A Europa e o modelo social
A Alemanha e a Polónia podem, a curto prazo, mudar a orientação económica no sentido de um liberalismo exaltado que, sobretudo no primeiro caso, pode levar à pasta das Finanças o juiz Paul Kirchhof que pretende converter numa «taxa única» as taxas progressivas que a justiça social, o tempo e o modelo europeu há muito consagraram.
A Polónia, com dificuldades de adaptação ao sistema democrático, hesita entre um modelo social-democrata e a aventura ultra-liberal. Avizinha-se a vitória dos populistas do partido da Lei e Justiça, coligados com a Plataforma Cívica, refúgio de militantes do desacreditado Solidariedade, cujo programa eleitoral preconiza igualmente a famigerada «taxa única».
O modelo social europeu, que a direita democrática tolerava, está em risco, com a senhora Angela Merkel, seduzida por Bush e a procurar imitar a senhora Thatcher.
Com o exemplo dos EUA e a ofensiva liberal do primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi que conseguiu afastar os elementos moderados do seu partido e vai levar avante a privatização dos correios nipónicos – um colosso empresarial que é também o maior banco mundial –, as preocupações sociais começam a ficar arredadas da agenda política dos governantes europeus. No dia de hoje o Japão está a sufragar a política liberal proposta e as sondagens à boca das urnas asseguram-lhe uma estrondosa vitória.
A transferência de empresas para paraísos onde a protecção social é precária ou inexistente, é um contributo para a submissão dos trabalhadores à violência da economia liberal chantageados pelo espectro do desemprego e pela cada vez maior facilidade dos despedimentos, a que os profetas do neoliberalismo chamam «flexibilização».
Nós, portugueses, atordoados com slogans e mal refeitos dos três desastrosos anos de aliança do PSD com os destroços do salazarismo reunidos à volta de Paulo Portas, hesitamos entre o liberalismo desenfreado que a direita nos promete como Paraíso e uma tímida social-democracia de que o PS é o garante, depois de arrumar a casa que lhe deixaram hipotecada.
A Polónia, com dificuldades de adaptação ao sistema democrático, hesita entre um modelo social-democrata e a aventura ultra-liberal. Avizinha-se a vitória dos populistas do partido da Lei e Justiça, coligados com a Plataforma Cívica, refúgio de militantes do desacreditado Solidariedade, cujo programa eleitoral preconiza igualmente a famigerada «taxa única».
O modelo social europeu, que a direita democrática tolerava, está em risco, com a senhora Angela Merkel, seduzida por Bush e a procurar imitar a senhora Thatcher.
Com o exemplo dos EUA e a ofensiva liberal do primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi que conseguiu afastar os elementos moderados do seu partido e vai levar avante a privatização dos correios nipónicos – um colosso empresarial que é também o maior banco mundial –, as preocupações sociais começam a ficar arredadas da agenda política dos governantes europeus. No dia de hoje o Japão está a sufragar a política liberal proposta e as sondagens à boca das urnas asseguram-lhe uma estrondosa vitória.
A transferência de empresas para paraísos onde a protecção social é precária ou inexistente, é um contributo para a submissão dos trabalhadores à violência da economia liberal chantageados pelo espectro do desemprego e pela cada vez maior facilidade dos despedimentos, a que os profetas do neoliberalismo chamam «flexibilização».
Nós, portugueses, atordoados com slogans e mal refeitos dos três desastrosos anos de aliança do PSD com os destroços do salazarismo reunidos à volta de Paulo Portas, hesitamos entre o liberalismo desenfreado que a direita nos promete como Paraíso e uma tímida social-democracia de que o PS é o garante, depois de arrumar a casa que lhe deixaram hipotecada.
Comentários
...se bem que concorde mais com a opinião dos que defendem que a desvalorização do dólar e a sua imensa divida pública serão os principais responsáveis...por uma eventual crise...
...quando houver revoltas...nem o exército pode valer aos ultraliberais...