BANIF: mais um imbróglio…

O País está literalmente estupefacto com as notícias sobre o BANIF. Desde os anúncios de uma brutal queda do valor das acções de quase 50% (42,8%) link o que não pode deixar de significar a falência eminente, até notícias sobre a necessidade de (mais) uma rápida intervenção pública link , facto que leva os contribuintes desde já a porem as barbas de molho, passando ainda por planos de venda de afogadilho (até ao final do ano) link existem informações para todos os gostos.

A realidade, que foi camuflada pelas intervenções ditadas pelas instituições europeias, pela necessidade de uma 'saída limpa' e mais recentemente pelo período eleitoral, compeliu o Estado em Janeiro de há três anos a proceder a uma injecção de capital de mais de mil milhões de euros.

Desde então o Estado (principal accionista) decidiu manter-se ''quieto' e 'expectante' e assim continuou mesmo após de há cerca de 1 ano ter começado o incumprimento das devoluções.

Na lógica neoliberal que infesta o sistema financeiro europeu, embora o Estado seja o maior accionista, não pode, na prática, controlar a gestão, limitando-se a uma presença simbólica no conselho de Administração. 

Este foi o sistema dos CoCo’s (contingent conversible bonds) em que os riscos de retorno desse tipo de recapitalização bancária recaem, em última análise, sobre a esfera pública. O 'pudor neoliberal' quis afastar de qualquer maneira e a todo o custo o espectro de uma nacionalização e prosseguiu no eterno louvaminhar das virtudes da gestão privada.

Na calha, percebe-se, estará mais uma ‘resolução’ como no Banco Espírito Santo. O Governo perante um contínuo deteriorar da situação do BANIF não pode limitar-se a dizer que está a ‘acompanhar a situação’ trabalhando a contra-relógio link. Sabemos que, neste momento, estarão em curso várias hipóteses de (re)solução e até de negócio (venda), sem garantias de qualquer sucesso.

Mas também sabemos que esta situação não começou ontem e foi sistematicamente desvalorizada e ocultada. Nomeadamente pela maioria que governou o País e as Finanças públicas até 4 de Outubro. A resolução do imbróglio que o actual Governo herdou passa necessariamente pela informação transparente sobre o que se passou neste Banco desde a intervenção pública e, mais importante, pela comunicação sucinta, clara e acessível a todos os cidadãos e de modo especial aos contribuintes do estado do sistema financeiro português, que entrou em franca e acelerada crise de confiança.

É importante para este Governo fazer a diferença com aqueles que estiveram mais de 4 anos a controlar o sistema e o deixaram num estado caótico. Isto é, os mesmos que foram impiedosos para os portugueses submetendo-os a um feroz ‘ajustamento’ que acabaria por provocar um violento empobrecimento, esqueceram-se de olhar para o sistema financeiro. 

Quanto a bancos nacionais já experimentamos de tudo um pouco: a nacionalização (BPN), a resolução (BES) falta agora o modelo da liquidação. Será esse o destino do BANIF?

Urge esclarecer este imbróglio.

Comentários

Manuel Galvão disse…
E diziam-me que era teoria da conspiração, quando eu considerava, há 5 anos, que a mega-burla do crédito fácil com juros baixos não era senão uma estratégia para rebentar com os bancos regionais (pequenos) e proporcionar que os grandes bancos internacionais os comprassem a preço de saldo...
Malhas que o FED & Cia tecem.
Outra coisa não é de esperar dos descendentes do Al Capone, conluiados com a Camorra Siciliana e com os judeus ricos centro europeus fugidos ao regime Nazi... donos dos bancos que detêm a empresa privada Federal Reserve Bank, o FED.
Tudo bons rapazes!

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