Catalunha – Os dados estão lançados
Não se percebe o que levou Mariano Rajoy a tentar impedir, pela força, um referendo cujos resultados eram incertos e que seriam sempre irrelevantes, por estarem feridos de ilegalidade. Só a matriz franquista do PP e da monarquia que foi imposta pelo ditador aos espanhóis, permite compreender a decisão, de efeitos tão contraproducentes, a que se juntou um patético discurso do Bourbon de turno.
No entanto, a ilegitimidade da monarquia e a falta de visão do partido do poder, atolado em corrupção, não legitimam a declaração de independência da Catalunha, que gozava de grande autonomia e cuja amplitude podia ser discutida e aumentada.
A Catalunha não reúne condições para invocar o direito à autodeterminação dos povos. Até a língua catalã, proibida durante a ditadura fascista, pôde tornar-se obrigatória com o advento da democracia, e o seu governo dispunha de amplos poderes.
Agora que a independência foi declarada, com o apoio de minorias circunstancialmente unidas, a Catalunha, metida num beco, isolada internacionalmente, atrai a repressão do Governo central e espera as primeiras mortes para tornar irreversível uma situação cuja leviandade acabará por se virar contra os autores.
A instigada desintegração da Jugoslávia devia servir de vacina a uma Europa cúmplice das guerras locais que provocou. Os nacionalismos são a lepra que corrói a convivência entre os povos e destrói o cosmopolitismo e a diversidade étnica.
O problema catalão é uma explosão gratuita de nacionalismo que, a ter êxito, provocará a implosão de Espanha e da Europa. Não tem ideologia nem preocupações sociais. É um movimento da burguesia autóctone, de direita, que invoca a tradição independentista.
A independência catalã acordaria a do País Basco, Flandres e Escócia. Por mimetismo, surgiriam Córsega, Caríntia, Veneto, Friul e Sudtirol. Por fim, a Galiza, a Comunidade Valenciana e Ilhas Baleares, a Bretanha, o País de Gales, a Morávia, a Silésia e a Transilvânia acabarão por passar de regiões moderadamente independentistas a focos que o populismo facilmente transformará de simples tremor em erupção nacionalista.
Eu, europeu português, fico apreensivo.
Está aberta a caixa de Pandora.
No entanto, a ilegitimidade da monarquia e a falta de visão do partido do poder, atolado em corrupção, não legitimam a declaração de independência da Catalunha, que gozava de grande autonomia e cuja amplitude podia ser discutida e aumentada.
A Catalunha não reúne condições para invocar o direito à autodeterminação dos povos. Até a língua catalã, proibida durante a ditadura fascista, pôde tornar-se obrigatória com o advento da democracia, e o seu governo dispunha de amplos poderes.
Agora que a independência foi declarada, com o apoio de minorias circunstancialmente unidas, a Catalunha, metida num beco, isolada internacionalmente, atrai a repressão do Governo central e espera as primeiras mortes para tornar irreversível uma situação cuja leviandade acabará por se virar contra os autores.
A instigada desintegração da Jugoslávia devia servir de vacina a uma Europa cúmplice das guerras locais que provocou. Os nacionalismos são a lepra que corrói a convivência entre os povos e destrói o cosmopolitismo e a diversidade étnica.
O problema catalão é uma explosão gratuita de nacionalismo que, a ter êxito, provocará a implosão de Espanha e da Europa. Não tem ideologia nem preocupações sociais. É um movimento da burguesia autóctone, de direita, que invoca a tradição independentista.
A independência catalã acordaria a do País Basco, Flandres e Escócia. Por mimetismo, surgiriam Córsega, Caríntia, Veneto, Friul e Sudtirol. Por fim, a Galiza, a Comunidade Valenciana e Ilhas Baleares, a Bretanha, o País de Gales, a Morávia, a Silésia e a Transilvânia acabarão por passar de regiões moderadamente independentistas a focos que o populismo facilmente transformará de simples tremor em erupção nacionalista.
Eu, europeu português, fico apreensivo.
Está aberta a caixa de Pandora.
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