Passos, Cavaco e o OE-2014
O Eusébio, a coadoção, o congresso do CDS e a inevitável lista única do PSD, pudera, há empregos, milhares de empregos, em causa, servem para desviar as atenções do OE.
A ameaça atrevida do irrelevante Passos Coelho, a falar da “nova normalidade”, não passa do canhestro eufemismo do carácter definitivo para os cortes ‘provisórios’ das pensões e vencimentos.
A atitude de Cavaco, ao não pedir a fiscalização sucessiva do OE-2014, é uma atitude de quem está a ser coagido por quem não sabemos, ou por razões que só ele sabe, tendo desprezado a Constituição, que jurou, e renunciado a que alguém precise de nascer duas vezes para ser tão sério como ele.
A ameaça atrevida do irrelevante Passos Coelho, a falar da “nova normalidade”, não passa do canhestro eufemismo do carácter definitivo para os cortes ‘provisórios’ das pensões e vencimentos.
A atitude de Cavaco, ao não pedir a fiscalização sucessiva do OE-2014, é uma atitude de quem está a ser coagido por quem não sabemos, ou por razões que só ele sabe, tendo desprezado a Constituição, que jurou, e renunciado a que alguém precise de nascer duas vezes para ser tão sério como ele.
Comentários
Confundir "normal" como 'interesse geral' tem permitído alimentar e simultaneamente esconder (dos olhos da opinião pública) uma fatal luta (no terreno económico e social) pela conquista de posições hegemónicas entre as diferentes frações do 'capital total' que se tornou particularmente evidente na UE e traduz uma terrível disputa entre o capital financeiro e o capital produtivo, degladiando-se nos 'mercados' (de todo o tipo).
Ambas estas frações (produtiva e financeira) fazem parte do mesmo 'bolo' mas distinguem-se entre si pela sua função (papel)no processo de acumulação (capitalista).
O 'capital total' será sempre dominado pelo sector financeiro - e alavancado por organismos internacionais de financiamento - cuja acção neste idílico contexto de 'normalidade' se rege por 3 pilares:
1.) aumento das taxas de juros reais;
2.) políticas fiscais 'anti-redistributivas'
3.) elevadas taxas de desemprego.
Esta é a cartilha mais básica do neoliberalismo.
Passos Coelho quer ultrapassar a actual fase de confusa deriva ideológica para uma fuga em frente na esteira de um aproveitamento ideológico da crise da dívida externa.
Esperemos que os ideólogos 'populares-democráticos', que mostram dificuldades em entender a política governamental, discutam, analisem e interiorizem esta viragem para onde está a ser empurrado o PSD.
Tronou-se inadiável que 'as oposições' (todas: sociais-democráticas, socialistas e comunistas) denunciem e combatam com determinação a infame tentativa de 'mudança de regime' e de sistema que não tendo qualquer suporte democrático (nomeadamente eleitoral), desde ontem, se revelou como o real programa político de Passos Coelho para o PSD e para o País.
O País não pode continuar a ignorar que por detrás dos 'ajustes estruturais' exibidos por este Governo como inevitáveis (sem alternativas) e fruto de 'exigências dos mercados', existe uma retórica político-ideológica (ontem exibida) que tem por fim introduzir radicais alterações económicas e sociais que têm sido permanente ocultadas sob a máscara da 'inevitabilidade'.
Esta a 'normalidade' que Passos Coelho pretende vender que não é 'nova'.
Ontem, finalmente, caiu a mascarara.
Temos na nossa frente despido e esfarrapado o inefável personagem neoliberal que se empenhou em enganar os portugueses há cerca de 3 anos... e que agora se apresenta com uma indigente nudez (política e ideológica).
Ainda sobre a apresentação da candidatura à presidência do PSD, Passos Coelho continua a tentar mistificar a situação política nacional.
Por um lado enfatiza o fim do protectorado como se tratasse de uma ‘libertação’ (que não o é).
Por outro manifesta a enviesada pretensão de amarrar o PS a um ‘programa de estratégia orçamental’ de médio prazo que assegure a continuação das actuais políticas link. Pretende, deste modo, transformar qualquer consulta eleitoral que se venha a realizar – e o refrescamento da legitimidade democrática tornou-se uma urgência nacional - num acto formal, redundante e desprovido de qualquer significado político. Trata-se, assim, ao nível partidário de uma infantil esperteza saloia e no plano nacional de uma grave distorção democrática. Neste momento existe a plena consciência de que a boutade 'que se lixem as eleições' significa ' que se lixem os portugueses porque as eleições jé eram'
Que interessa libertar-nos do protectorado das poderosas instituições financeiras internacionais escondidas atrás dos nebulosos ‘mercados’ se os portugueses foram cá dentro previamente ‘algemados’?
Em termos de garantias os ‘mercados’, através da pressão da Srª. Merkel, já conseguiram impor a aprovação de um ‘Pacto Orçamental’, subscrito pelos chamados partidos do ‘arco do poder’.
Tudo o que for para além dos objectivos expressos nesse documento que, para futuro, balizam os limites da dívida soberana subsidiária do controlo do défice público é uma captura do regime democrático que, como sabemos, tem de reger-se pelo livre escrutínio (entre a realidade, as opções ideológicas e as estratégias políticas daí decorrentes).
O que Passos Coelho se atreveu a propor perante o aplauso dos seus apoiantes foi a total perversão (viciação) das próximas eleições legislativas. No seu afã de Governar para os mercados esqueceu-se da soberania do povo. Mais breve do que supõe pagará por isso.