A resistência da Turquia laica
A Turquia resiste. Sitiada pela Europa que a abandona às mãos dos seus fanáticos e dos fundamentalistas seus vizinhos, assediada pelo clero, cujas únicas leis que respeita são as anacrónicas determinações do Corão, a Turquia laica, civilizada e democrática sai à rua para defender os valores civilizacionais.
A Europa, medíocre e cobarde, que invadiu o Iraque e ignorou o genocídio de Darfur, insiste em invocar referências confessionais para si própria e abandona a Turquia, que a tem protegido do desvario dos mullahs e do proselitismo dos ayatolás.
Este mês, em Ankara um milhão de pessoas saiu à rua. Em Istambul foi ainda maior a multidão. Agora, em Esmirna, os turcos continuam a defender o laicismo e os princípios republicanos com gigantescas manifestações de massas. Têm consigo juízes, militares, a Constituição, a memória de Mustafa Kemal Atatürk e, sobretudo, o pavor do clero e da sharia.
A Europa, vítima das suas contradições internas, pusilânime e incapaz de se opor ao populismo, condescende com os afloramentos xenófobos e abandona a Turquia que lhe serve para integrar a NATO mas despreza como parceiro digno de integração no espaço económico, cultural e civilizacional da Europa secular, multicultural e democrática.
Sem grandeza e dimensão cultural, os actuais dirigentes políticos europeus não vêem para lá dos negócios e quem não vê mais além nem os negócios será capaz de defender.
A Europa, medíocre e cobarde, que invadiu o Iraque e ignorou o genocídio de Darfur, insiste em invocar referências confessionais para si própria e abandona a Turquia, que a tem protegido do desvario dos mullahs e do proselitismo dos ayatolás.
Este mês, em Ankara um milhão de pessoas saiu à rua. Em Istambul foi ainda maior a multidão. Agora, em Esmirna, os turcos continuam a defender o laicismo e os princípios republicanos com gigantescas manifestações de massas. Têm consigo juízes, militares, a Constituição, a memória de Mustafa Kemal Atatürk e, sobretudo, o pavor do clero e da sharia.
A Europa, vítima das suas contradições internas, pusilânime e incapaz de se opor ao populismo, condescende com os afloramentos xenófobos e abandona a Turquia que lhe serve para integrar a NATO mas despreza como parceiro digno de integração no espaço económico, cultural e civilizacional da Europa secular, multicultural e democrática.
Sem grandeza e dimensão cultural, os actuais dirigentes políticos europeus não vêem para lá dos negócios e quem não vê mais além nem os negócios será capaz de defender.
Comentários
Pobre Turquia, não merecia tal golpe baixo por parte dos que se dizem "civilizados e democratas"...Muito bom post e blog!
DNA
Será que esta Europa tem interesse dum país assim, no seu seio ?
Decerto não, já o disse Sarkozy e está tudo dito...
A NATO é outra história, também Portugal, antes do 25 d'Abril, fazia parte da dita...
Logo que chegam a casa, começam as dúvidas e, para dar tempo ao triunfo da hipocrisia, carrega-se nas exigências...
Mas abandonar a Turquia será um erro da União, que tem aspectos de fatal. O erro.