectual do/a autor/a não serão consentidas reincidências para evitar o consumo de neurónios.
2 – O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.
pq optar por não programar a educação e a cultura segundo qq directriz filosófica é em si mesmo uma directriz filosófica.
nenhuma orientação estética é ém si mesmo tb uma orientação.
etc...
O que isto deveria dizer era:
2 – O Estado não pode programar a educação e a cultura priviligiando uma directriz filosófica, estética, política, ideológica ou religiosa em detrimento de outras.
(A isto chama-se igualdade).
Eu citei a CRP como é.
Espanha – O PIB espanhol de 2005 coloca o país entre as sete maiores potências mundiais,...
ERRADO, e era fácil de pensar:
Vejamos:
EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido e França têm simulataneamente um PIB per capita mais elevado e mais população logo temos aqui 5 países.
Logo sexto....
Itália: dados do Eurostat colocam a Espanha em PIB per capita atrás da Itália (e Espanha tem 40m de pessoas contra 57m de Itália, logo para a Espanha ter um PIB igual ao de Itália o PIB per capita de Espanha tinha de ser superior em 42.5 pp do que em Itália - 57=40*x --> x =57*40=1.425).
Logo sétimo....
O Canadá tem 30 milhões de pessoas, logo o PIB per capita Espanhol tem de ser 75% do do Canada: 30=40*x ---> x=30/40. Será?
Tenho as minhas dúvidas.
Assim sétimo/oitavo, mas...
Falta a China:
assim oitavo/nono.
Aqui está a tabela de 2005:
http://www.china-europe-usa.com/level_4_data/eco/042_3.htm
1. USA
2. Jap
3. Ger
4. UK
5. Chi
6. Fra
7. Ita
8. Can
9. Spa
10. Mex
Logo nono. Não sei onde foi buscar o sétimo lugar, mas mostra que às vezes temos de ser críticos relativamente ao que lemos na imprensa portuguesa (eu tenho dúvidas da posição relativa canada- Espanha, mas mesmo assim...)
Já agora esta será a tabela em 2050:
1. Chi
2. USA
3. Ind
4. Jap
5. Bra
6. Rus
7. UK
5. Ger
6. Fra
7. Ita
Trata-se de PIB e não de PIB per capita.
Está certo.
Doutro modo, o Luxemburgo e os Emiratos Árabes Unidos seriam as maiores potências mundiais ;-))
Se fosse em PIB per capita a China e o Mexico nao apareciam nos dez primeiros. Baaaaaah!
A sua confusão pode ser com as contas assim para fazer o raciocinio:
PIB global = Pib p. capita x Pop.
logo com a Italia (maior PIB per capita e maior pop implica maior PIB global do que a Espanha).
com o Canada - este tem menos pop. mas PIB per capita muito mais alto , assim sendo a Espanha continua atrás.
Atrás tb da China.
Nao baste dizer que é sétimo e q tá certo, quais as fontes? As do post anterior têm o site baseado em contas da Goldman Sachs...
ESPANHA EM NONO (TALVEZ EM OITAVO, já expresseias duvidas relativamente às contas com o Canadá), MAS NUNCA EM SETIMO.
el__sniper
O Parlamento Europeu aprovou hoje uma resolução a condenar o que classifica como "o recrudescimento da repressão" em Cuba, instando o Conselho a agir de forma mais firme relativamente ao regime cubano.
O texto da resolução, proposto por vários eudeputados, entre os quais os deputados portugueses José Ribeiro e Castro (CDS-PP) e João de Deus Pinheiro (PSD), foi aprovado hoje por larga maioria na mini-sessão plenária do Parlamento Europeu em Bruxelas, com 560 votos a favor, 33 contra e 19 abstenções.
A assembleia "lamenta que as autoridades cubanas não tenham feito os gestos significativos que a União Europeia tem vindo a reivindicar no que respeita à plena observância das liberdades fundamentais e, em especial, da liberdade de expressão e de associação política".
Considerando "inconcebível que as pessoas continuem a ser presas em Cuba pelos seus ideais e pela sua actividade pacífica", o Parlmento Europeu requer através desta resolução a "libertação imediata de todos os presos políticos de consciência" e, nesse sentido, "insta o Conselho e a Comissão a continuarem a adoptar todas as medidas necessárias".
Reportando-se ao "recrudescimento da repressão contra a oposição pacífica e as novas detenções" em Cuba, o texto reclama ao Conselho que "aja em consequência", sustentando que os factos "defraudam a aspiração a uma melhoria no relacionamento entre a UE e Cuba".
A resolução condena ainda a proibição de viajar imposta pelo regime de Fidel Castro ao grupo Damas de Branco, distinguido em Dezembro do ano passado com o Prémio Sakharov pelo Parlamento Europeu.
Ando à procura da fonte que me serviu de referência. Creio que foi no jornal catalão La Vanguardia.
Ainda não a encontrei mas recordo-me de referir que a Espanha tinha ultrapassado o Canadá.
Agradeço-lhe, naturalmente, a reflexão e o rigor com que procura documentar-se.
Faltou-lhes a China.