É preciso reforçar os poderes de Cavaco Silva

Quando se chega a presidente da República, ainda que sem cultura ou sentido de Estado, não se aceita que o mais alto magistrado da Nação não possa reescrever a Constituição, mandar deter os socialistas, prender os comunistas e deportar os bloquistas.

Reservar para o mais alto cargo da República o mero direito de insultar quem votou nos partidos errados e de chantagear o povo que preveniu para não votar onde não queria, é uma grave restrição a quem há mais de quarenta anos se conforma com a democracia.

O PR devia ter poderes discricionários para evitar aos portugueses vê-lo em sofrimento na televisão, a tremer, e com baba a escorrer pela comissura dos lábios enquanto adverte quem é bom e mau, melhor do que um padre de paróquia saído do Concílio de Trento.

Portugal pode dar um péssimo exemplo, como já sucedeu com o 25 de Abril, à vizinha Espanha e, depois, quem sabe, alastrar à Europa a lepra da democracia, um sistema que já Salazar dizia não servir para Portugal.

Cavaco Silva, essa referência histórica da ética e do desprendimento dos bens materiais, arrisca-se a passar à posteridade como o último PR que não sujeita as suas decisões aos acasos do voto popular nem ao espartilho da Constituição.


Desde Salazar que não tínhamos um homem tão obstinado e coerente. O país não o merece.

Comentários

CD disse…
Não se rala, faltam poucos dias antes da sua saída definitiva das nossas vidas. até já recebi um relógio engraçado que faz o desconto do tempo da sua presença em Belém!!! Adorei... e recomendo.
Danielle Foucaut Dinis
Unknown disse…
Tenho que discordar consigo. Uma boa parte dos Portugueses merece-o. Depois da ruinosa governação como Primeiro Ministro, é eleito como Presidente, não uma, mas duas vezes seguidas.
Nunca pensei que existisse em Portugal tanto atrasado mental.(por acaso rima e é Verdade).
antero seguro disse…
Claro que o cargo de presidente da república foi completamente banalizado. Ocupado por uma pessoas sem perfil para o cargo, mesmo acolitado por um exército de assessores não passou de um mediocre actor politico. As sua prestação como executivo em duas legislaturas consecutivas criaram as condições para a ruína do país.

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