Direção Regional da Cultura da região Centro - um erro de casting


Da autoria do jornalista Camilo Soldado, o Público trouxe ontem um interessante artigo sobre Celeste Amaro, a Diretora Regional de Cultura da região Centro, a licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras de Coimbra, que a política só deixou dar aulas de Português durante um ano.

Depois foi toda uma vida em sinecuras autárquicas ou gabinetes governamentais sob os auspícios do PSD, com passagem pela AR, como deputada, até ao atual cargo, onde já é reincidente, e que não colocou à disposição do atual Governo, como se deduz do artigo referido (pág. 28 e 29).

Com a carreira feita em madrassas partidárias é natural que esteja para a cultura como Maomé para o toucinho, tornando-se a desadequação ao cargo mais notória por ter substituído António Pedro Pita, catedrático da FLUC, personalidade de grande projeção cultural e cívica.

Mulher de Álvaro Amaro, atual presidente dos autarcas do PSD, que depois de ter sido ajudante de Dias Loureiro, no MAI, se dedicou à profissão de autarca, agora na Guarda, também ela fez a vida na política, o que é legítimo, mas parecem faltar-lhe qualificações para o exercício das funções (DRCC).

Tendo vasto currículo político, em posições subalternas, notabilizou-se como diretora regional de Cultura que “não aparece, não vê, nunca se interessou”.

Na cultura, sobressai apenas a organização das festas da cidade de Coimbra e da Rainha Santa em 1996 e 2000 e a organização da quinta e da sexta edição da Exposições Canina Nacional de Coimbra, magra contribuição para o conteúdo da função.

Parafraseando o velho slogan de um partido antagónico é justo dizer que, em relação à Cultura, «assim se vê a força do PSD». E a Cultura merecia melhor.

Comentários

e-pá! disse…
Para além das sinuosas circunstâncias que tornam esta nomeação um enigma (ou um paradigma do 'paraquedismo partidário') o desfecho da embrulhada onde se meteu (dissertando sobre os apoios públicos à Cultura) traduz o que lhe está subjacente.
Ficamos na dúvida se será um vulgar erro de casting ou um moderníssimo erro de paralaxe.

Por fim, e para rematar, a dita senhora mandou colocar nas instalações da DRC o seguinte dístico: "Não incomodar".
Ora todo(a) aquele(a) que presta um serviço público está sujeito(a) a 'incómodos'.
Logo, para não ser incomodada o melhor seria 'recolher a penates'...

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides