Homenagem aos assassinados pela ditadura
• 1931, o estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;
• 1932, Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;
• 1934, Américo Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve de 18 de Janeiro; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada durante a repressão da greve de 18 de Janeiro; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal
• 1935, Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);
• 1936, Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro; Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;
• 1937, Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiro, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;
• 1938, António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;
• 1939, Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos; • 1940, Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;
• 1941, Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;
• 1942, Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Carlos Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do P. C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;
• 1943, Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;
• 1944, general José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal; assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro.
• 1945, Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;
• 1946, Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;
• 1947, José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;
• 1948, António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;
• 1950, Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
• 1951, Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
• 1954, Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
• 1957, Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
• 1958, José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
• 1961, Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
• 1962, António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
• 1963, Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
• 1964, Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
• 1965, general Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
• 1967, Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, morre vítima de tortura na PIDE;
• 1968, Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
• 1969, Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
• 1972, José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na "fuga-libertação" de Alcoentre, em Junho de 1975;
• 1973, Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
• 1974, (dia 25 de Abril), Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas.
Comentários
Para o anónimo que queria nomes, 0, 1, 2, não está mal.E talvez também agora o CA compreenda melhor os safanões de salazar.
A PIDE matava, de facto, e isso é ponto assente.
Oportuna a imagem violenta e assassina do Estado Novo quando se tenta branquear o passado e fazer ver que "não era tão mau assim..."
Permita, no entanto, que faça uma correcção.
Catarina Eufémia foi assassinada á queima-roupa por um militar da GNR, com um filho nos braços, que felizmente ficou ileso, mas não estava grávida.
Em 2004, poucos meses antes da sua morte, o Dr. Henriques Pinheiro, que lhe fez a autópsia no hospital de Beja, relatou tudo num extenso artigo no jornal "Diário do Alentejo".
Este conceituado médico, que tive o privilégio de conhecer (foi colega da minha mãe nos anos 70 e 80), decidiu, antes de morrer, desfazer esse mito.
Acima de qualquer suspeita (era do PCP, pelo menos até à primeira metade dos anos 80...), não quis morrer e deixar a mentira à solta.
De facto, a história da gravidez de Catarina foi inventada pelo PCP como forma de criar um mito do Alentejo Rural e reprimido.
O Alentejo era, de facto, uma região pobre, maltratada e reprimida, mas não era necessário recorrer á mentira para criar um mito para aproveitamento político.
Se não fosse a "soldadesca colonialista" (o português comum que era obrigado a fazer serviço militar e a guerra colonial) jamais teria acontecido o 25 d'Abril. Continuariam a morrer portugueses e povos coloniais, pelo simples facto de pensarem diferente.
Carlos Esperança, eu próprio fizemos parte dessa "soldadesca" que libertou Portugal...VIVA O 25 D'ABRIL.
Ai que saudades dos tempos onde cada um ocupava o seu lugar e onde a inveja e a cunha não imperava...
A expressão "soldadesca colonialista" é sua, não é minha; nunca na minha vida a empreguei.Nem nunca critiquei ninguém por, obrigado, ir fazer a guerra colonial. Só critiquei,e critico, os que gostaram, que colaboraram com a PIDE, que torturaram os africanos, que os chamavam "turras" e faziam porta-chaves com orelhas deles.
Agora não me peçam para idolatrar os "heróis do ultramar";acho mesmo indecente que em Coimbra exista uma praça com esse nome, e uma estátua perfeitamente hipócrita, cínica e fascista, que sugere que as tropas portuguesas iam para as colónias proteger os "pretinhos bons" dos "turras". Acho que uma Câmara democrática tinha obrigação de mudar o nome da praça e destruir a abjecta estátua.
Lamento os portugueses que,obrigados a ir fazer a guerra colonial contra vontade, lá perderam a vida. Acharia até muito bem que fossem homenageados como vítimas da ditadura colonialista que os sacrificou; agora dizer que morreram pela Pátria, isso não posso aceitar. Isso é defender a legitimidade do colonialismo e a ideologia salazarista; e é isso que justamente pretendem os Alpoim Calvões e quejandos, orgulhosos dos crimes que praticaram nas colónias.
Salazar nunca foi eleito pelos portugueses, nem nunca sequer se submeteu a eleições, nem mesmo à farsas eleitorais que organizava.
Pelos vistos, V. entende que no tempo dele cada um ocupava o seu lugar: Salazar em São Bento, Cunhal em Peniche, Mário Soares em São Tomé e os outros no Tarrafal!
No tempo de Salazar a inveja e a cunha imperaram como em nenhum outro. E os invejosos "anónimos" escreviam cartas anónimas à PIDE a denunciar os colegas e vizinhos! Ai que saudades têm esses anónimos!
Subscrevo com entusiasmo o seu comentário das 11:07:00 PM.
Foi nessa linha que perguntei ao Pacheco Pereira por que motivo os alemães não homenageavam os seus militares mortos na Guerra 1939/45.
Abraço.
Não deixemos apagar essa memória. Saibamos honrá-la
Ainda bem que os deixamos ao abandono para satisfazer pretensões de esquerda. Agora, mais d q nunca morrem os desgaçados à fome.Cambada de ipócritas...
Mas quando será que esta geração de Abril se torna senil de vez para deixar o país se desenvolver?
Quanto teremos de esperar?
Esta geração a quem já ninguem liga, que destroçou o país, que criou um estado onde o dever não existee onde o privilégio ´um direito?
São as avestruzes que apoiaram a constituição revolucionária que temos que mudaram d eopinião quando o enginheiro Socrates decidiu começar a dar (finalmente, lá aprenderam) um rumo de Direita ao país?
Eu compreendo bem os safanões de Salazar. Não sei é se os socialistas de hoje compreendem que Salazar e o seu espírito nunca foi um episódio isolado na sociedade portuguesa e que o 25A não é uma garantia para o futuro. A democracia é um regime muito frágil e precisa de ser defendido. E o que hoje se passa é muito preocupante. Mas parece que há quem esteja mais preocupado com o líder do seu partido do que com a democracia em Portugal.
Fica a frase de Niemöller:
"Quando os nazis levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse"
Com mais ou menos consciência a juventude, antes do 25 d'Abril, era mobilizada para as ex-colónias. Aceitava resignadamente e alinhava do lado do exército colonial.
A missão era um sobressalto constante, sempre na mira de saír ileso. Mesmo assim, alguns camaradas tombaram, a sorte foi-lhes madrasta.
Na minha companhia, só o sargento era profissional, todos os outros eram milicianos, eram povo...fardado e obrigado, pelo simples facto de ser português.
Dado que tive a felicidade de saír ileso, embora com grande desgaste físico e depois de ter gasto 4,5 anos da minha vida, vi finalmente, a "soldadesca colonialista" repôr a liberdade, no meu país.
O cariz da referida sodadesca permitiu a revolução que culminou, em Abril.
O resultado final, para os povos coloniais, foi miserável, a liberdade pura e dura, não enche barriga mas, eles saberão encontrar o caminho que mais lhes convém.
A juventude da minha geração merece respeito, foi sacrificada pelo poder político, esgoutou-se até morrendo...e agora, por tudo isto, não aceito e repugna-me que um m**** dum português qualquer, venha desconsiderar os combatentes (que nunca quiseram ser heróis).
Todos nós sabemos, aqueles que não passaram pelas agruras da guerra colonial, são os que agora se imaginam "heróis" porque fugiram ou porque tiveram cunhas a safá-los´...
Apoio, a Praça Heróis do Ultramar, repugna-me, que a socialista Câmara de Condeixa-a-Nova tenha acabado com a Rua Heróis de Mucaba (precisamente um dos sítios por onde andei)...
VIVA O 25 D'ABRIL...VIVA A LIBERDADE...
Depois de tudo isso, ainda há quem aqui venha dizer que nesse tempo é que era bom. E ninguém lhe corta o pio nem a cabeça.
Haja vergonha!
Ou foram os pacifistas que derrubaram Hitler e Estaline e muitos outros?
Assumam que abandonaram os africanos e que tentaram desgraçar os portugueses que nas colónias viviam.
Volte Professor Oliveira Salazar ou envie alguém que ponha ordem nisto!!
A lista que publico na maioria das vezes apresenta como razoes doença prolongada e maus tratos, febres e maus tratos. Parece-me uma lista demasiado demagogica e enganadora.
Qauntas pessoas desde 75 morreram em prisoes portugusas? quantas pessoas morreram desde 75 em esquadras da gnr e da PSP?
Os erros e a negligencia infelizmente sempre existiram e continuaram a existir quer seja salazar, cavaco socrates ou guterres os chefes do governo portugues.
Espero que a apesar da sua demagogia reconheça este facto e poupe os seus leitores de listas enviesadas por factos que os apologistas da cultura anarco hippie teimam em crer que exisitu.
Mais racionalidade e verdade, menos maio de 68!
Nota: cuidado com passado de alguns membros do vosso partido...