Em nome de Deus


"E qual mais decepado ou desastroso
mostrasse o corpo, nada iguala a suja
bolsa em seu fosso nono e horroroso.
Nem pipa a que aduela e fundo fuja,
como um que vi, assim se desmedula,
oco do mento até onde se ruja:
entre as pernas a tripa pende e pula;
a fressura se vê e o triste saco
que merda faz daquilo que se engula.
Enquanto tudo nele a olhar estaco,
olhou-me e com as mãos se abriu o peito
dizendo: 'Vê como eu me desempaco!
vê como Maomé está desfeito!
À minha frente vai chorando Ali,
fendido, do toutiço ao mento, o aspeito.
E os outros que tu vês todos aqui,
que hão semeado escândalos e cisma
lá na vida, fendidos vês assi.'"

(Inferno, XXVIII, 19-36, trad. Vasco Graça Moura).


Sob o título «Dante, Maomé e o medo», Vasco Graça Moura publicou hoje no Diário de Notícias um brilhante artigo em defesa da liberdade, após citar os mais ofensivos versos contra Maomé e Ali. de «A Divina Comédia» de Dante Alighieri, uma obra-prima da literatura mundial, que ele próprio traduziu.

Igualmente, Vicente Jorge Silva, sob o título «Caricaturas de Maomé e caricatura da democracia» publica, também no DN, um excelente artigo, já referido pelo André Pereira nos comentários do «Ponte Europa»

Quero destacar ainda um artigo de Gonçalo Capitão, no Diário as Beiras», de hoje (sítio indisponível) em defesa da liberdade de expressão, sem tergiversações.

Comentários

Anónimo disse…
Agradeço ao Zédalmeida o privilégio que concedeu ao «Ponte Europa» de publicar o seu cartoon antes de o colocar no seu blogue http://pitecos.blogs.sapo.pt/
el s (pc) disse…
Artº. 140 d0 código criminal dinamarquès:

"Any person, who, in public, ridicules or insults the dogmas of worship of any lawfully existing religious community in this country shall be liable to imprisonment for any term not exceeding four months or, in mitigating circumstances, to a fine.”

Espero que os arautos da liberdade se eprimam contra esta lei. Já agora...
Anónimo disse…
São vários os países europeus que têm leis contra a blasfémia, um crime medieval, mas não é habitual serem aplicadas por se considerar a liberdade de pensamento mais importante.

Isto não quer dizer que Blair não tenha tentado penalizar a blasfémia mas o Parlamento não deixou.
Anónimo disse…
Para que coste visto o Ponte europa continuar a não ler jornais: JN.06.02.08Judiciária faz buscas à sede da Académica suspeitas Presidente confirma visita da PJ e diz-se "de consciência tranquila" Gonçalves e Américo Sarmento *A Polícia Judiciária (PJ) fez buscas, ontem, na residência e no gabinete do presidente da Associação Académica de Coimbra - Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF). O presidente da Direcção da AAC/OAF, José Eduardo Simões, acompanhou os inspectores da Directoria de Coimbra da PJ durante toda a operação, que decorreu à hora do almoço e deixou alguns funcionários do clube sem explicações para o sucedido e a lançarem vários palpites sobre os motivos da acção policial. Durante as buscas, o JN apurou que os investigadores da área do combate à corrupção e criminalidade económica e financeira procuraram diversos documentos, que, segundo fonte do clube, "tanto podem estar relacionados com interesses cruzados da política, com o mundo imobiliário e o futebol, como também podem ter a ver com transferências de jogadores".Confrontado pelo JN com a notícia das buscas, José Eduardo Simões, que foi até há pouco tempo director do Departamento de Urbanismo da Câmara de Coimbra, confirmou as diligências da Judiciária."Face às notícias veiculadas aquando do período eleitoral das autárquicas, esta visita peca por tardia", afirmou o dirigente desportivo, numa alusão às acusações que lhe foram feitas de que, enquanto director municipal, teria alegadamente favorecido investidores "amigos" da Académica.Ao JN, o líder da AAC/OAF afirmou que "viver com a sombra de uma suspeição é o pior que pode acontecer a quem está inocente". E terminou assegurando que "a Académica está bem, vai melhorar" e prometeu "continuar, como até aqui, de cabeça erguida".O facto de Simões ter acumulado as funções de director do Departamento de Urbanismo com as de dirigente desportivo trouxe-lhe vários dissabores. A Oposição ao Executivo de Carlos Encarnação (PSD) chegou mesmo a acusar o antigo funcionário do Município de confundir os interesses da autarquia com os do clube de futebol.As ilegalidades encontradas no projecto imobiliário "Jardins do Mondego", em Coimbra, acabaram por "empurrar" Simões para fora dos quadros da Câmara.* com João Luís CamposEm causa possíveis relações entre futebol e urbanismoAo mesmo tempo que os inspectores da Directoria de Coimbra da Polícia Judiciária falavam com José Eduardo Simões, na zona da Grande Lisboa realizava-se outra diligência, junto de um empresário ligado quer à construção civil quer a fundos de investimento que têm negociado passes de jogadores de futebol. Os rumores que circularam quanto a possíveis "ligações perigosas" entre o futebol e interesses imobiliários (já que Eduardo Simões foi também director municipal do urbanismo até final de Dezembro de 2005), e que terão dado origem à carta anónima que desencadeou a investigação da PJ, incluiam a polémica urbanização Jardins do Mondego. Um empreendimento que acabou por ser embargado, junto às margens do Mondego. O dono do empreendimento urbanístico em causa, e que ontem foi também alvo da atenção da PJ, deverá estar, por exemplo, ligado à aquisição do br asileiro Marcel, que agora alinha no Benfica. Na altura, face à polémica instalada, Eduardo Simões disse ter garantido "todos os interesses da Académica". "
Anónimo disse…
O Ponte Europa acompanha o caso Simões.
A CMC não é virginal nem pura?
Subam a montanha! Vejam mais longe. Leiam o que os anónimos nos mostram!
andrepereira disse…
Artigo 240º

Discriminação racial ou religiosa

1 - Quem:

a) Fundar ou constituir organização ou desenvolver actividades de propaganda organizada que incitem à discriminação, ao ódio ou à violência raciais ou religiosas, ou que a encorajem; ou

b) Participar na organização ou nas actividades referidas na alínea anterior ou lhes prestar assistência, incluindo o seu financiamento;

é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.

2 - Quem, em reunião pública, por escrito destinado a divulgação ou através de qualquer meio de comunicação social:

a) Provocar actos de violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional ou religião; ou

b) Difamar ou injuriar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional ou religião, nomeadamente através da negação de crimes de guerra ou contra a paz e a humanidade;

com a intenção de incitar à discriminação racial ou religiosa ou de a encorajar, é punido com pena de prisão de 6 meses a 5 anos.

(Redacção da Lei nº 65/98, de 2 de Setembro)
andrepereira disse…
Artigo 187º

Ofensa a pessoa colectiva, organismo ou serviço

1 - Quem, sem ter fundamento para, em boa fé, os reputar verdadeiros, afirmar ou propalar factos inverídicos, capazes de ofenderem a credibilidade, o prestígio ou a confiança que sejam devidos a pessoa colectiva, instituição, corporação, organismo ou serviço que exerça autoridade pública, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 240 dias.

2 - É correspondentemente aplicável o disposto:

a) No artigo 183º; e

b) Nos nºs 1 e 2 do artigo 186º.
andrepereira disse…
ambos do Código Penal Português
andrepereira disse…
"ridicularizar ou insultar" são elementos subjectivos do tipo que devem ser conjugados, num exercídio de concordância prática, com o direito à caricatura e à liberdade de imprensa.
O problema é saber porque razão só agora alguns árabes começaram a contestar as caricaturas de Setembro.
Vamos ler o bom artigo do Vicente Jorge Silva. Não o quero plagiar...
..
Caros Amigos,

As potências ocidentais não se orientam politicamente segundo os parâmetros da Bíblia, da fé cristã, dos ensinamentos de Jesus, mas, mesmo assim, elas acabam por se contrapor, culturalmente, aos países muçulmanos, muitos dos quais se pautam pelo Corão, pela fé islâmica, pelos ensinamentos de Maomé. que, é sempre bom lembrar, são uma minoria entre os muçulmanos.

Hoje, as potências ocidentais encontram-se no auge do poder. Os Estados Unidos, com sua incomparável pujança económica, seu formidável poderio militar e a sua vigorosa influência política e cultural sobre os destinos do mundo, representam o triunfo dos valores ocidentais - pelo menos aos olhos dos fundamentalistas islâmicos,

"O choque de civilizações será a linha divisória das batalhas do futuro." (Huntington) - Nem todos os estudiosos do assunto concordam com esta tese, mas não podemos negar que, num mundo cada vez menor, cada vez mais próximo, a religião também funciona como um instrumento de afirmação da identidade nacional. E a globalização crescente é um processo que se desenrola sob o comando inequívoco do mundo ocidental - em especial, do império americano.

Cumprimentos,

Antonio Felizes
http://regioes.blogspot.com
..
Anónimo disse…
Para que conste- 06.02.09-JN:"

PJ ainda não ouviu líder da Académica


O presidente da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) e ex-director do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal não chegou a ser formalmente ouvido pelos inspectores da Polícia Judiciária (PJ) que fizeram buscas, anteontem, em sua casa, na autarquia e na sede da AAC/OAF. Contudo, novas diligências estarão a ser preparadas, podendo estas culminar com a constituição do dirigente em arguido.

Uma fonte ligada ao processo disse, ao JN, que "os elementos de prova das suspeitas criminais que levaram à investigação em curso estão, ainda, a ser recolhidos, pelo que é prematuro dizer se já há ou não matéria suficiente para acusar quem quer que seja, nomeadamente o presidente da Académica e o empresário Emídio Mendes, que alegadamente comprou parte do passe do jogador Marcel".

Uma fonte policial disse que "os inspectores que estavam na posse dos mandados de busca recolheram alguns documentos, embora poucos". Uma outra fonte disse ter ficado com a sensação de que, "a meio das diligências efectuadas, a operação parece ter sido abortada, supostamente porque alguém terá dado alguma indicação no sentido da sua interrupção".

Lembre-se que esta investigação foi desencadeada por uma denúncia anónima que aludia à aprovação de "projectos imobiliários ilegais" e a relações menos transparentes entre os respectivos investidores e o presidente da AAC, quando este era, também, director municipal de Urbanismo."
Anónimo disse…
publique tb isto, pela liberdade de expressáo:

http://www.arabeuropean.org/archief.php

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