TVI – 24 anos depois
Quando deixamos que os uivos dos ressentidos se sobreponham aos anseios dos povos, que o ruído dos reacionários abafe o som dos democratas e os donos da comunicação social silenciem os que deles discordam, a democracia corre o risco de se perder entre a propaganda insidiosa e a mentira descarada.
Faz hoje 24 anos que a TVI nasceu da prepotência de um PM e da chantagem da Igreja, onde um projeto sem consistência venceu uma proposta estruturada, com a vontade do Governo a sobrepor-se aos interesses do Estado e o catolicismo calculista de Cavaco a enfrentar a ética democrática.
Na feliz expressão de Mário Castrim, o maior crítico de televisão de então, e de sempre: «A TVI nasceu na sacristia e acabou na sarjeta». Não pôde a Igreja conservar o canal, depois de esvaziar sucessivamente as caixas das esmolas e a generosidade dos devotos, e acabou vendida ao melhor preço.
Os canais televisivos não são instrumentos de promoção democrática, são empresas de negócios ao serviço dos acionistas, veículos de interesses privados sem neutralidade partidária. Não é de estranhar que 40% do eleitorado veja as suas convicções apoiadas por mais de 80% dos comentadores e os interesses privados dominem todos os órgãos de informação privados.
O que é estranho é o canal público ser uma extensão dos privados e um instrumento ao serviço da oposição ao governo e aos partidos que o apoiam.
A democracia necessitas de democratas. Quando desistimos de lutar, por desleixo ou desânimo, promovem-se livrinhos de intrigas, entrevistas de encomenda, ajustes de contas e ódios acumulados, numa orgia reacionária, em apoteótica estridência.
Se desistirmos de ser vigilantes, voltaremos a ser vigiados.
Faz hoje 24 anos que a TVI nasceu da prepotência de um PM e da chantagem da Igreja, onde um projeto sem consistência venceu uma proposta estruturada, com a vontade do Governo a sobrepor-se aos interesses do Estado e o catolicismo calculista de Cavaco a enfrentar a ética democrática.
Na feliz expressão de Mário Castrim, o maior crítico de televisão de então, e de sempre: «A TVI nasceu na sacristia e acabou na sarjeta». Não pôde a Igreja conservar o canal, depois de esvaziar sucessivamente as caixas das esmolas e a generosidade dos devotos, e acabou vendida ao melhor preço.
Os canais televisivos não são instrumentos de promoção democrática, são empresas de negócios ao serviço dos acionistas, veículos de interesses privados sem neutralidade partidária. Não é de estranhar que 40% do eleitorado veja as suas convicções apoiadas por mais de 80% dos comentadores e os interesses privados dominem todos os órgãos de informação privados.
O que é estranho é o canal público ser uma extensão dos privados e um instrumento ao serviço da oposição ao governo e aos partidos que o apoiam.
A democracia necessitas de democratas. Quando desistimos de lutar, por desleixo ou desânimo, promovem-se livrinhos de intrigas, entrevistas de encomenda, ajustes de contas e ódios acumulados, numa orgia reacionária, em apoteótica estridência.
Se desistirmos de ser vigilantes, voltaremos a ser vigiados.
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