A democracia, a crise e o futuro
Há quem, em nome da democracia, condene as greves, abomine as reivindicações e se conforme com o mero exercício legal da liberdade de expressão, a diferença substancial que, por enquanto, ainda nos separa da ditadura.
O exemplo vem do presidente da República, a apelar ao diálogo, ele que tanto se esforça por garantir todas as medidas da agenda reacionária do seu Governo e que, para o País, se tornou o problema e não a solução. O apelo de Cavaco, ao consenso entre democratas e inimigos da democracia, levam-no a ser o arauto da comemoração da Revolução que tem atravessada. Deverá fazê-lo em recinto fechado, com direito de admissão, enquanto o povo sairá à rua, em boa companhia, com os militares que a fizeram e os cidadãos que nela se reveem. Os quarenta anos de Abril servirão para separar as águas.
Um país, por mais graves que sejam os problemas que enfrenta, pode perder tudo menos a dignidade. Pactuar com este Governo é transigir com a ética e abdicar da honra.
A comunicação social está nas mãos e ao serviço de cada vez menos pessoas e de mais fortes interesses. Há um clima de asfixia, interioriza-se o medo, receia-se o desemprego, a retaliação dos governantes, a cumplicidade do PR, as ameaças da troika e a raiva de quem sempre odiou a liberdade e é agora poder. E teme-se pelas pensões que encolhem.
Há quem ignore que a democracia, sem aprofundamento económico, social e político, se reduz a uma caricatura, quem faça da liberdade uma leve ideia e da República um mero instrumento ao serviço da exploração dos mais fracos.
Considero-me um social-democrata, e não vejo nos que devem zelar pelo cumprimento da Constituição da República o mais leve remorso pelos ultrajes que a ferem, o respeito mínimo pelo Tribunal Constitucional, transformando o pudor do silêncio em chantagem ruidosa e ostensiva aos juízes.
O desmantelamento do Estado, a destruição do ensino público, do SNS e da assistência social foi uma tarefa oculta da agenda do atual Governo, cumprida lenta e eficazmente. Do roubo do BPN, o maior escândalo financeiro da nossa História, não se fala nem se faz o julgamento, quiçá pelas pessoas comprometidas.
A morte de um grande futebolista, a fúria do mar e as tragédias quotidianas servirão de diversão ao estado a que chegámos e ao caminho sem futuro onde nos vão deixar.
O exemplo vem do presidente da República, a apelar ao diálogo, ele que tanto se esforça por garantir todas as medidas da agenda reacionária do seu Governo e que, para o País, se tornou o problema e não a solução. O apelo de Cavaco, ao consenso entre democratas e inimigos da democracia, levam-no a ser o arauto da comemoração da Revolução que tem atravessada. Deverá fazê-lo em recinto fechado, com direito de admissão, enquanto o povo sairá à rua, em boa companhia, com os militares que a fizeram e os cidadãos que nela se reveem. Os quarenta anos de Abril servirão para separar as águas.
Um país, por mais graves que sejam os problemas que enfrenta, pode perder tudo menos a dignidade. Pactuar com este Governo é transigir com a ética e abdicar da honra.
A comunicação social está nas mãos e ao serviço de cada vez menos pessoas e de mais fortes interesses. Há um clima de asfixia, interioriza-se o medo, receia-se o desemprego, a retaliação dos governantes, a cumplicidade do PR, as ameaças da troika e a raiva de quem sempre odiou a liberdade e é agora poder. E teme-se pelas pensões que encolhem.
Há quem ignore que a democracia, sem aprofundamento económico, social e político, se reduz a uma caricatura, quem faça da liberdade uma leve ideia e da República um mero instrumento ao serviço da exploração dos mais fracos.
Considero-me um social-democrata, e não vejo nos que devem zelar pelo cumprimento da Constituição da República o mais leve remorso pelos ultrajes que a ferem, o respeito mínimo pelo Tribunal Constitucional, transformando o pudor do silêncio em chantagem ruidosa e ostensiva aos juízes.
O desmantelamento do Estado, a destruição do ensino público, do SNS e da assistência social foi uma tarefa oculta da agenda do atual Governo, cumprida lenta e eficazmente. Do roubo do BPN, o maior escândalo financeiro da nossa História, não se fala nem se faz o julgamento, quiçá pelas pessoas comprometidas.
A morte de um grande futebolista, a fúria do mar e as tragédias quotidianas servirão de diversão ao estado a que chegámos e ao caminho sem futuro onde nos vão deixar.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários