Ainda sobre a avaliação e desempenho
Uma vantagem da escrita em blogue é a de que podemos voltar aos temas quando já ninguém se interessa por eles ou quando parecem fora de moda.
Vem isto a propósito do célebre Memorando de Entendimento que José Sócrates trouxe de punho em riste ao Congresso da Federação de Coimbra, há já 15 dias.
O argumento político de Sócrates era o de que os Sindicatos rompiam acordos. Não estariam de boa-fé.
Com efeito, destacaria do acordo o seguinte ponto:
"2. No primeiro ciclo de aplicação do regime de avaliação de desempenho do pessoal docente, que será concluído no final do ano de 2009, abrangendo todos os docentes, serão reforçadas as garantias dos avaliados, nos seguintes termos: (...)"
Fico com a impressão que Sócrates teria alguma razão.
E depois de ver que os sindicalistas continuam indisponíveis para colaborar, mesmo depois de todas as correcções feitas pelo Governo ao modelo de avaliação de desempenho, fico ainda mais convencido de que há uma pura má vontade por parte dos dirigentes sindicais.
Vem isto a propósito do célebre Memorando de Entendimento que José Sócrates trouxe de punho em riste ao Congresso da Federação de Coimbra, há já 15 dias.
O argumento político de Sócrates era o de que os Sindicatos rompiam acordos. Não estariam de boa-fé.
Com efeito, destacaria do acordo o seguinte ponto:
"2. No primeiro ciclo de aplicação do regime de avaliação de desempenho do pessoal docente, que será concluído no final do ano de 2009, abrangendo todos os docentes, serão reforçadas as garantias dos avaliados, nos seguintes termos: (...)"
Fico com a impressão que Sócrates teria alguma razão.
E depois de ver que os sindicalistas continuam indisponíveis para colaborar, mesmo depois de todas as correcções feitas pelo Governo ao modelo de avaliação de desempenho, fico ainda mais convencido de que há uma pura má vontade por parte dos dirigentes sindicais.
Comentários
As últimas alterações introduzidas pelo Conselho de Ministros, penso que sob proposta da Ministra da Educação, prevertem o estipulado para o quadro de avaliação dos professores, anteriormente definido.
São coisas substancialmente diferentes!
São, como lhe chamam os professores, remendos, que põem em causa a idoneidade da tal preparação que durou 2 anos, segundo afirmou Mº. Lurdes Rodrigues.
Na verdade, segundo o conceito popular, é a reprodução da conhecida imagem:
"vão-se os anéis e fiquem os dedos..."
Se fizermos as "podas" sugeridas pela Ministra ao documento inicial, estamos perante outro esquema de avaliação.
Então a insistência na aplicação do modelo actual (modificado) mais parece uma birra.
Não é preciso saber muito de pedagogia nem de Ciências da Educação para entender que o documento original que saíu do Ministério para as Escolas, visando a avaliação dos docentes, era deficitário e, por tal facto, estava inquinado.
Era um esquema muito bucrocratizado, difícil de aplicar, susceptível de criair problemas interpares - segundo as palavras da própria Ministra.
Em primeiro lugar, este facto diz alguma coisa sobre a qualidade dos acessores do ME que o elaboraram.
O produto final tornou-se, assim, numa mercadoria não transacionável, num mono.
A reacção das Escolas ao solicitar a suspensão parece, portanto, racional.
O Governo está a deixar esta questão entrar em "banho maria", sob um lume brando ou pratcamente extinto, com todas as consequências daí inerentes.
Entre elas a mais perniciosa politicamente: o desgaste da tutela que se vê obrigada a quotidianos acertos.
Por aí não vamos lá.
O tão evocado "Memorando de Entendimento" foi ultrapassado pelos acontecimentos.
Realismo político é reconhecer este facto.
Daí não vem nenhum mal ao Mundo nem são feridas as estruturas do sistema educativo português, como se tem tentado fazer passar.
Os professores têm continuado a desempenhar o seu papel.
A sua avaliação nunca pode ser encarada como uma questão de vida ou de morte.
Coragem política é, neste momento, aceitar a mudança e abdicar da teimosia e da arrogância, tenham os custos que tiverem. A política faz-se de encontro e em concordância com os cidadãos.
Finalmente, continua, também, na berlinda um ponto da maior importância para o esclarecimento desta questão.
Os professores - e as suas estruturas sindicais - têm de declarar, sem subterfúgios, se aceitam ou não um sistema de avaliação de desempenho.
Esta última questão não é líquida no seio dos portugueses.
E tem de o ser.
Porque, se acaso, os professores não aceitarem qualquer tipo de avaliação que seja consistente, justo, isento, em suma, aplicável, modifca-se o paradigma desta situação!