A extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores e a violência fascista
Faz hoje 48 anos que o regime fascista assaltou a Sociedade Portuguesa de Escritores, na sequência da atribuição do Grande Prémio de Novelística a Luandino Vieira, autor do livro «LUUANDA» preso político encarcerado do campo de concentração do Tarrafal.
A sede da SPE foi assaltada por 50 “desconhecidos” (polícias à paisana) que destruíram todo o seu conteúdo. No dia seguinte, 22, quatro membros do júri, os escritores Manuel da Fonseca, Augusto Abelaira, João Gaspar Simões e Fernanda Botelho foram mandados comparecer na sede da PIDE durante todo o dia.
Manuel da Fonseca e Augusto Abelaira foram presos, sem culpa formada, e transferidos para Caxias, um hábito de um país pária, com ódio à cultura e à liberdade. Alexandre Pinheiro Torres, que também fez parte do júri, foi preso pela PIDE na terça-feira seguinte, dia 25, às sete horas da manhã.
O ministro Galvão Teles decretou a extinção da SPA. Em 1973 foi criada a Associação Portuguesa de Escritores (APE) com um nome diferente porque Marcelo Caetano proibiu o nome da antiga Sociedade.
Era assim o fascismo. Feio, porco e mau.
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