PS - 1 ano depois

Não se pode dizer que foram fáceis as receitas, que são brandas as medidas ou que não haja uma enorme quantidade de portugueses a sofrer com a austeridade.
Não há modelos alternativos consistentes ou medidas que não pequem pelo carácter utópico e/ou demagógico.
Globalmente, o Governo de Portugal tomou medidas corajosas e fez o que devia. Dói muito a muitos portugueses mas as decisões não podiam continuar adiadas.
Os socialistas não devem envergonhar-se do seu Governo. E não esperem que sejam os outros partidos a defendê-lo. É nos momentos difíceis que a fidelidade aos princípios se torna mais urgente e necessária.
E, como dizia Torga, «quem faz o que pode, faz o que deve.
Sócrates e o seu Governo, por muito que custe, fizeram o que deviam. Com coragem. Com determinação. Com patriotismo.
Parabéns pelo primeiro aniversário.
Comentários
O saldo do 1º. ano de governo Socrates tem de ser avaliado, sem paixonetas partidárias, nos diversos parâmetros:
- político, desastroso! (autárquicas + presidenciais);
- económico, mediocre - alvo
"reprimenda" da C.Europeia e, na realidade, a estagnação económica (crescimento = 0.2%)
(min.das finanças anunciou que
tomará as "medidas necessárias"...; );
financeiro, calamitoso
(aumento do IVA, mais esforços para o defice, etc.)
- laboral, tenebroso
(taxa de desemprego elevadíssima + manutenção do código Bagão Felix);
- tecnológico, bacoco.
("choque tecnológico" no papel, de cócoras perante o Bil Gates, etc.;
- social, perturbante ("guerra" em todas as frentes - funcionários administrativos, professores, aparelho judicial, polícias, etc.);
- cultural, caricatural (Teatro Nacional, C. Cultural Belém, Casa da Música, a "trica" com o Joe Berardo, etc.)
Não acabaríamos de enunciar...
Claro que estas considerações - em nome do pragmatismo - vão ser consideradas utópicas e demagógicas. Todavia,o pragmatismo assemalha-se a uma virgem louca que se deita em qualquer cama (esquerda, "centro", direita) e, paradoxalmente, chora por não ter sido desvirginada.
Mas, o que custa mais, é ler que fora do PS não há alternativas.
Como se a democracia não vivesse da capacidade em gerar alternativas.
Francamente, a Esquerda enquanto património político, sociológico e cultural não merecia isto: num só ano um "chorrilho" de disparates.
Sim senhor!
Viva à Lei do Arrendamento que vem repor alguma justiça geracional e lutra contra a destruição criminosa dos cascos históricos das nossos cidades!
Viva aos impostos ecológicos sobre os automóveis!
Viva o fim da presença no Iraque! Viva um Governo que acredita em Portugal! Que acredita nos aeroportos, nos TGV's, na sociedade de informação! Na Investigação! Nas escolas de qualidade para todos! E não só para os que pagam colégios privados... com o dinheiro que não pagam ao fisco!
Viva a dignidade com que todos olham para o Governo da nossa República!
Viva Sócrates!