A queda da folha
A queda da folha.
A campanha eleitoral, apesar de há muito ter começado, dá agora, oficialmente, os primeiros passos. Os candidatos mostram o sorriso, esforçam-se por parecer simpáticos, prometem ser tolerantes, abrangentes e fingem dar ouvidos a quem ousa discordar; a encenação não fica completa se não distribuírem sacos de plástico, aventais, brindes e papel cuché, com a sua cara maquilhada, para convencer os incautos de que a pose é sinónimo de competência.
O país está farto destes embustes, actores de subúrbio sem lugar nas piores companhias de teatro. O povo continua sem dinheiro, o desemprego aumenta, mas as promessas evoluem exponencialmente para captar votos. Urge erguer a voz, em nome de uma cidadania responsável, denunciar a falta de seriedade que graça na boca de alguns candidatados autárquicos. O povo pode e deve votar contra aqueles que julgam que ele não pensa e não sabe, como escreveu Sophia de Mello Breyner.
Coimbra é uma cidade onde a presença da sua Universidade condiciona todas as estratégias: ou a integram ou a excluem. E o sucesso depende da capacidade que os actores tiverem para perceber que, sem massa crítica e sem competência técnica, as soluções políticas perdem credibilidade.
Era altura de Coimbra ter uma estratégia cultural, que a afirmasse na região e no país mas, para isso, era necessária, também, uma oferta de qualidade, com captação de novos públicos, onde coexistisse uma modernidade que desse vida a uma tradição que corre o risco de ser uma teia no baú da memória.
É preciso conhecer o que se faz nas cidades intermédias, para não falar das capitais culturais: Barcelona, Madrid, Munique, Londres, Paris ou Viena, só para citar algumas, onde é o obrigatório ir beber o néctar da programação.
Que cidade se pode orgulhar de ter tão grande património ao nível da literatura?, da história das ideias?, do património monumental e, principalmente, de ter uma matriz musical conhecida em todo o mundo?
A cidade de Coimbra vai continuar a navegar à mercê dos ventos e sem estratégia cultural? Senhores políticos, os conimbricences querem e têm o direito de saber o que pensam. Continuaremos a ter uma oferta cultural de garagem e a assistir à queda da folha?
António Vilhena
A campanha eleitoral, apesar de há muito ter começado, dá agora, oficialmente, os primeiros passos. Os candidatos mostram o sorriso, esforçam-se por parecer simpáticos, prometem ser tolerantes, abrangentes e fingem dar ouvidos a quem ousa discordar; a encenação não fica completa se não distribuírem sacos de plástico, aventais, brindes e papel cuché, com a sua cara maquilhada, para convencer os incautos de que a pose é sinónimo de competência.
O país está farto destes embustes, actores de subúrbio sem lugar nas piores companhias de teatro. O povo continua sem dinheiro, o desemprego aumenta, mas as promessas evoluem exponencialmente para captar votos. Urge erguer a voz, em nome de uma cidadania responsável, denunciar a falta de seriedade que graça na boca de alguns candidatados autárquicos. O povo pode e deve votar contra aqueles que julgam que ele não pensa e não sabe, como escreveu Sophia de Mello Breyner.
Coimbra é uma cidade onde a presença da sua Universidade condiciona todas as estratégias: ou a integram ou a excluem. E o sucesso depende da capacidade que os actores tiverem para perceber que, sem massa crítica e sem competência técnica, as soluções políticas perdem credibilidade.
Era altura de Coimbra ter uma estratégia cultural, que a afirmasse na região e no país mas, para isso, era necessária, também, uma oferta de qualidade, com captação de novos públicos, onde coexistisse uma modernidade que desse vida a uma tradição que corre o risco de ser uma teia no baú da memória.
É preciso conhecer o que se faz nas cidades intermédias, para não falar das capitais culturais: Barcelona, Madrid, Munique, Londres, Paris ou Viena, só para citar algumas, onde é o obrigatório ir beber o néctar da programação.
Que cidade se pode orgulhar de ter tão grande património ao nível da literatura?, da história das ideias?, do património monumental e, principalmente, de ter uma matriz musical conhecida em todo o mundo?
A cidade de Coimbra vai continuar a navegar à mercê dos ventos e sem estratégia cultural? Senhores políticos, os conimbricences querem e têm o direito de saber o que pensam. Continuaremos a ter uma oferta cultural de garagem e a assistir à queda da folha?
António Vilhena
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