Bailinho da Madeira
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Já chegámos à Madeira. A arbitrariedade e o limbo legal em que os próceres autóctones colocam a Região Autónoma são casos de polícia que ameaçam ficar impunes.
Gostava de saber como se pode anular a suspensão de um deputado que não podia estar suspenso, como se cancela um acto legalmente inexistente, como se repara uma afronta à democracia e um insulto à Constituição, sem uma enérgica posição pública do PR a tranquilizar o País sobre a sua capacidade para assegurar o regular funcionamento das instituições.
Tudo é bizarro neste arquipélago que a Assembleia da República entregou ao nepotismo de Jardim e Jaime Ramos, no espaço português onde a legalidade e a educação dos seus dirigentes estão em consonância.
Quando o PR diz «ter informações de que o funcionamento da Assembleia Legislativa da Madeira tende para a normalidade» significa que lhe falta a coragem para tomar posição pública perante o despautério insular, que teme o sátrapa local, que se demite de ser o presidente de todos os portugueses e se resigna a ser apenas o presidente do Continente e dos Açores.
Quando Cavaco sublinha «a importância do bom senso e da ponderação e lembra que a actuação do Presidente da República deve ser discreta» esqueceu-se do alarido que usou para condenar o Estatuto dos Açores ou da pungente confissão pública do azedume que lhe provocou a Lei do Divórcio.
Entre a exuberância em alguns actos e a irrelevância noutros, o actual PR vai ganhando o direito de ser o primeiro presidente eleito a ser dispensado de um segundo mandato.
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