Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Essa exigência gerou Inquisição, Ustasha etc.
E, ficamos por aqui, para não falar em proselitismo...
Depois da descolonização, tornou-se, residual. Os novos poderes políticos surgidos na época pós-descolonização, não eram tão vulneráveis... pelo menos, a uma intensa aculturação.
Hoje, nenhum cidadão em pleno uso das suas faculdades cognitivas acredita no plagiado slogan fascista que imundou Portugal no período salazarista:
"Em África, dilatando a Fé e o Império"...
De facto, na Grammatica Philosophica da Lingua Portugueza, está escrito:
E tambem as memorias gloriosas
D'Aquelles Reis, que forão dilatando
A Fe, o Imperio, e as terras viciosas
D'Africa, e de Asia andarão devastando...
Que nós saibamos o ex-Presidente do Conselho do Estado Novo, nunca chegou a proclamar-se Rei...