Deus também se engana…
Bento XVI, farto de ser acusado de ter renunciado à tiara por amor, amor à vida, claro, veio agora justificar-se: «Foi porque Deus me disse», numa « experiência mística».
A linguagem exotérica, com que o ex-Papa revela o encontro com a entidade patronal, não deixa aos incréus averiguar a data, o local e o conteúdo, mas percebe-se que Deus não estava satisfeito com o seu PDG, facto que causa a maior perplexidade, a ponto de lhe ter demonstrado «um desejo absoluto» – segundo afirmou o próprio pensionista à publicação católica “Zenit”.
Não se vê como um deus, presciente e omnipotente, além de mandar o Espírito Santo a iluminar os cardeais durante os conclaves, possa permitir que saia dali um cardeal com alvará de infalibilidade, apto para criar cardeais e santos, e despedi-lo depois com justa causa, sem lhe apresentar uma nota de culpa. No mínimo, a eleição de Ratzinger foi um ato desastrado, mais natural no Opus Dei do que em Deus.
Sabendo todos, do mais ingénuo devoto ao mais inveterado ateu, que a infalibilidade do Papa é um dogma cuja dúvida é alheia ao escrutínio da razão e passível de excomunhão, anátema que inviabiliza o Paraíso como lar de primeira classe para a perpétua defunção, fica a dúvida sobre quem se enganou, o papa que perdeu o alvará ou Deus que lhe pediu a resignação.
De qualquer modo, a Igreja, em maré de perda de credibilidade, deixa mais dúvidas do que certezas a quem queira cultivar os mistérios da fé e dá argumentos a quem duvida.
A linguagem exotérica, com que o ex-Papa revela o encontro com a entidade patronal, não deixa aos incréus averiguar a data, o local e o conteúdo, mas percebe-se que Deus não estava satisfeito com o seu PDG, facto que causa a maior perplexidade, a ponto de lhe ter demonstrado «um desejo absoluto» – segundo afirmou o próprio pensionista à publicação católica “Zenit”.
Não se vê como um deus, presciente e omnipotente, além de mandar o Espírito Santo a iluminar os cardeais durante os conclaves, possa permitir que saia dali um cardeal com alvará de infalibilidade, apto para criar cardeais e santos, e despedi-lo depois com justa causa, sem lhe apresentar uma nota de culpa. No mínimo, a eleição de Ratzinger foi um ato desastrado, mais natural no Opus Dei do que em Deus.
Sabendo todos, do mais ingénuo devoto ao mais inveterado ateu, que a infalibilidade do Papa é um dogma cuja dúvida é alheia ao escrutínio da razão e passível de excomunhão, anátema que inviabiliza o Paraíso como lar de primeira classe para a perpétua defunção, fica a dúvida sobre quem se enganou, o papa que perdeu o alvará ou Deus que lhe pediu a resignação.
De qualquer modo, a Igreja, em maré de perda de credibilidade, deixa mais dúvidas do que certezas a quem queira cultivar os mistérios da fé e dá argumentos a quem duvida.
Comentários
Um dia saberemos...
Para já começa a vislumbrar-se um único inocente: o dito 'espírito santo'!
Provavelmente, o ecónomo do Vaticano perante as dificuldades económicas que tocam todos, estabeleceu um corte nas despesas da luz e, por isso, o Conclave ter-se-á realizado na penumbra.Ou seja, os espíritos foram mal iluminados.
Mas, como diz o povo, Deus escreve por linhas tortas: digam lá se o argentino não é muito melhor do que o alemão?