Greve - uma faca de dois gumes
A greve é um direito inalienável que distingue as democracias, que o defendem, das ditaduras, que o proíbem. É, naturalmente, uma arma de que os trabalhadores se servem para compensar a desproporção de forças que favorece, em regra, a entidade patronal.
Há, no entanto, na agitação social que grassa em Portugal, reflexões a fazer, sem contar com o exotismo de um órgão de soberania fazer greve, o que salpica de lama os juizes, bizarria que desde o saudoso almirante Pinheiro de Azevedo, então primeiro-ministro, nunca mais tinha acontecido.
A primeira reflexão prende-se com as classes que se destacam no anúncio do recurso à greve, normalmente as que auferem rendimentos mais altos e gozam de regalias extras que, num período de aperto orçamental, se tornam obscenas e revelam um egoísmo flagrante para com a imensa maioria de trabalhadores com baixos rendimentos.
Outro argumento tem a ver com a disparidade de remunerações praticadas pelo Estado, disparidades que se acentuaram à sorrelfa e criaram situações de profunda injustiça e motivo de ressentimento.
Finalmente, é onde a opacidade das regalias e a sua exorbitância mais se acentuam que os beneficiários reagem com mais virulência e menor sentido de solidariedade social.
Penso que a divisão esquerda/direita passa pelo modelo de sociedade que se deseja e pelo sentido de solidariedade entre os que estão no mundo do trabalho e aqueles que dele foram excluídos ou nem sequer a ele conseguem aceder.
Comentários
Já agora ocorre-me dizer q é uma vergonha q os mais favorecidos economicamente se queiram furtar às suas responsabilidades no q toca a ajuda q todos temos q dar para consolidar o mau momento financeiro q o país atravessa. São sempre os pequenos a apertar o cinto , a passar necessidades, a não ter uma vida com um mínimo de dignidade! Mas aí... está tudo bem, ninguém se importa se há quem passe fome, não tenha dinheiro para medicamentos, e ande a viver da caridade de alguns. Que País é este? Que socialismo, que solidariedade???
Por outro lado nesses paises Europa fora, não existem as disparidades de ordenado entre as diferentes classes , que se vê neste país. Somos pequenos em tudo.
Todos fazemos falta, do cozinheiro, ao professor, à costureira, ao médico, ao padeiro, ao juiz. Assim sendo porque é q uns são TOPO DE GAMA e os outros são a RALÉ!?!?!?
Maioritariamente assino anónimamente, por vezes assino como vou assinar.
Admiro o seu blog, q assim continue!
Infelizmente, com os juízes,mais uma situação em que pode haver e não haver razão em simultânio.
a)O que perseguem em termos remuneratórios, têm o desplante de dizer que não são aumentados há milénios (diz o sr do sindicato),é um disparate e embuste totais. A desmascarar.
b)O que têm como condições de trabalho, uma simples questão de organização de métodos e processos. Passa tambem pela vontade dos próprios que tão ausente anda pelo que se vai vendo nos tribunais. A justificar todas as preocupações da classe. E nossas.
x)De algum modo semelhante ao «problema militar». Mais de estrutura e profissão, que das famigeradas regalias (saúde e reformas). Outro sintoma de falta de organização/reorganização,ausencia de chefias e de gestão participativa - sintoma geral/nacional.
Cumprimentos.
Senão vejamos os ingredientes que o chefe preparou para a estimada freguesia deste berloque poderem deglutir.
Leva batatas «A greve é um direito inalienável» couve lombarda «para compensar a desproporção de forças que favorece, em regra, a entidade patronal.» e cenouras «naturalmente, uma arma de que os trabalhadores se servem».
Chouriço de sangue «Há, no entanto, na agitação social que grassa em Portugal» couve portuguesa «órgão de soberania fazer greve» salpicão «que salpica de lama os juízes,» e a couve portuguesa «almirante Pinheiro de Azevedo».
Nabos «as classes que se destacam no anúncio do recurso à greve,» ossos de suã ou espinhaço «auferem rendimentos mais altos e gozam de regalias extras» orelheira e beiça (focinho) «período de aperto orçamental» e costelas (entrecosto) «a imensa maioria de trabalhadores com baixos rendimentos.»
Frango ou meia galinha «disparidade de remunerações praticadas pelo Estado»
E agora Carlos Esperança dá-nos (a receita para) o arroz
Arroz «a opacidade das regalias e a sua exorbitância» e pimenta «os beneficiários reagem»
Cebola «divisão esquerda/direita» sal «sentido de solidariedade» azeite «os que estão no mundo do trabalho» dentes de alho «e aqueles que dele foram excluídos ou nem sequer a ele conseguem aceder.»
Um verdadeiro mestre da culinária nacional o Chefe Carlos Esperança.
Eu diria mesmo mais:
Mais!
Carlos Esperança está um verdadeiro especialista na “haut cousine” portuguesa. Já não é uma esperança mas sim uma certeza!
O seu berloque – Ponte Europa – habilita-se mesmo a ganha uma (ou mais) “estrelas” no Guia PS de Portugal.
O critico de culinária
José Quitério (homónimo)
A bem da nação
DC
O texto foi apagado pois também consta da caixa de comentários seguinte.
A repetição de textos, por melhor que seja a qualidade, transforma em ruído o que pode ser uma troca de ideias entre leitores.
Penso que será mesma pessoa de quem há muito tempo leio cartas no Expresso. Se assim for, só me falta "conhecer" A. João Soares, que também muito gosto de ler, em vários jornais e revistas.
2. Faço minhas as palavras do basta!
Caro amigo,
Ao menos que as vindimas produzam um néctar de qualidade que ajude a alegrar a vida sem azedar a mucosa gástrica.
Razões de azia não faltam. Bom regresso. Um abraço.
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Ao mano 69:
Apreciei as «Farpas» culinárias com que, com ironia e humor, desanca o meu texto. Sou eu que o poupo a ter de ir desancar o bei de Tunes.
É da contradição dialéctica que nasce a síntese que nos há-de orientar. Nunca me furtei ao contraditório mas sei que há armas difíceis de combater.
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Caro leitor figueirense:
Fico sem jeito quando me elogiam, talvez por falta de hábito. Todavia, sem ser esse o intuito, sabe bem encontrar quem se identifica com as nossas posições, quem reflecte sobre a mesma realidade e chega às mesmas conclusões.
Claro que fico sensibilizado e, por isso, aqui fica o meu muito obrigado.
O seu comentário cruzou-se com a resposta que dei aos outros leitores.
Sou, de facto,o autor de várias cartas que o Expresso, o Diário de Notícias e o Diário as Beiras têm publicado. No caso do Expresso devo-lhe ter transformado em artigo do jornal um desses textos.
Quanto ao Soares, um amigo meu, é funcionário administrativo num dos hospitais de Coimbra e é aquele sobrevivente do desastre de avião em Hong-Kong que, às vezes, aparece a falar em nome dos sinistrados desse acidente.
Obrigado pelas suas amáveis palavras.
Agradeço a referência, mas a leitora não se refere a mim, mas sim ao leitor A.João Soares, que é um distinto reformado de Cascais. Eu "só" escrevo em jornais há 30 anos, sobre os mais variados assuntos. Um abraço de amizade do José Soares
As minhas desculpas pelo lapso. Não foi truque para o apanhar no «Ponte Europa».
Apresento igualmente à leitora Odete Pinto as minhas desculpas pelo erro involuntário.
Só uma justificação que atenua a falta: José Soares também aparece frequentemente com intervenções cívicas na imprensa local e nacional.
Bem lhe agradecia que explicasse quanto é que deviam ganhar, se deviam ter carro de serviço novo de quantos em quantos anos, se deviam poder contratar a esposa ou não, se deviam poder ter apenas um emprego ou acumular vários, se deviam deixar de poder ser administradores de empresas, se deviam ter computador pago pelo estado, se deviam receber horas extraordinárias se fizessem noitadas (estou a lembrar coisas do estilo interrogatórios da casa pia), se o estado devia dar-lhes senhas de gasóleo ou não, se deviam pertencer aos partidos, etc...
Usar apenas a palavra privilégio torna a coisa compreensível apenas aos conhecedores e nada me esclarece. Nem à maioria das pessoas.
Nunca achei exagerados os vencimentos dos magistrados.
Acho ridículo e imoral que quisessem ganhar mais do que o Presidente da República.
Para evitar uma lista demasiado grande, recomendo-lhe o http://corporacoes.blogspot.com/
ou o que a esse respeito tem escrito o notável jurista e ex-conselheiro do Tribunal Constitucional em
http://causa-nossa.blogspot.com/
Em tempo, declaro que sem independência e prestígio dos juizes não há democracia.
Mas lembro-me dos que aceitaram fazer parte dos Tribunais Plenários do fascismo. Um, de nome Florindo, era tão invertebrado e pusilânime que permitia agressões aos «réus» em pleno tribunal, pela PIDE.
Não acha que os vencimentos no estado são completamente distorcidos? Recordo o dir-geral que ganha 2,5 vezes mais que o PR. Imensos altos funcionários que têm vários empregos, autarcas que criam empresas duplas das câmaras. Dos tribunais que conheço posso dizer que o privilégio dos sr.es juízes é o "franciscano": pobreza a roçar a miséria. Li num destes blogues que a verdadeira corporação é o partido. Não me custa acreditar que os sr.es políticos sejam muito insensíveis a qualquer realidade do estado que não seja da cor. Sabe que qualquer empresário que investe noutro país se pergunta: 1º) se não me pagarem posso cobrar "à força" e rapidamente? 2º) se tiver problemas com o governo os tribunais olham à lei e não se dobram aos ministros?
Pode imaginar o efeito de uma greve de juízes lá fora? Nunca ouvi falar de nenhuma.
Consegue perceber aquela tirada do sr. ministro: vou acabar com um mês das férias judiciais e conseguir aumentar a produção em 10%; recuso acabar com o 2º mês de férias (e os juízes e funcionários aceitavam) e ... (surpresa!!) recuso ganhar mais 10%. Se fosse numa empresa sabe o que lhe acontecia? Os accionistas diziam-lhe: adeus! Passe bem!
A (des) propósito: sabe dos SS da presidência do Conselho de Ministros? E dos vencimentos dos funcionários da Assemb. Da Rep.? Até ouvi (??) falar em subsídio de "democraticidade"?
Tem razão em algumas coisas, não em outras.
Na minha modesta opinião, no Estado ninguém deve ganhar mais do que o PR. É uma questão simbólica.
Trabalhei os últimos trinta e tal anos numa multinacional. Nunguém ganhava mais do que o Director-Geral, ainda que pudesse ter benefícios extra pagos no país de origem.
As Empresas Municipais e a possibilidade de acumulações criou uma verdadeira bandalheira que fez com que as autarquias se tornassem o pior exemplo da democracia.
O Estado tem, ou devia ter, regras a que naturalmente as empresas privadas não têm que se subordinar.
1 - A hierarquia deve definir o nível de remuneração.
2 - O sistema de saúde deve ser igual para todos;
3 - Os subsídios devem obedecer a uma lógica e ser tributados em sede própria;
4 - Os juizes - repito-o - devem ter um estatuto remuneratório à altura das funções que exercem, sem benefícios que escandalizam;
5 - Por caricatura, refiro-lhe que os magistrados do Ministério Público (não são juizes) gozam do privilégio de estarem isentos de derramas municipais.
6 - A transparência dos vencimentos e benefícios dos agentes do Estado é uma exigência democrática.
Podia acrescentar-lhe que aos Conselheiros é abonada ajuda de custo equivalente a ministro nos dias em que se deslocam em transportes gratuitos a Lisboa.
E há um Tribunal cujos conselheiros têm direito a dois dias suplementares de ajudas de custo além daqueles em que comparecem.
Bem, ficaria a noite a falar de imoralidades. Já basta. Sou amigo pessoal de uma boa meia dúzia de juizes conselhiros e espero que não façam greve. Custar-me-ia perder a consideração, já que a amizade de meio século se não perde.
Chama-se a isso viver em democracia. Ou seja;
Eu desanco
Tu desancas
Ele desanca
Nós desancamos
Vós desancais
Eles desancam
Concomitante(mente)
Eu gosto
Tu gostas
Ele gosta
Nos gostamos
Vos gostais
Eles gostam
Sabe que os serv. soc. da justiça se mantêm? O que o gov. quer fazer é tirar de lá a gente da justiça!! Ficam os técnicos do IRS, os educadores, etc... (confirmou ontem, na RTPN, o "pobre" sec. de estado, que deu uma imagem de completo desnorte).
Conseguiu saber se os func. da AR recebem subsídios de "democraticidade" (?) e quais os rendimentos dos mesmos?
Sabe que nas empresas se o patrão tenta encolher uma das fatias do vencimento (tirar o carro, o médico, as senhas, etc...) arrisca-se?
Acha que os funcionários de justiça devem receber horas extra (interrogatórios casa pia, até de madrugada, vários dias) ou devem oferecê-las ao estado (parece que tem sido assim até aqui)?
Estaremos a aproximar-nos de Itália? As piruetas que o Berlusconi tem dado aos juízes! Agora faltava-nos o Socratoni! Está bem de perceber: o homem quer os juízes nos centros de saúde desde as 5 da manhã até ao almoço. Assim não terão tempo para se ocuparem dos escândalos pink. (E vão amargá-las, tal como os srs ministros que por lá desesperam). Não vai demorar muito até serem substituidos por gente da cor. Pink. Parece que um vai para o tribunal das contas. Antes era uma famosa força de bloqueio. Agora passa a ser uma força de passeio. Pink states.
«Sabe que os serv. soc. da justiça se mantêm? O que o gov. quer fazer é tirar de lá a gente da justiça!! Ficam os técnicos do IRS, os educadores, etc...»
Os únicos que ficam nos SSMJ são (proposta? Governamental)
- GUARDA PRISIONAL
- Carreira de investigação criminal da POLICIA JUDICIÁRIA
- Carreira técnico-profissional de reinserção social e auxiliar técnico de educação afecto a Centros Educativos, e ao pessoal técnico afecto a Unidades Operativas de Vigilância Electrónica do INSTITUTO DE REINSERÇÃO SOCIAL.
- O pessoal em formação para ingresso nas carreiras acima referidas.
- E os familiares ou equiparados dos acima referidos.
Não sou partidário de uma uniformização de todas as funções.
Mas pergunto:
O cônjuge e os filhos de um juiz (M/F) devem ter tratamento diferente dos familiares de um escriturário de uma repartição pública?
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