Aznar: previsões, maldições, suposições…
"Hay que volver a tomar en serio la disciplina y las reformas", insistió el expresidente. "La presunta incompatibilidad entre disciplina y crecimiento económico es un debate ideológico, no económico, y avivado por las posiciones de alguna izquierda europea empeñada en hacer de quienes defienden los compromisos adquiridos algo así como criminales sociales". link.
José Maria Aznar foi um protagonista da cimeira das Lajes. Gosta de guerras e aparece agora – num evento da CaixaForum - a comprar nova contenda com os espanhóis.
Na altura (das Lajes) não teve qualquer rebuço em violar compromissos internacionais. Subscreveu (apoiou) uma guerra ao arrepio da comunidade internacional (ONU) e dos compromissos de paz subjacentes. Tratava-se de política externa e aí a flexibilidade é tamanha que até deu para ver imagens de ‘armas de destruição massiva’.
Nas questões fiscais e financeiras não pode – na sua douta opinião - haver derivas. É tudo para correr com disciplina e reformas. Sabemos o que são estas duas variáveis. Disciplina é na boca destes títeres um sinónimo de agravamento da austeridade e reformas significam mais despedimentos, mais recessão e cortes a eito (pensões, vencimentos na função pública e esmagamento de direitos laborais).
É duvidoso aceitar se tais posições públicas agradem a Mariano Rajoy o velho e desgastado líder do PP para as novas eleições legislativas ou a expressão de Aznar foi antecipada e precipitada, melhor dizendo, inoportuna.
Todavia, não parece que os pensamentos deste ex- presidente do Governo espanhol tenham grande penetração na opinião pública do País vizinho.
Na verdade, o que se percebe é que Aznar não gosta de brincar com questões financeiras. Tem razões para tal. Para além dos 80.000 €/ano que recebe como ex-presidente tem-se movido pelos atalhos tentaculares do mundo económico, financeiro e empresarial. Assim, além de conselheiro (pago) da empresa Barrick Gold, acumula funções remuneradas na Endesa (200.000 euros anuais), membro do Conselho de Administração da News Corporation (pertencente ao Império Murdoch) com a retribuição de 170.000 €/ano, assessor da Doheny Global Group (com interesses na energia nuclear), etc. link.
Com este currículo é exactamente a pessoa indicada para perorar nos fóruns aos espanhóis sobre a necessidade de agravamento dos sacrifícios (eufemismo de reformas).
Os espanhóis - como de resto muitos dos cidadãos europeus - estão fartos destes clowns da política.
Ou será que estas boutades intimidatórias de Aznar significam que o PP estará em ‘maus lençóis’ nas projecções pré-eleitorais?
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