Incêndios
Quando se julgava que o desastre já não podia ser maior, ardidas as florestas, devastadas as aldeias, o fogo chegou às cidades e consumiu casas no tecido urbano, depois de deixar corpos ardidos por onde passou.
Nas estradas houve pânico e as famílias, que ficaram com o telefonema interrompido de filhos ou pais, entraram em ansiedade até à chegada, horas depois, de novo telefonema a anunciar a aproximação. Mas foi no teatro dos incêndios que o desespero atingiu o auge e onde arderam vítimas, sem serem ouvidas, com os parcos pertences que defendiam.
De nada valeram as procissões e preces a pedirem a chuva anunciada pela meteorologia, e que não chegou. Nem os milagres previsíveis acontecem!
Nunca a meteorologia, a incúria e a obstinação por queimadas, que há séculos se fazem no mês de outubro, ainda que proibidas, se aliaram para dar à calamidade a dimensão trágica do dia de ontem.
O peso da tradição rural só rivaliza com quem, por interesses imediatos, nega alterações climáticas e põe em dúvida a evidência dos motivos que aceleram o aquecimento global.
Engana-se quem pensa que aprendemos alguma coisa com a tragédia que nos bateu à porta. O futuro será ainda pior, nos anos que vierem, se nenhum louco se encarregar, antes, de impedir que haja futuro.
Nas estradas houve pânico e as famílias, que ficaram com o telefonema interrompido de filhos ou pais, entraram em ansiedade até à chegada, horas depois, de novo telefonema a anunciar a aproximação. Mas foi no teatro dos incêndios que o desespero atingiu o auge e onde arderam vítimas, sem serem ouvidas, com os parcos pertences que defendiam.
De nada valeram as procissões e preces a pedirem a chuva anunciada pela meteorologia, e que não chegou. Nem os milagres previsíveis acontecem!
Nunca a meteorologia, a incúria e a obstinação por queimadas, que há séculos se fazem no mês de outubro, ainda que proibidas, se aliaram para dar à calamidade a dimensão trágica do dia de ontem.
O peso da tradição rural só rivaliza com quem, por interesses imediatos, nega alterações climáticas e põe em dúvida a evidência dos motivos que aceleram o aquecimento global.
Engana-se quem pensa que aprendemos alguma coisa com a tragédia que nos bateu à porta. O futuro será ainda pior, nos anos que vierem, se nenhum louco se encarregar, antes, de impedir que haja futuro.
Comentários
Ando há séculos a desafiá-lo para desenvolver essas suas teses, mas sem sucesso. Será que, afinal, o amigo é um ateísta com fé ?
Não sou homem de fé, mas não fecho os olhos à evidência do aquecimento global.
Se uma dia quiser falar sobre essa "evidência", desde já o meu agradecimento sincero pela disponibilidade. Mas no caso concreto o que gostava mesmo era de perceber a que propósito convoca o assunto para discutir os incêndios de verão/ tradição das queimadas.
Pois eu acho que se o governo fosse de direita tinha apagado os fogos, e não se passava nada!
Até porque esse governo teria falado atempadamente com o S. Pedro para não nos mandar clima tão adverso…
Na California morreram uns 50, e houve centenas de casas ardidas, na França foram deslocadas 22.000 pessoas e arderam dezenas de casas.
Não sei como esses países ainda não mandaram engavetar o comunista que provocou tudo isso. Aquele que caiu na asneira de ameaçar ir criar um departamento de combate aéreo a fogos florestais na Força Aérea Portuguesa. Aí o homem foi ingénuo…
A iniciativa privada entrou em pânico com os milhões que deixaria de faturar nas célebres “épocas dos fogos”.
É como se o Costa tivesse ameaçado privatizar os coelhos e as perdizes do país, destruindo assim a “época de caça” a tantos milhares de aficionados...
Suponho que o aumento anormal da atividade solar é a razão que sempre representou 90% das alteração climáticas no planeta. Basta uma pequena explosão na superfície solar para que o aumento de radiação faça evaporar, a mais, milhões de toneladas da água dos oceanos, sendo o vapor de água o principal responsável pelo efeito de estufa é de desconfiar que esta questão do aquecimento global antropomórfico seja mais uma campanha à escala global para proporcionar bons negócios a quem vai à frente na produção de equipamentos de captação de energia renovável.
A gasolina sem chumbo foi a anterior mais conhecida. Baseado numa evidência científica (os derivados do chumbo são veneno para o corpo humano) alteraram-se profundamente os equipamentos de refinação de petróleo, grande negócio. Porém ninguém mais perguntou ou estudou se essa alteração proporcionou melhoria da saúde dos habitantes do planeta. A julgar pela progressão do cancro, talvez tenha sido pior a emenda que o soneto.
Temos aqui o especialista que resolvia todos os problemas. Este gajo deve ser nomeado imediatamente para diretor da Proteção Civil, ministro da Administração Interna e chefe dos bombeiros.
E no lugar dele um bombeiro para apagar as porcarias difundidas pela SIC todo o ano.
O detonador é, em muitos casos, uma queimada, mas as alterações climáticas potenciam os fogos que o abandono da agricultura tornou habituais.
Hoje é um mau dia para esta polémica. Tive de saltar da cama à 01:30 h para chamar os bombeiros e ir apagar um fogo que "detonou" nas terras de um vizinho a 100 metros da casa que habito. O "detonador" foi um cabo de baixa da EDP que se chateou de anos de esfrega da pernada de certo sobreiro e resolveu po-lo a arder. Como por baixo há silvados em que um tractor consegue fazer um tunel, a coisa rapidamente ficou jeitosa. Ora, que eu saiba, silvados assim não crescem graças a nenhuma alteração do clima. Pelo contrário, é graças ao clima que temos tido que crescem. E se crescem nos canteiros onde há 20 anos se plantavam batatas, isso também não decorre do facto de a malta se ter chateado com as batatas porque sim. O caso é que o nosso povo e os seus opinadores falam muito mas qd vão às compras gostam de comprar barato nas promoções dos "continentes" que proliferaram por ai as batatas da agro-industria francesa. Ora os cavadores de batatas chegaram ao ponto em que se fartaram de pagar para vender batatas, que de resto nem para as cabras se aproveitam, pois tb já estão quase extintas, já que a malta tb passou a preferir os cabritos da nova zelandia. Além de tudo isto há a EDP distribuição, que insiste na ideia de que o caminho mais curto entre dois pontos é a linha recta e entende que não tem de cortar as pernadas dos sobreiros que se atravessem pela frente. De modo que tive "festa rija" até às cinco da manhã, e apetece-me tudo menos discutir em que medida o "clima" potencia os fogos florestais. E a razão é simples: é que desde que aqui vivo, tenho visto grandes mudanças, sim senhor. Mas olhe que o clima não é de todo uma delas.
Registo a forma e o conteúdo da amarga crónica em que facilmente se acredita.
Está mais do provada a negligência grosseira e criminosa deste governo e de quem dele depende....
NUNCA HOUVE TANTOS MORTOS, TANTA ÁREA ARDIDA , NEM TANTOS ERROS E INCÚRIAS NO COMBATE AOS INCÊNDIOS...
se eu tivesse familiares vítimas da incúria dos ocupantes de cargos na estrutura, com certeza que intentava AÇÃO CRIME.....NEM DUVIDAVA......
informem se
https://blasfemias.net/2017/10/17/a-propaganda-nunca-resiste-a-realidade/