A propósito da independência da Catalunha
Jamais dei por adquirido que as minhas posições sejam corretas e erradas as dos outros, mas defendo as próprias, com convicção, até que os argumentos alheios me convençam.
No caso da Catalunha, excluindo os argumentos ideológicos de quem abomina a União Europeia, vendo aí uma forma de a destruir, enquanto eu defendo o federalismo, ainda não encontrei razões para vacilar na desaprovação. Quanto a este ponto, sou o que sou.
Abro um parêntese para dizer que o desejo federalista não me impede a defesa de maior democraticidade dos órgãos da UE e o aprofundamento da integração económica, social e política, e não apenas da comercial e financeira a que o capital a pretende reduzir.
Dito isto, vamos aos argumentos e depoimentos. Começo pelos últimos. A Escócia pode tornar-se independente por referendo. Pois, a Constituição do Reino Unido, ou omissão, permite-o, o que não é o caso da Espanha. O Kosovo conseguiu (embora duvide de que seja independente esse espaço sérvio ao serviço do narcotráfico e do terrorismo), mas houve um conjunto de países que, pela força, violaram o direito. Os factos consumados sobrepõem-se ao direito e à moral. Outros países conseguiram, mas tiveram a força das armas. Por muito que nos custe, a força é a base do direito e não o contrário, não tendo a Catalunha a ´razão da força’.
Quanto aos argumentos, parece-me débil o argumento de que é um direito da Catalunha, que é mais rica e não tem obrigação de dar mais do que recebe, como se qualquer País tivesse legitimidade de abandonar as zonas mais pobres por serem uma fonte de despesa e não de rendimento. Lembrei-me de Trump a ameaçar tornar os EUA ‘independentes’ de Porto Rico, pela despesa das catástrofes do pobre território sob sua administração.
Outro argumento é o da língua, como se Espanha fosse o único País com vários idiomas.
Finalmente, refiro-me aos argumentos frequentes, os portugueses não se devem pronunciar sobre os assuntos internos da Catalunha. Esse é, a meu ver, o pior. Então o que se passa na Coreia do Norte, na China ou nos EUA é lá com eles, se as suas decisões afetam todo o Planeta?
Simpatizando com a proposta de Alberto Garzón (IU), uma “constituição republicana e federal”, decisão que cabe aos espanhóis, subscrevo a posição do Governo português que se pronunciou – e bem –, quer se concorde ou não. É em eleições que o julgaremos. Quem não tem legitimidade para se pronunciar é o PR porque a política externa é da exclusiva competência do Governo.
O Pais ficou na dúvida se o telefonema ao rei foi em nome da Casa de Bragança ou da sua irreprimível vontade de exposição mediática.
No caso da Catalunha, excluindo os argumentos ideológicos de quem abomina a União Europeia, vendo aí uma forma de a destruir, enquanto eu defendo o federalismo, ainda não encontrei razões para vacilar na desaprovação. Quanto a este ponto, sou o que sou.
Abro um parêntese para dizer que o desejo federalista não me impede a defesa de maior democraticidade dos órgãos da UE e o aprofundamento da integração económica, social e política, e não apenas da comercial e financeira a que o capital a pretende reduzir.
Dito isto, vamos aos argumentos e depoimentos. Começo pelos últimos. A Escócia pode tornar-se independente por referendo. Pois, a Constituição do Reino Unido, ou omissão, permite-o, o que não é o caso da Espanha. O Kosovo conseguiu (embora duvide de que seja independente esse espaço sérvio ao serviço do narcotráfico e do terrorismo), mas houve um conjunto de países que, pela força, violaram o direito. Os factos consumados sobrepõem-se ao direito e à moral. Outros países conseguiram, mas tiveram a força das armas. Por muito que nos custe, a força é a base do direito e não o contrário, não tendo a Catalunha a ´razão da força’.
Quanto aos argumentos, parece-me débil o argumento de que é um direito da Catalunha, que é mais rica e não tem obrigação de dar mais do que recebe, como se qualquer País tivesse legitimidade de abandonar as zonas mais pobres por serem uma fonte de despesa e não de rendimento. Lembrei-me de Trump a ameaçar tornar os EUA ‘independentes’ de Porto Rico, pela despesa das catástrofes do pobre território sob sua administração.
Outro argumento é o da língua, como se Espanha fosse o único País com vários idiomas.
Finalmente, refiro-me aos argumentos frequentes, os portugueses não se devem pronunciar sobre os assuntos internos da Catalunha. Esse é, a meu ver, o pior. Então o que se passa na Coreia do Norte, na China ou nos EUA é lá com eles, se as suas decisões afetam todo o Planeta?
Simpatizando com a proposta de Alberto Garzón (IU), uma “constituição republicana e federal”, decisão que cabe aos espanhóis, subscrevo a posição do Governo português que se pronunciou – e bem –, quer se concorde ou não. É em eleições que o julgaremos. Quem não tem legitimidade para se pronunciar é o PR porque a política externa é da exclusiva competência do Governo.
O Pais ficou na dúvida se o telefonema ao rei foi em nome da Casa de Bragança ou da sua irreprimível vontade de exposição mediática.
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