Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
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O VELHO ABUTRE
O velho abutre é sábio e alisa
as suas penas
A podridão lhe agrada e seus
discursos
Têm o dom de tornar as almas
mais pequenas
Era precisa muita coragem para publicar isto em 1962!
As alterações imunitárias que me provocam coceira não passam por qualquer distúrbio decorrente da possibilidade de altos representantes do Estado estarem ausentes. O meu prurido assenta nas pessoas que, estando lá por inerência dos cargos que ocupam, nunca entenderam a 'poeta', aquela que desdenhava do termo poetisa.
As imagens da chegada do féretro ao Panteão transportaram-me para um gritante contraste entre a monumentalidade e o espaço cheio de 'gente vazia'.
Na verdade, 10 anos despois do seu desaparecimento físico, o povo que Sophia exaltou nos seus poemas ficou em casa deixando espaço livre para 'esta gente'...
Esta Gente
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia"