Ontem, na habitual crónica no Jornal Público, Vasco Pulido Valente levanta a ponta do véu sobre o sistema financeiro doméstico e a história paroquial da 'nossa crise'. Claro que existe uma história paralela, de âmbito europeu ou até mundial, de contornos mais difíceis de delinear e provavelmente ainda mais tenebrosa.
Mas o 'caso do Grupo Espirito Santo', onde a procissão ainda vai no adro, é bem revelador da monstruosidade de uma concepção ardilosamente 'vendida' aos portugueses de que teriam vivido acima das suas possibilidades e que justificou todas as transferências monetárias dos cidadãos para o sistema financeiro (nacional e estrangeiro). Esta aleivosia (do viver acima das possibilidades) foi o guião de uma intervenção externa tão entusiasticamente abraçada por este Governo e que nos conduziu a um brutal empobrecimento e - isso sim - ao 'resgate' dos sistemas bancários (nacionais e europeus).
Por cada nova declaração sobre a solidez do BES cresce a certeza de que a intervenção estatal - com todo o cortejo de terríficas consequências - está a caminho. Resta saber se existe alguém que esteja disposto a engolir a mesma poção, tranquila e sossegadamente.
Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
1789 – A Assembleia Constituinte francesa aprova a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. (Fizeram mais os deputados franceses num só dia do que todos os clérigos desde que o deus de cada um deles criou o Mundo). 1931 – Tentativa de golpe de Estado em Portugal contra a ditadura. (Há azares que se pagam durante duas gerações. Este levou quase 43 anos a reparar). 2004 – O Supremo Tribunal do Chile retirou a imunidade ao antigo ditador Augusto Pinochet. (Vale mais tarde do que nunca).
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Mas o 'caso do Grupo Espirito Santo', onde a procissão ainda vai no adro, é bem revelador da monstruosidade de uma concepção ardilosamente 'vendida' aos portugueses de que teriam vivido acima das suas possibilidades e que justificou todas as transferências monetárias dos cidadãos para o sistema financeiro (nacional e estrangeiro). Esta aleivosia (do viver acima das possibilidades) foi o guião de uma intervenção externa tão entusiasticamente abraçada por este Governo e que nos conduziu a um brutal empobrecimento e - isso sim - ao 'resgate' dos sistemas bancários (nacionais e europeus).
Por cada nova declaração sobre a solidez do BES cresce a certeza de que a intervenção estatal - com todo o cortejo de terríficas consequências - está a caminho. Resta saber se existe alguém que esteja disposto a engolir a mesma poção, tranquila e sossegadamente.