Cristiano Ronaldo, a condecoração e o PR
Um homem pode desligar a televisão, mudar de canal ou dar um passeio, o que não pode é deixar de ir ao barbeiro. Foi lá que a cerimónia da condecoração a Cristiano Ronaldo me apanhou. Percebi que, junto ao grande futebolista, se encontrava o PR.
Olhei aquele jovem dotado, aquele artista exímio na profissão, a figura simpática que faz vibrar milhões de pessoas. O que não esperava era ouvir um discurso de Cavaco a enaltecer-lhe os golos e a fazer a exegese dos festejos que o futebolista faz após o golo.
Foi uma surpresa, apesar de o saber catedrático de Literatura pela Universidade de Goa, vê-lo referir os golos e a forma como num dos últimos, Ronaldo olhou para o céu, gesto que o PR repetiu, e interpretou como homenagem ao pai, numa sábia exegese dos gestos e domínio da geografia do destino dos mortos.
Enquanto o barbeiro aparava a barba, ainda vi surgir, célere, D. Maria, a meter-se entre o marido e o Ronaldo, e a posar para a fotografia. Depois arrastou o ídolo, de venera ao peito, para junto do acampamento familiar onde duas gerações de Cavacos e colaterais aguardavam o jogador para a foto que, orgulhosos, exibirão um dia, aos amigos, quando o pai, avô e sogro for esquecido.
É um orgulho, para os portugueses, um jogador assim. Merece ser um Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Até merecia outro presidente.
Olhei aquele jovem dotado, aquele artista exímio na profissão, a figura simpática que faz vibrar milhões de pessoas. O que não esperava era ouvir um discurso de Cavaco a enaltecer-lhe os golos e a fazer a exegese dos festejos que o futebolista faz após o golo.
Foi uma surpresa, apesar de o saber catedrático de Literatura pela Universidade de Goa, vê-lo referir os golos e a forma como num dos últimos, Ronaldo olhou para o céu, gesto que o PR repetiu, e interpretou como homenagem ao pai, numa sábia exegese dos gestos e domínio da geografia do destino dos mortos.
Enquanto o barbeiro aparava a barba, ainda vi surgir, célere, D. Maria, a meter-se entre o marido e o Ronaldo, e a posar para a fotografia. Depois arrastou o ídolo, de venera ao peito, para junto do acampamento familiar onde duas gerações de Cavacos e colaterais aguardavam o jogador para a foto que, orgulhosos, exibirão um dia, aos amigos, quando o pai, avô e sogro for esquecido.
É um orgulho, para os portugueses, um jogador assim. Merece ser um Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Até merecia outro presidente.
Comentários
Agora sem feriados tem menos graça estas coisas.