Cavaco e os discursos
Há em Cavaco Silva um doentio fascínio pelo abismo. Nota-se quando as comunicações ou discursos são da sua autoria.
Os confrangedores momentos da sua passagem por Belém são tristemente memoráveis, reeditando os piores do seu consulado como PM.
O discurso de vitória do segundo mandato revelou o mais primário espírito de vingança, de onde a ética e a urbanidade foram exoneradas, um soberbo tesourinho deprimente.
A aprovação unânime do Estatuto dos Açores exasperou-o, num dos raros momentos em que tinha razão. Manifestou-se contra e devolveu-o, como era seu direito, à AR. Depois, quando confirmado, obrigado a promulgar o diploma, descarregou o rancor sobre os deputados num patético e ofensivo discurso de quem não respeita a separação de poderes e tem pelo parlamentarismo um ódio salazarista.
Agora, na indigitação de Passos Coelho para formar governo, direito que lhe assistia, revelou o azedume que a CRP, a democracia e os eleitores lhe provocam, com ameaças intoleráveis, desajustadas e antipatrióticas.
No ódio que o habita apelou aos credores, sem um chilique, para se vingarem de um governo legítimo com apoio do PCP e BE. O sectarismo primário teve apenas o mérito de destacar, pela diferença, a grandeza ética, cívica e patriótica de Sampaio da Nóvoa.
A dignidade com que termina o mandato envergonha a função que exerceu.
Os confrangedores momentos da sua passagem por Belém são tristemente memoráveis, reeditando os piores do seu consulado como PM.
O discurso de vitória do segundo mandato revelou o mais primário espírito de vingança, de onde a ética e a urbanidade foram exoneradas, um soberbo tesourinho deprimente.
A aprovação unânime do Estatuto dos Açores exasperou-o, num dos raros momentos em que tinha razão. Manifestou-se contra e devolveu-o, como era seu direito, à AR. Depois, quando confirmado, obrigado a promulgar o diploma, descarregou o rancor sobre os deputados num patético e ofensivo discurso de quem não respeita a separação de poderes e tem pelo parlamentarismo um ódio salazarista.
Agora, na indigitação de Passos Coelho para formar governo, direito que lhe assistia, revelou o azedume que a CRP, a democracia e os eleitores lhe provocam, com ameaças intoleráveis, desajustadas e antipatrióticas.
No ódio que o habita apelou aos credores, sem um chilique, para se vingarem de um governo legítimo com apoio do PCP e BE. O sectarismo primário teve apenas o mérito de destacar, pela diferença, a grandeza ética, cívica e patriótica de Sampaio da Nóvoa.
A dignidade com que termina o mandato envergonha a função que exerceu.
Comentários
Agora renovado, uma questão de psicologia mal resolvida.
Ou a dificuldade em aguentar as criticas, mesmo que porventura desajustadas.
A bem do Regime.
Nesta leva, a coligação PSD/CDS, que o PR tão diligentemente se mostrou disposto a servir, também não pode aspirar a ficar imune dessas responsabilidades.
A 'tradição' que tanto foi invocada pela Direita segue o seu caminho. Tudo indica que será curto.
Passada esta 'diversão' esperam os portugueses que chegue a vez da Constituição. Basta de retórica barata e manhosa!
Há uma coisa que deveria chegar ao palácio de Belém. O servilismo não serve a ninguém e não pode ser escondido ad eternum...