Assunção Cristas e a moção de censura
Assunção Cristas, alcançou um feito notável para a autarca que nunca o será. Obteve um resultado eleitoral para a Câmara de Lisboa, onde atingiu 3 mandatos, pela conjugação de circunstâncias irrepetíveis para quem pode voltar a ser ministra, e não se fará eleger para uma simples Junta de Freguesia. Teve o que Paulo Portas não alcançou.
A concelhia de Lisboa do PSD queria ver-se livre de um ativo tóxico, Passos Coelho, e, ao dar o voto à líder do CDS não votou nela, mas contra o próprio líder. A comunicação social afeta ao PSD, à falta de candidato próprio, começou cedo a dar guarida à líder do CDS e a apostar no inevitável ocaso de Passos Coelho.
Assunção Cristas fez a festa e lançou os foguetes de uma vitória de Pirro. Chamou a si a vitória de Lisboa, por ter alargado o número de vereadores numa câmara cujo presidente Cruz Abecasis era do CDS, e exultou por ter passado de 5 para 6 presidentes de Câmara em concelhos de pequeníssima ou média dimensão, quando o CDS já teve presidências em Viseu, Aveiro e Lisboa, por exemplo.
Nas eleições autárquicas, de 2013 para 2017, incluindo Lisboa, perdeu mandatos, votos e percentagem de eleitores. Foi esta vitória que camuflou com o triunfalismo alfacinha e que o PSD, com forte implantação popular, facilmente reverterá.
A vitória nas últimas eleições autárquicas e a exaltação de Assunção Cristas é a história da rã que queria ser boi. Ela não ganhou, inchou… até às próximas eleições. Na euforia, intitulou-se líder da Oposição ao governo e, na frenética corrida contra o PSD, anunciou uma moção de censura ao Governo no primeiro dia do luto nacional da repetição da catástrofe de Pedrógão.
O Governo não pode ser ilibado de responsabilidades que lhe cabem, mas a displicência com que os sucessivos governos incentivaram a plantação de eucaliptos e abandonaram à sua sorte a agonia do mundo rural, é da responsabilidade do PS, PSD e CDS, ao longo do tempo que o País leva de democracia. Uma das maiores responsáveis é exatamente a ex-ministra Cristas, como se prova pelas acusações fundamentadas de um antecessor.
Ao apresentar a moção de censura, Assunção Cristas sabia que os partidos à esquerda do PS estavam obrigados a votar contra moções de censura oriundas da direita, por um compromisso público. O que a levou à precipitação, que sabia condenada ao malogro, não foi a presunção de derrubar o Governo, foi o entusiasmo de arrastar o PSD, quando o partido está sem cabeça (líder) e o CDS é a cabeça vazia e reluzente, sem corpo.
A concelhia de Lisboa do PSD queria ver-se livre de um ativo tóxico, Passos Coelho, e, ao dar o voto à líder do CDS não votou nela, mas contra o próprio líder. A comunicação social afeta ao PSD, à falta de candidato próprio, começou cedo a dar guarida à líder do CDS e a apostar no inevitável ocaso de Passos Coelho.
Assunção Cristas fez a festa e lançou os foguetes de uma vitória de Pirro. Chamou a si a vitória de Lisboa, por ter alargado o número de vereadores numa câmara cujo presidente Cruz Abecasis era do CDS, e exultou por ter passado de 5 para 6 presidentes de Câmara em concelhos de pequeníssima ou média dimensão, quando o CDS já teve presidências em Viseu, Aveiro e Lisboa, por exemplo.
Nas eleições autárquicas, de 2013 para 2017, incluindo Lisboa, perdeu mandatos, votos e percentagem de eleitores. Foi esta vitória que camuflou com o triunfalismo alfacinha e que o PSD, com forte implantação popular, facilmente reverterá.
A vitória nas últimas eleições autárquicas e a exaltação de Assunção Cristas é a história da rã que queria ser boi. Ela não ganhou, inchou… até às próximas eleições. Na euforia, intitulou-se líder da Oposição ao governo e, na frenética corrida contra o PSD, anunciou uma moção de censura ao Governo no primeiro dia do luto nacional da repetição da catástrofe de Pedrógão.
O Governo não pode ser ilibado de responsabilidades que lhe cabem, mas a displicência com que os sucessivos governos incentivaram a plantação de eucaliptos e abandonaram à sua sorte a agonia do mundo rural, é da responsabilidade do PS, PSD e CDS, ao longo do tempo que o País leva de democracia. Uma das maiores responsáveis é exatamente a ex-ministra Cristas, como se prova pelas acusações fundamentadas de um antecessor.
Ao apresentar a moção de censura, Assunção Cristas sabia que os partidos à esquerda do PS estavam obrigados a votar contra moções de censura oriundas da direita, por um compromisso público. O que a levou à precipitação, que sabia condenada ao malogro, não foi a presunção de derrubar o Governo, foi o entusiasmo de arrastar o PSD, quando o partido está sem cabeça (líder) e o CDS é a cabeça vazia e reluzente, sem corpo.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Os portugueses conhecem - e a líder do CDS também - as posições conjuntas dos partidos que apoiam o actual Governo em que esta situação está expressa com linearidade e clareza. O expediente do PSD ao solicitar uma moção de confiança revela-se mais astuto já que poderia suscitar outras interpretações.
Toda a gente - e os partidos fazem parte deste conjunto - sente-se incomodada e perturbada pela tragédia incendiária que varreu o País.
Uns tentam resolver situações ancestrais outros buscam desesperadamente arranjar bodes expiatórios para esconder erros e desmandos passados.
O que é intolerável é a transposição do 'ordenamento da Direita' para a esfera parlamentar, quando se deveria estar a discutir aí assuntos bem mais relevantes: o ordenamento territorial e da floresta.
Não devemos perder mais tempo com as 'manobras de diversão' promovidas pela Direita (que conta com uma larga cobertura mediática) e pugnar para colocar os problemas no tempo e sítios certos.
O 'ordenamento da Direita' vai durar até ao Congresso do PSD (e continuará depois) e o País não deve - nem pode - ficar suspenso dessa 'guerra do alecrim e da manjerona'.
A Esquerda fez bem em guardar alguma distancia do litigante barulho da Direita. Poderia fazer melhor, isto é, ignorar as motivações da Direita - deixá-la a falar sozinha - e aproveitar o tempo para tratar de um País abalado por trágicos acontecimentos...e a necessitar de uma 'terapia de choque'.