Gonçalo Capitão
Regressou ao convívio dos leitores do «Diário as Beiras» o desiludido santanista Gonçalo Capitão, que, sem quebra de coerência, veio terçar armas pelo Dr. Encarnação. Reconheço, aliás, no político de Coimbra, exilado em Lisboa nos últimos anos, coragem e independência que falta a muitos dos seus correligionários. Não o conhecendo pessoalmente, tributo-lhe consideração e estima pelas polémicas que tivemos, graças à benevolência do «Diário as Beiras».
Ao ler hoje o seu artigo laudatório de Carlos Encarnação (site indisponível), lembrei-me de um texto meu, não publicado, talvez para pôr termo à polémica, pois o Diário as Beiras sempre foi generoso para com as cartas dos seus leitores. Aqui o deixo para os leitores do «Ponte Europa».
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Reporto-me ao artigo de As Beiras que, sob o título de fino recorte literário “As palavras que estou careca de te dizer”, Gonçalo Capitão publicou no dia 8 de Novembro.
Que faça a apologia do Dr. Encarnação para protagonizar o pesadelo do regresso da direita à gestão autárquica de Coimbra, é um direito e uma obrigação para provar a existência do PSD no concelho, existência afirmada numa coligação que engloba um partido localmente residual – o CDS/PP – e uma ficção a nível nacional, o PPM. Mas nem podia ser de outra forma para um partido que se demitiu da oposição autárquica nos últimos quatro anos.
Aliás, encarnação é um substantivo feminino que o dicionário [BE1] define como “preparação especial para colar loiça partida”, e não havia outro nome capaz de se prestar para a função. Mas não são os problemas internos da direita que me interessam. É a prosa do plumitivo que me interpela.
Depois de desejar que o pretendido sucessor do Dr. Machado seja politicamente mais viril, afirma que “... nos sentimos carentes de um político com as medidas (autárquicas) no sítio.”
Contrariamente a Gonçalo Capitão não me interessa a virilidade dum Presidente da Câmara, interessa-me o seu programa político. Não quero saber como se pode comportar na cama, quero saber como é capaz de comportar-se com o poder. Para governar um município os espermatozóides não são importantes. Importantes são os neurónios e o estado das meninges do candidato. E, a esse respeito, não nos elucida.
Penso, pois, que é um exagero admitir que haja muitos munícipes “carentes de um político com as medidas (autárquicas) no sítio”. Cada um fale por si.
Post scriptum – Chegou-me à caixa do correio um apelo ao voto no Dr. Encarnação, com versos de Miguel Torga. Sei do poeta e da sua obra o suficiente para ter a certeza de que nunca lhe confiaria o voto.
Coimbra, 10 de Novembro de 2001
[BE1] Grande dicionário electrónico da Língua Portuguesa – Cândido de Figueiredo
Ao ler hoje o seu artigo laudatório de Carlos Encarnação (site indisponível), lembrei-me de um texto meu, não publicado, talvez para pôr termo à polémica, pois o Diário as Beiras sempre foi generoso para com as cartas dos seus leitores. Aqui o deixo para os leitores do «Ponte Europa».
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Reporto-me ao artigo de As Beiras que, sob o título de fino recorte literário “As palavras que estou careca de te dizer”, Gonçalo Capitão publicou no dia 8 de Novembro.
Que faça a apologia do Dr. Encarnação para protagonizar o pesadelo do regresso da direita à gestão autárquica de Coimbra, é um direito e uma obrigação para provar a existência do PSD no concelho, existência afirmada numa coligação que engloba um partido localmente residual – o CDS/PP – e uma ficção a nível nacional, o PPM. Mas nem podia ser de outra forma para um partido que se demitiu da oposição autárquica nos últimos quatro anos.
Aliás, encarnação é um substantivo feminino que o dicionário [BE1] define como “preparação especial para colar loiça partida”, e não havia outro nome capaz de se prestar para a função. Mas não são os problemas internos da direita que me interessam. É a prosa do plumitivo que me interpela.
Depois de desejar que o pretendido sucessor do Dr. Machado seja politicamente mais viril, afirma que “... nos sentimos carentes de um político com as medidas (autárquicas) no sítio.”
Contrariamente a Gonçalo Capitão não me interessa a virilidade dum Presidente da Câmara, interessa-me o seu programa político. Não quero saber como se pode comportar na cama, quero saber como é capaz de comportar-se com o poder. Para governar um município os espermatozóides não são importantes. Importantes são os neurónios e o estado das meninges do candidato. E, a esse respeito, não nos elucida.
Penso, pois, que é um exagero admitir que haja muitos munícipes “carentes de um político com as medidas (autárquicas) no sítio”. Cada um fale por si.
Post scriptum – Chegou-me à caixa do correio um apelo ao voto no Dr. Encarnação, com versos de Miguel Torga. Sei do poeta e da sua obra o suficiente para ter a certeza de que nunca lhe confiaria o voto.
Coimbra, 10 de Novembro de 2001
[BE1] Grande dicionário electrónico da Língua Portuguesa – Cândido de Figueiredo
Comentários
Vá lá que de vez em quando concordamos em algumas coisas, meu caro Esperança.
PS: ele não está exilado, está a trabalhar, algo que fazia bem a muito boa gente.
Agora há que escrever um artigo a reconhecer que se enganou: as pontes, o túnel dos Olivais, os estádios, a circular externa, as piscinas, o parque industrial, a variante de Eiras (prometida há 30 anos!!!), os ajardinamentos, as rotundas, os parques infantis, as obras nas escolas primárias, a limpeza da cidade, os novos autocarros, a atenção dada aos bairros sociais, o projecto para o Ingote, ettc., etc. Uffff!
Não chega para 3 anos e meio?
(Com o anterior presidente nem daqui a 50 anos!)
Era um milagre igual ao das 3 pontes.
Enfim, o pio edil julga que a autoria de uma ponte cabe a quem lhe altera o nome.
GC
Que afectuosamente retribuo.
Quando começou a obra?
Quando acabou?
De onde saiu o dinheiro?
(Não me digam que é obra do Manuel Machado... De qual? Do Manuel Machado dos primeiros quatro anos, do Manuel Machado dos segundos quatro anos ou do Manuel Machado dos terceiros quatro anos?)
Ninguém conseguirá reescrever a História (isso era no tempo do muro - e do lado de lá)
Eu chamo túnel dos Olivais ao que passa próximo da igreja do mesmo nome.
O túnel da via rápida não sei o nome mas não será certamente dos Olivais. (Posso estar enganado).
Agora que o autarca das 3 pontes e dois estádios construiu Coimbra é talvez exagerado.
Você já não sabe onde é que é a Rua Oliveira Matos e agora até se perde nos Olivais?
"O autarca das três pontes e dois estádios".
Mais uma vez, Esperanção não é rigoroso.
Deveria ter escrito, 3 pontes, 2 estádios, 3 piscinas, 10km de circular externa, 1 parque de campismo, 1 parque industrial, pelo menos 1 estátua, várias rotundas, 4 parques infantis, 3 polidesportivos, 16 escolas primárias recuperadas, etc., etc.
Isto é só uma amostra.
Em breve haverá mais!
É obra... e não ficou barata.
Por que motivo ninguém fala das «Águas de Coimbra»?