28 de Maio de 1926
Há datas que, só por si, pouco dizem. O dia de hoje, há 81 anos, começou por ser um mero golpe de Estado e transformou-se numa longa ditadura.
Saído do CADC, um jovem professor de Coimbra, antigo seminarista, reaccionário e rural, tornou-se o chefe incontestado do período mais negro da nossa história recente.
A PIDE foi a mais bárbara e criminosa associação de malfeitores. Nos calabouços da famigerada polícia foram torturados inúmeros democratas que sofreram humilhações, torturas e a morte, na mais completa das impunidades, com a fria complacência de Salazar e o silêncio cúmplice do cardeal Cerejeira.
Foi longo o tempo de opróbrio, de retrocesso civilizacional e de miséria. Entalados entre o mar e a ditadura espanhola, os portugueses sofreram a fome, o degredo, as prisões sem culpa formada e demissões da função pública, por delito de opinião.
Portugal liderou a mortalidade infantil e a tuberculose na Europa, enquanto o ensino passou de 5 anos obrigatórios, instituídos pela 1.ª República, para 4 e 3 anos, respectivamente, para rapazes e raparigas.
Às mulheres era vedada a carreira diplomática, a magistratura e o acesso às Forças Armadas. A própria administração de bens próprios era-lhes negada e a saída para o estrangeiro só com autorização do marido. No fundo, homens e mulheres eram prisioneiros no seu próprio país, vítimas do atraso, da corrupção e do medo.
Portugal era um cárcere às ordens de um biltre fascista, infestado de bufos e crápulas.
A opressão e a brutalidade da guerra colonial haviam de derrubar a ditadura, numa madrugada de Abril que cobriu Portugal de cravos.
Saído do CADC, um jovem professor de Coimbra, antigo seminarista, reaccionário e rural, tornou-se o chefe incontestado do período mais negro da nossa história recente.
A PIDE foi a mais bárbara e criminosa associação de malfeitores. Nos calabouços da famigerada polícia foram torturados inúmeros democratas que sofreram humilhações, torturas e a morte, na mais completa das impunidades, com a fria complacência de Salazar e o silêncio cúmplice do cardeal Cerejeira.
Foi longo o tempo de opróbrio, de retrocesso civilizacional e de miséria. Entalados entre o mar e a ditadura espanhola, os portugueses sofreram a fome, o degredo, as prisões sem culpa formada e demissões da função pública, por delito de opinião.
Portugal liderou a mortalidade infantil e a tuberculose na Europa, enquanto o ensino passou de 5 anos obrigatórios, instituídos pela 1.ª República, para 4 e 3 anos, respectivamente, para rapazes e raparigas.
Às mulheres era vedada a carreira diplomática, a magistratura e o acesso às Forças Armadas. A própria administração de bens próprios era-lhes negada e a saída para o estrangeiro só com autorização do marido. No fundo, homens e mulheres eram prisioneiros no seu próprio país, vítimas do atraso, da corrupção e do medo.
Portugal era um cárcere às ordens de um biltre fascista, infestado de bufos e crápulas.
A opressão e a brutalidade da guerra colonial haviam de derrubar a ditadura, numa madrugada de Abril que cobriu Portugal de cravos.
Comentários
De facto, teve consequências desastrosas para a evolução social e política do país.
Diogo.
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A guerra colonial que abriu portas ao 25 d'Abril foi o martírio dos jovens daquele tempo, agora desconsiderados...é duro dizer, só o Paulo Portas se lembrou deles...
Fez promessas que não podia cumprir e pôs no Governo o único ministro das Finanças claramente incompetente depois do 25 de Abril.
O país tem uma dádiva com esses homens...que sofreram, por conta duma causa perdida.
No entanto, muitas são as vozes, em Coimbra, e não só, que temem a forma arrogante e demo-liberal do Sr. Sócrates !
Cuidado, as ditaduras surgem após um longo período de democracias e claramente todas ela começam assim...
Mas, na realidade, ainda não foi feita a reparação material e moral (os monumentos patrioteiros são uma aberração e as manifestações para-militares uma anedótica comédia)aos milhares de portugueses que foram mobilizados para as colónias,onde muitos morreram, outros ficaram feridos e os restantes viram as suas carreiras profissionais e académicas gravosamente interrompidas.
Seg Mai 28, 09:31:00 PM"
Anónimo, Paulo Portas usou sem vergonha os militares apenas para fazer campanha. Como antes dele Durão se serviu maldosamente da morte de um polícia para prometer aos outros o que nunca deu. E a guerra foi, sim, o martírio dos jovens daquele tempo, mas também o das suas famílias. Quase todas as mulheres desse tempo tinham um irmão, marido ou filho a defender as colónias. E por vontade de alguns, esta situação permaneceria até hoje.