A Áustria e o Islão

O Governo austríaco decidiu proibir o véu integral nos espaços públicos e limitar o uso de símbolos religiosos aos funcionários públicos, para garantir a neutralidade do Estado e impedir certas campanhas de proselitismo salafista.

O preâmbulo da decisão legal, justifica as medidas governamentais tomadas em Viena.

“Acreditamos numa sociedade aberta que também se baseia na comunicação aberta: os véus integrais nos espaços públicos opõem-se a isso e, portanto, serão proibidos”.

A medida faz parte de um pacto entre social-democratas e conservadores e abrange um amplo leque de reformas, com medidas económicas, educativas e de segurança para favorecer a integração. Esta foi a resposta à extrema-direita que pretendia a proibição do Corão.

Vem a propósito recordar que, em 19 de maio de 2016, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos indeferiu o recurso de Zoubida Barik Edidi, advogada muçulmana a quem a Audiência Nacional impediu de sentar-se no Tribunal com o lenço islâmico (hijab) que se recusou a tirar durante um julgamento por terrorismo islamista, em outubro de 2009.

O desafio prosélito à laicidade do Estado é uma provocação antidemocrática recorrente, tão inaceitável como a proliferação de senhoras de Fátima nas enfermarias do Hospital de Coimbra.

A tibieza dos Estados e o contubérnio com religiões assumidas como maioritárias levam ao abuso de outras religiões, mais danosas e violentas, e criam o húmus onde florescem os extremismos políticos num mimetismo a que urge pôr cobro.

Fonte: El País, 31de janeiro.

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