Economia – Recessão e caos (2). Opinião de um leitor
Sua excelência, a Crise
Pouco a pouco a linguagem dos políticos e dos economistas vai mudando; começou por ser “incerteza”, passou a “crise”, já há quem fale em “recessão” e, não tarda, ouviremos falar de “colapso”.
Mas por quê esta crise?
Como é sabido, crise e crescimento económico estão correlacionados; quando há crise baixa o crescimento; ao invés, quando baixa o crescimento há crise. Os economistas conhecem as receitas para impulsionar o crescimento: taxas de juro mais favoráveis, investimentos programados, gestão das expectativas, etc... Só que estas receitas funcionam, melhor, funcionaram no passado mas não vão funcionar no presente. E isto porque em muitos aspectos estamos muito próximos da fronteira física que limita o crescimento (reveja-se Limits to Growth).
Um dos maiores condicionantes ao crescimento é o preço da energia, sobretudo do petróleo, outros são a escassez de matérias primas, emissões de CO2, etc.. Só que desta vez e contrariamente aos choques petrolíferos de 73 e 80, o preço alto do petróleo significa escassez, ou se preferirem desajustamento entre a oferta e a procura.
Os próximos 2 anos vão ser muito complicados e o problema vai-se agravar: a Rússia que tem assegurado o abastecimento criado pela procura adicional está na eminência de entrar em queda de produção de crude e de gás; a Arábia Saudita não deverá crescer, o México está com problemas em Cantarel; a Noruega e o Reino Unido estão já a ver o fundo do poço no Mar do Norte; o Brasil e Angola não vão chegar para as encomendas!
Pouco a pouco a linguagem dos políticos e dos economistas vai mudando; começou por ser “incerteza”, passou a “crise”, já há quem fale em “recessão” e, não tarda, ouviremos falar de “colapso”.
Mas por quê esta crise?
Como é sabido, crise e crescimento económico estão correlacionados; quando há crise baixa o crescimento; ao invés, quando baixa o crescimento há crise. Os economistas conhecem as receitas para impulsionar o crescimento: taxas de juro mais favoráveis, investimentos programados, gestão das expectativas, etc... Só que estas receitas funcionam, melhor, funcionaram no passado mas não vão funcionar no presente. E isto porque em muitos aspectos estamos muito próximos da fronteira física que limita o crescimento (reveja-se Limits to Growth).
Um dos maiores condicionantes ao crescimento é o preço da energia, sobretudo do petróleo, outros são a escassez de matérias primas, emissões de CO2, etc.. Só que desta vez e contrariamente aos choques petrolíferos de 73 e 80, o preço alto do petróleo significa escassez, ou se preferirem desajustamento entre a oferta e a procura.
Os próximos 2 anos vão ser muito complicados e o problema vai-se agravar: a Rússia que tem assegurado o abastecimento criado pela procura adicional está na eminência de entrar em queda de produção de crude e de gás; a Arábia Saudita não deverá crescer, o México está com problemas em Cantarel; a Noruega e o Reino Unido estão já a ver o fundo do poço no Mar do Norte; o Brasil e Angola não vão chegar para as encomendas!
Infelizmente nem Obama nem MacCain vão poder resolver o problema nem evitar o pior!
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a) Luís T.
Comentários
Uma vez, num lugarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por €10 cada.
Os aldeões sabendo que havia muitos macacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos.
O homem comprou centenas de macacos a €10 e então os aldeões diminuíram o seu esforço de caça.
Aí, o homem anunciou que pagaria €20 por cada macaco e os aldeões renovaram os seus esforços e foram novamente à caça.
Logo os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca.
A oferta aumentou para €25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por €50!
Entretanto, como iria à cidade, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos macacos.
Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões:
- Olhem todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender-vos por €35 e, quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhe por €50 cada.
Os aldeões, muito espertos..., pegaram nas suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Nunca mais viram nem o homem nem o seu assistente, somente macacos por todos os lados.
Agora, ficaste a saber como funcionam os mercados financeiros!...
Foi o Louça quem te contou essa história, ou o pina moura nos seus tempos aureos?
Afastam liminarmente 2 possibilidades:
1) as bolhas sempre existiram e existirão
2) efeito desvalorização do dollar face a um cabaz de moedas mundiais.
Na segunda hipotese a forte desvalorização do dollar contra um cabaz composto pelas principais moedas internacionais devido ao diferencial de taxas de juro entre USA e principais economias (zona euro por exemplo) leva a que o preço do petroleo, que é cotado em dolares, reduza drasticamente a sua valorização recente.
Sugiro que converta em euros o preço do petroleo hoje fazendo o mesmo para ha um/dois anos atras.
A procura actual não reflecte a escassez para produção. Se é certo que as reservas actuais de petroleo são limitadas, certo também é avizinham-se descobertas gigantescas na bacia de santos. Mais, subindo o petroleo de preço, passarão a existir lugares já identificados como as areias negras do canadá onde passará a ser rentavel a sua extracção.
Até lá, e a humanidade tem sido prospera nisso, começaram a aparecer substitutos ao petroleo o que reduzirá o seu consumo. O avanço tecnologico disso se encarregará.
A primeira hipotese, em parte relacionada com a segunda surge pelo receio irracional de que o petroleo acabará em breve e participantes do mercado com a mentalidade do Luis T compram petroleo há espera que o dia do juizo final chegue.
Passou-se uma coisa semelhante com as Tecnologicas em 2000/2001. Na altura julgava-se estar numa nova era, um novo paradigma do modelo economico e social. Estavam errados. Veja-se a titulo de exemplo o preço a que a PTmultimedia, hoje zon, chegou a transaccionar (€140), hoje está a cerca de €8.
A equilibrio encarregar-se à de devolver a racionalidade ao mercado e os profetas da desgraça(visionários) mudarão de cassete.
Os aldeos compraram os macacos sem perceberem porque os estavam a comprar. Cada um é responsavel das decisões que toma. Se eu me atirar para uma piscina sem saber se tem agua, não posso culpar ninguem por nao me ter avisado que não tinha agua.
A informação e racionalidade são fundamentais para participar em qualquer mercado.
Se pensasse melhor veria que quem teve o comportamento errado não foi o homem que apareceu aos aldeoes nem o seu assitente. Foram pessoas que sem saber porque decidiram livremente comprar macaco.
Se decidir livremente comprar merda por 1500 euros, quem teve a decisão errada fui eu, não quem me a vendeu.
Não consegue perceber pois não?
De facto no artigo sobre recessão (sempre possível) e caos (o caos é mais duvidoso)evoca-se que nem Obama nem MacCain vão poder resolver e evitar o pior!. Não se precebe a redução tão drástica da escolha. As candidaturas ainda não estão definidas. Que eu saiba!
E por outor lado perante estas angústiias do capitalismo consola-me pensar sobre o que há para revindicar.
Gosto de meditar sobre as palavras de de Serge Latouche:
"uma sociedade fundamentada mais na qualidade do que na quantidade, na cooperação do que na competição, uma Humanidade liberta do economicismo e que procure a justiça social como objectivo."
Chega?
Não! Este homem um brilhante economista e filósofo, defende uma ideia que me parece muito cara e interessante: o "DECRESCIMENTO SUSTENTÁVEL"!
Isto é, a questão principal, segundo os defensores do decrescimento - dentre os quais Serge Latouche é o mais notório - é que os recursos naturais são limitados e portanto não existe a possibilidade de um crescimento infinito.
A recente cavalgada do preço do petróleo é disso um brilhante exemplo.
A melhoria das condições de vida deve, portanto, ser obtida sem aumento do consumo, mudando-se o paradigma dominante.
Vamos, portanto, DECRESCER, saudavelmente, suavemente.
Atenção aos economicistas:
Eles quererão trocar Serge Latouche por um crescimento negativo (recessão) não pondo em causa os "intocáveis" paradigmas...
O consumismo foi o motor do seu deus - o mercado, sem regulação.
compraram sem perceber porque?
Fazerem dinheiro com eles não é razão suficiente?? Que é que lhes interessava o que o homem faria com eles...Em qualquer negócio há riscos, daí dar lucros.
O vendedor não ia largar o negócio se tambem estava a fazer dinheiro...
Sem dúvida que a história é louçanesca...
E essa eminência será parda?!?
Já o McCan e a Hillary duvido muito
O Limits to Growth parte da premissa de um crescimento plea pura acumulação de Capital. Desde os modelos inicias sabe-se que este tipo de modelo tem um limite, não era preciso um livro (de 1972).
AS modernas teorias de crescimento endógeno não baseiam o crescimento em mais capital e mais recursos, mas sim em progresso tecnológico, i.e., haverá crescimento se em vez de comprar um Mercedes de 1970 que consumia imenso, comprar um híbrido.
Ou alternativamente se em vez de comprar uma TV de 1950 com consumos elécticos exorbitantes e uma imagem péssima comprar um LCD de HD agora.
Haverá tb crescimento se em vez de um Ford T pretose puder escolher entre imensos modelos e cores.
O que interessa é:
a variedade de produtos que satizfazem melhor as necessidades individuais
e a melhoria da qualidade dos mesmos.
Ou seja um cresicmento por inovação e melhoria tecnológica e não por pura acumulação de capital e consumo de recursos. Contudo em PT ainda se pensa no último caso, vejam-se a acumulação de AE prometidas e a falta de investimento tecnológico apesar da proaganda.