CONVITE
Dia 6 de Dezembro de 2006, às 17h30.
Tribunal da Boa Hora - 6.ª Vara Criminal - Descerramento de uma placa alusiva aos julgamentos ali efectuados, no Tribunal Plenário entre 1945 e 1974, onde a justiça e os direitos humanos foram espezinhados, pelos esbirros da ditadura.
A placa será descerrada por Edmundo Pedro e Nuno Teotónio Pereira.
Haverá as seguintes intervenções:
Mário Soares, ex-advogado de defesa (e também ex-condenado pelo Tribunal Plenário);
António Borges Coelho, ex-preso político;
Cláudia Castelo, da geração pós 25 de Arril, em nome do Movimento "Não Apagauem a Memória".
Encerramento por um juiz, em representação do tribunal.
Compareçam, ajudem a não deixar que apaguem a memória!
Comentários
Manuel de Brito/Porto
Nada me surpreende, num país onde tudo se subverte. Onde criminosos são soltos e polícias são presos ou aposentados compulsivamente. Onde homens impecáveis, honestos e sacrificados, são vilipendiados e os traidores celebrados.
Pois que os homenageiem, então, e já agora, também todos os outros traidores, desertores e vendedores da Pátria.
Homenageiem panilas, abortadeiros, abortadeiras, blasfemos, assassinos e mentirosos.
A História fará justiça aos nossos maiores, e a memória prevalecerá junto dos gratos.
Tendo passado, de modo efémero (como testemunha), nesse simulacro de tribunal, um verdadeiro antro de vergonha, onde cidadãos foram enxovalhados na sua honra e dignidade e condendados por delitos de opinião ou por lutarem pela sua liberdade e da dos "outros",
repugna-me ler, passados mais de 30 anos sob a sua extinção, os que - como o "pai de família" - se consideram e arvoram em "donos" da Pátria.
Na verdade, o nojo é tanto maior, quanto é verdade que, em Portugal, os carrascos fabricados pelo regime salazarista foram tratados, depois do 25 de Abril, foram tratados com a maior (talvez demasiada) benevolência.
"Pai de Família":
Os que passaram pela Boa-Hora não são os vendedores da Pátria. São, pelo contrário, aqueles que lutando pela liberdade e pelo seu País, honraram a Pátria.
Felizmente, estou convicto e tranquilo, que a História não será escrita por gente com os seus ódios, as suas aberrações e as suas frustações, mas por homens com valores, insenção e humanismo.
Acabou, em boa hora, o seu tempo histórico.
Desses escombros, nascerá a História da verdade. A memória das violações dos direitos humanos praticadas na Boa Hora, ajuda-nos no contínuo processo de libertação onde todos estamos inseridos.
A função dos Tribunais é julgar, aplicando o quadro legal em vigor.
Quem desrespeita a Lei e a Ordem, é punido.
Havia medo e respeito, havia lei e ordem. Havia harmonia.
Quem não cumpre a Lei, deve ser punido.
Não é assim hoje, também?
O senhor conhece o conteúdo da Declaração do Congresso de Filadelfia de 4 de Julho de 1...
E qual é a data? Mas onde é que o senhor tem andado?
Manuel de Brito/Porto
Deviam também homenagear os portugueses que tiveram de fugir das ex -colónias devido á “descolonização exemplar”
Deviam também homenagear aqueles africanos que foram assassinados pelo Movimentos de “libertação” só pelo facto de terem lutado debaixo da Bandeira Nacional.