Espaço dos leitores

O rapto da Europa (Rubens)

Comentários

Anónimo disse…
Obs. Este texto, inicialmente, não foi colocado neste espaço, por lapso, operação a que agora procedo. Solicito ao administrador do blogue que faça a devida correcção, eliminando-o do outro post.
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Se, por um lado, o PS de Sócrates tentou fazer frente, com escassos efeitos,aos lobies sindicais da função pública e de algumas poderosas corporações profissionais, por outro, cedeu em toda a linha aos interesses vorazes do capital financeiro e dos patrões, esvaziando os direitos dos trabalhadores por conta de outrém. A introdução da perversa figura jurídica de despedimento por inaptidão por decisão unilateral da entidade patronal é de uma monstruosidade inqualificável, e que é um primeiro passo para lentamente instituir a total liberalização dos despedimentos individuais. Com esta conquista, o patronato vai acabar por domesticar a seu belo prazer o mundo do trabalho.
Os nossos empresários só conseguem sobreviver em função dos baixos salários e dos subsídios estatais.É a única coisa que sabem pedir, para colmatar a sua falta de empreendorismo,de inovação e de adapatação tecnológica. E mesmo com todas as generosas facilidades concedidas pelos diversos governos, revelam uma total inépcia e incapacidade de promover o desenvolvimento da economia. Se os nossos empresários são tão bons por que razão a nossa economia estagnou? É a pergunta que pertinentemente se coloca. A resposta é óbvia:Os empresários é que deviam ser despedidos por inaptidão , se tal fosse possível.
Anónimo disse…
Corrijo: "empreendedorismo"
Anónimo disse…
Já repararam que a mulher pintada por Rubens e que simboliza a Europa já tem celulite nas pernas? É um alarmante sinal premonitório.
Anónimo disse…
A comunicação social noticiou há dias que o Palácio da Justiça de Santa Maria da Feira (nome beato de Vila da Feira) estava em risco iminente de ruir, o que obrigou a uma mudança para umas instalações provisórias.
Ao ouvir,ler e ver essas notícias, logo pensei que se iria seguir o habitual coro de protestos contra o Governo e o PS por parte dos vários sindicatos envolvidos, e sobretudo do PSD; já imaginava o Dr. Santana Lopes tonitruando no Parlamento, exigindo no mínimo a demissão do Ministro das Obras Públicas.
Estranhamente, porém, não houve quaisquer protestos; e o PSD "guardou de Conrado o prudente silêncio".
Só depois é que percebi porquê: é que o Palácio em causa havia sido construído, e inaugurado com pompa e circunstância, em plena era da maioria absoluta do PSD, mais exactamente em...1991! Quer dizer: essa obra emblemática durou apenas 17 (sim, dezassete)anos!
O PSD devia ser inscrito no Guiness BooK of Records como recordista da precariedade de um Palácio! Duvido que alguma vez em todos os tempos e em todo o Mundo tenha havido um palácio que durasse tão pouco tempo!
ana disse…
Se desta vez o patronato conseguir fazer aprovar aquilo por que se bate há anos - o despedimento por inaptidão (onde cabe tudo)- assistiremos, sem dúvida à maior tragédia que poderia abater-se sobre este país. Porque os nossos empresários não têm, na generalidade, qualquer visão de futuro para o país. Querem subsídios (muitos), investir o mínimo e colher o máximo, logo no dia seguinte, construir o palácio e comprar os melhores carros. Socorreram-se dos contratos a prazo, depois dos recibos verdes, contornando a lei e evitando compromissos e responsabilidades. Mas ainda não chega - o seu sonho é o despedimento na hora, ter todos na mão pelo medo, como antigamente.É e sempre foi possível despedir, desde que para isso haja razões. Mas o que eles pretendem é o despedimento sem razão, porque apetece e mais nada.Espero e desejo que haja força suficiente para impedir mais este ataque ao já tão precário estatuto do trabalhador.
Anónimo disse…
Leiam este excerto da entrevista do ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e vejam se percebem alguma coisa do que ele afirma. A mim, parece-me que mete os pés pelas mãos, num alinhavo discursivo cheio de contradições, que, aliás, se detectam no resto da entrevista publicada hoje no Público.

Estado também vai cumprir

01.05.2008




P-O Governo pretende tributar a 5 por cento uma situação que é ilegal e que abrange centenas de milhares de pessoas.
R-Não, não. O Governo vai tributar uma realidade que existe, que não é considerada ilegal, que é o recurso à prestação de serviços. Se essa prestação de serviços é feita no quadro de um emprego com horário, com hierarquia, subordinação hierárquica, com os critérios que estão na lei, ela é ilegal e não será taxada a cinco por cento. Será penalizada.
P-Se for detectado. Até lá paga em situação ilegal. Certo?
P-Não. O que agora acontece, é que até ser detectado não paga nada.
P-E quanto à possibilidade de criminalização dessas situações?
R-Não é esse o caminho. A legislação laboral e as relações de trabalho não vão no sentido da criminalização. Não é esse o sentido europeu.
P-Espera-se que o Estado dê o exemplo nesta matéria dos recibos verdes que emprega. Como é que isso será feito?
P-Já o disse. O Estado vai cumprir os seus deveres. Não tenho essa pasta, a da administração pública...
P-Acabando com a situação de falsos recibos verdes?
R-Peço desculpa, deixarei essas respostas para os meus colegas que têm responsabilidade directa nessa área. Só digo que o Estado cumprirá a sua parte neste caminho, que é um caminho necessário.
P-Não haveria vantagem de a Inspecção-Geral do Trabalho poder actuar junto do Estado?
R-Não foi essa a opção da legislação...
P-Está a alterá-la neste momento.
R-Esta não, esta está estabilizada. Mas quando ela foi estabilizada permaneciam - e vão permanecer - muitas distinções. Entre a natureza contratual...
P-Um recibo verde no Estado é a mesma coisa do que numa empresa...
R-Para o trabalhador, sim. Para a entidade, as causas que estão na origem da contratação são as mesmas. Se na sua empresa, a entidade tivesse - penso que não tem - algum recibo verde e o quisesse transformar num contrato, fá-lo-ia num dia. Numa hora, se quisesse. No Estado não existe essa maleabilidade. Porquê? Pelo dever de transparência na contratação, que implica que haja um concurso...
ana disse…
Relativamente aos recibos verdes, o que vai acontecer é que na prática o trabalhador passará a receber menos 5%, para permitir ao patrão pagar o imposto sem perder nada.
É o que acontece com o IVA. Se chamar alguém para reparar o esquentador, mudar uma torneira, etc. e tiver o atrevimento de pedir a factura, paga logo mais 21%.A juntar a um valor/hora que nem o PR ganha.
Anónimo disse…
Uma medida acertada e que só pecou por ser tardia. Mas, esta abertura informal das Universidades a uma população mais vasta, só foi possível com as reformas do actual governo, que obrigou cada escola a sobreviver com os seus próprios recursos financeiros, eliminando assim os vícios adquiridos anteriormente com a complacência e conivência dos governos do PSD e do PS.
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Governo flexibiliza acesso ao ensino superior

01.05.2008, Isabel Leiria (Público)

Qualquer pessoa, estudante ou não, que pretenda frequentar disciplinas avulsas de cursos de ensino superior poderá no futuro vir a fazê-lo. Se for aprovado, verá essa formação certificada e creditada, se e quando entrar na licenciatura que as integre.
A medida faz parte de um diploma aprovado ontem em Conselho de Ministros e que prevê uma série de iniciativas que garantem "uma maior flexibilidade no acesso à formação superior", de acordo com um comunicado do gabinete do ministro Mariano Gago.
O mesmo diploma prevê a criação do estatuto de "estudante a tempo parcial", no sentido de permitir uma maior capacidade de gestão do seu percurso escolar, em função da sua vida pessoal e profissional. E a possibilidade de os alunos que frequentam o ensino superior poderem inscrever--se em disciplinas que não integrem o plano de estudos do seu curso.
O Governo aprovou igualmente novas regras destinadas a apoiar os licenciados e mestres que, após a obtenção do seu grau, estejam a realizar um estágio profissional, dando-lhes a possibilidade de continuar a gozar uma série de benefícios, como se ainda estivessem a frequentar o curso. Durante dois anos terão acesso ao cartão de identificação da instituição do ensino superior onde estudaram, à acção social escolar e às bibliotecas e recursos informáticos.
Outra das medidas simplifica o regime de certificação dos graus académicos, tornando facultativa a solicitação e pagamento de determinados documentos, como as cartas de curso e cartas doutorais.
Quanto ao Processo de Bolonha - que tem como objectivo harmonizar os sistemas de ensino superior entre os países europeus signatários e que implica uma alteração na filosofia da formação, com a valorização do trabalho dentro e fora da sala de aula e a atribuição de créditos -, as instituições vão passar a ter de elaborar relatórios anuais sobre a sua concretização. Esses documentos públicos terão de incluir "indicadores objectivos sobre a evolução dos processos de ensino e aprendizagem", lê-se ainda na nota do Ministério da Ciência e Ensino Superior.
O ministério recorda que, após dois anos da concretização de Bolonha, o modelo é já seguido em 90 por cento dos cursos superiores.

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