TESTAMENTO POLÍTICO DO CARDEAL POLICARPO


Já noutro post fizemos referência a uma mensagem política do ex- (ou quase ex-) Cardeal Patriarca de Lisboa, quando Sua Eminência, pouco tempo depois das grandes manifestações de 15 de Setembro passado, se dirigiu à Nação proclamando: “Não se resolve nada contestando!”.

Agora, perante um alargado grupo de estudantes em fim de curso universitário, referindo-se ao futuro nada auspicioso que os espera – desemprego ou emigração – reincidiu no seu apelo ao conformismo – apelo que se presume extensivo a todo o povo martirizado – declarando: “NÃO VOS REVOLTEIS!”

É esta mensagem reconfortante que o Senhor Cardeal, ao cessar as suas funções patriarcais, deixa ao povo português. No fundo, uma mensagem digna do Ulrich: se até os sem-abrigo aguentam, porque não hão de vocês aguentar?

Que Cardeal tão Cerejeira!

Comentários

«Que cardeal tão Cerejeira!» Na mouche.
e-pá! disse…
A sucessão patriarcal segue o mesmo esquema da papal.
A renovação apresenta-se - agora! - como portadora de renovação, de mudança, de libertação, etc.
Só que no caminho percorrido até aqui poucas - muito poucas - vozes se levantaram para denunciar o que os 'resignatários' fizeram de errado e que, em princípio, justificaria o júbilo actual.
Na verdade, a ICAR é irrenovável porque assenta em premissas dogmáticas, i. e., em crendices imutáveis.
O actual bispo do Porto tem-se revelado uma voz desalinhada, questionadora e culturalmente sólida pelo que o episcopado português, com a cumplicidade do Vaticano, decidiu 'encarcerá-lo' no patriarcado.
O ainda patriarca a quando da sua nomeação também foi apresentado como uma voz nova, moderna e reformadora, mas - como se refere no post - acabou a produzir uma homília, perante jovens recém graduados e espoliados da capacidade de construir o seu futuro, que envergonhou as pedras da calçada do Terreiro do Paço...
Sabemos pela experiência da vida que existem 'coisas' sem emenda.

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