Clarificando o sentido do ‘fim do protectorado’…
Para os que aparentemente acreditam nas virtudes do ‘processo de resgate em curso’ e continuam a esconder a imperiosa necessidade da reestruturação da dívida (pública e privada) um esclarecedor artigo publicado há 3 dias no Telegraph – “IMF paper warns of 'savings tax' and mass write-offs as West's debt hits 200-year high” - link que aconselho vivamente a ler e digerir.
O seu autor (Ambrose Evans-Pritchard) para fundamentar a sua análise socorre-se da prestimosa ‘supervisão’ (antecipação) do FMI e da ‘insuspeita’ colaboração dos trabalhos de um dos mais conhecidos ‘apóstolos da austeridade’ (Prof. Rogoff).
Os trabalhos da equipa Rogoff têm sido a cartilha de Wolfgang Schäuble e do comissário de Economia da UE , Olli Rehn, para ‘justificarem’, politicamente, a austeridade.
Quer Schäuble, quer Rehn, continuam a exercer cargos políticos de relevância no contexto europeu. A influência do suas orientações políticas nos destinos da UE, e muito especialmente na Zona Euro, complementam-se e potencializam-se. Schäuble tem o poder de intervir de facto (o de direito pouco lhe importa) e Rehn é uma monótona caixa de ressonância de Berlim em Bruxelas. A única (pequena) coisa que poderá mudar no próximo mês de Maio é Olli Rehn - que deverá cair com o seu comparsa Barroso. Mudanças que coincidem com a definição do tão falado ‘programa cautelar’ para Portugal. Resta saber se essa eventual e hipotética (cosmética!) mudança terá a capacidade ou a oportunidade para ‘cautelarmente’ alterar alguma coisa ou se as cartas estão ‘à priori’ marcadas.
De facto está há muito tempo colocada no terreno uma mais explícita e operacional dupla: ‘Schäuble/Draghi’. Que após as eleições europeias espera ter a sua ‘oportunidade’.
Isto é, estamos perante a perspectiva de uma completa (total) ‘fusão’ (confusão) do poder político com o financeiro, com uma total submissão do primeiro ao segundo…
Portanto, nada de novo no meio (ou no fim) desta crise ou, se quisermos, nesta 'periférica' frente ocidental.
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